63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 3. Filosofia - 2. Filosofia |
A Condição Estética da Primeiridade Peirceana |
Paulo Henrique Silva Costa 1 Mariluze Ferreira de Andrade e Silva 2 |
1. Discente Pesquisador do Diretório de Pesquisa PROMETEU /LABLE/UFSJ 2. Profa. Dra. / Orientadora - Depto de Filosofias e Métodos - UFSJ |
INTRODUÇÃO: |
Esta pesquisa objetivou compreender a primeira categoria do pensamento peirceano denominada primeiridade, através da asserção - nosso primeiro contato com o mundo é um contato estético, e não analítico. A investigação fundamentou-se naquilo que Peirce chama de qualidade de sentimento e na apresentação da primeiridade com relação às demais categorias do pensamento, possibilitando ao itinerário peirceano a estruturação necessária para o surgimento da semiótica. |
METODOLOGIA: |
Tratando-se de uma pesquisa teórico-bibliográfica, procedemos com a leitura de textos do autor, em especial os encontrados no The Collected Papers of Charles Sanders Peirce, e de autores que contribuem para a compreensão da temática e do objeto de estudo investigado, como Santaella e Umberto Eco. |
RESULTADOS: |
Os resultados obtidos pela pesquisa podem ser apresentados em dois campos: fenomenologia e semiótica. No primeiro, obtivemos como resultado a disposição estética que molda a primeira categoria do pensamento, categoria que se torna pura imediaticidade, através da qualidade de sentimento (in totum), em oposição à disposição analítica das demais categorias. No segundo, verificamos que o processo da semiose peirceana passa, necessariamente, pela leitura da primeiridade. Em especial, é a primeiridade o primeiro indicativo que nos possibilita pensar na relação realidade e signo. |
CONCLUSÃO: |
A primeira categoria que foi o objeto dessa pesquisa tem conforme exposto em nossos resultados, uma exigência mais estética do que propriamente analítica. O que torna essa afirmação evidente é a constatação de que a imediaticidade da consciência é uma qualidade de sentimento, nada a antecede. Essa afirmação se justifica pelo fato de a análise não ter a capacidade de tocar a imediaticidade da consciência sem modificá-la. Dessa forma, nossa primeira relação com o mundo, com o que está presente de imediato na nossa consciência a cada instante é uma relação estética, isto é, uma relação de admiração, pasmo, silêncio, inércia. Essa relação é imediata, sai do mundo, tanto interior quanto exterior, para se relacionar diadicamente com a secundidade. A proposta de Peirce é tentar tecer simples conceitos colhidos nas categorias de pensamento, para a sustentação de sua semiótica, em especial, a categoria primeira, obtemos como resultado a relação signo-realidade. |
Palavras-chave: Semiótica, Fenomenologia, Peirce. |