63ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia - 1. Silvicultura |
COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DA REGENERAÇÃO NATURAL ARBÓREA EM UM FRAGMENTO DE FLORESTA ATLÂNTICA, MORENO, PERNAMBUCO |
Valdemir Fernando da Silva 1 Lamartine Soares Bezerra de Oliveira 2 Aldení Silva de Lima 3 Marcílio de Serpa Brandão Gomes 1 Luiz Carlos Marangon 4 Ana Lícia Patriota Feliciano 5 |
1. Aluno/Depto. de Ciência Florestal – UFRPE 2. Depto. de Engenharia Florestal, Fac.de Tecnologia – PPGCF/UNB 3. Depto. de Botânica, Inst. de Biologia – PPGB/UNB 4. Prof. Dr. Orientador – Depto. de Ciência Florestal – UFRPE 5. Profª. Drª. Co-orientadora – Depto. de Ciência Florestal – UFRPE |
INTRODUÇÃO: |
A área de domínio da Floresta Atlântica estende-se do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte, sendo considerada uma das florestas mais ricas em biodiversidade do mundo. Estimam-se cerca de 20 mil espécies vegetais, sendo oito mil endêmicas. E das espécies do componente arbóreo, aproximadamente 55 % são exclusivas dessa formação vegetacional. Não obstante sua importância, as áreas de Floresta Atlântica são consideradas uma das mais degradadas pela ação antrópica, sendo extremamente reduzida a poucos remanescentes. Com isso, estudos sobre a composição florística são considerados fundamentais e prévios no embasamento de outros estudos em ecossistemas florestais. Diante disso, o objetivo desse trabalho foi avaliar a composição florística do componente arbóreo regenerante em um fragmento de Floresta Atlântica denominado Mata da Onça, Moreno, Pernambuco. |
METODOLOGIA: |
A Mata da Onça é um dos três remanescentes de Floresta Atlântica localizado no Engenho e Destilaria Dourado situada no município pernambucano de Moreno. A área de estudo está sob as coordenadas geográficas 35º07’461’’ W e 8º06’560’’ S. O levantamento florístico da regeneração natural arbórea foi realizado a partir da amostragem de todas as espécies presentes em 15 subparcelas de 1 x 25 m. Cada subparcela foi demarcada em 15 parcelas de 10 x 25 m já existentes na área, sendo dispostas em três linhas, cada uma com cinco parcelas equidistantes cinco metros uma das outras e as linhas distantes 50 metros entre si. Foram considerados indivíduos arbóreos regenerantes todos aqueles com circunferência a 1,30 m do solo inferior a 15 cm e altura igual ou superior a um metro. Optou-se por esta altura mínima da regeneração de espécies arbórea, pois, a partir de um metro, as espécies apresentam melhor definição das suas características dendrológicas, permitido uma identificação mais precisa. Todas as espécies identificadas em campo foram confirmadas por meio de comparação de exsicatas no Herbário Professor Vasconcelos Sobrinho do Departamento de Biologia da UFRPE. Sendo estas classificadas e analisadas em nível de família, gênero e espécie pelo sistema de classificação de Cronquist. |
RESULTADOS: |
Foram inventariados 407 indivíduos arbóreos regenerantes, pertencentes a 23 famílias botânicas, 36 gêneros e 54 espécies. Dentre estas espécies, sete foram identificadas em nível de gênero, quatro em nível de família e três não foram identificadas. As famílias com maior riqueza de espécies foram a Mimosaceae com sete, e Myrtaceae e Rubiaceae, com cinco cada. Estas famílias são comumente observadas na regeneração natural em fragmentos de Floresta Atlântica, sendo a Mimosaceae um das mais importantes em levantamento no estado de Pernambuco. Em seguida a estas famílias, encontram-se as Melastomataceae (4), Annonaceae (3) e Moraceae (3), sendo as demais representadas por uma ou duas espécies. As espécies que apresentaram o maior número de indivíduos foram Protium heptaphyllum (Aubl.), Eschweilera ovata (Cambess.) Miers, Cupania racemosa (Vell.) Radlk., Miconia prasina (Sw.) DC., Anaxagorea cf. dolichocarpa Sprague e Siparuna guianensis Aubl., com 52, 51, 34, 21, 19 e 18, respectivamente. Estas espécies representaram aproximadamente 48% da comunidade amostrada, destacando a importância das mesmas, as quais devem ser utilizadas como prioritárias em ações locais de recuperação florestal. |
CONCLUSÃO: |
As famílias de maior importância no fragmento Mata da Onça foram a Mimosaceae, Myrtaceae e Rubiaceae. Sendo a composição florística predominantemente formada pelas espécies Protium heptaphyllum, Eschweilera ovata, Cupania racemosa, Miconia prasina, Anaxagorea cf. dolichocarpa e Siparuna guianensis. |
Palavras-chave: Fragmentação Florestal, Espécie arbórea, Regeneração. |