63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública
INCIDÊNCIA DA HANSENIASE, SEGUNDO SEXO, FAIXA ETÁRIA, TIPOS DE LESÕES E FORMAS CLÍNICAS NO MUNICÍPIO DE CAXIAS – MARANHÃO.
Antonia Santos da Silva 1
Paulo Bryguel da Cunha 2
Katiane dos Santos Lobo 2
Sêmilly Suélen da Silva Sousa 2
Valéria Cristina Soares Pinheiro 3
Juliana Maria Trindade Bezerra 4
1. Depto. de Química e Biologia, Universidade Estadual do Maranhão-CESC/UEMA.
2. Depto. de Química e Biologia, CESC/UEMA-Caxias/MA.
3. Profª. Dra./Colaboradora – Depto. de Química e Biologia do CESC / UEMA.
4. Doutoranda/Orientadora - Centro de Pesquisa René Rachou – Fundação Oswaldo Cruz/FIOCRUZ.
INTRODUÇÃO:
A Hanseníase é uma doença infecto-contagiosa de evolução lenta e que se manifesta principalmente através de sinais e sintomas dermatoneurológicos. Tais manifestações são resultantes da predileção do Mycobacterium leprae , agente causador da doença de Hansen, em acometer células cutâneas e nervosas periféricas. Na América Latina, o Brasil registra o maior número de casos de hanseníase e a eliminação da endemia constitui um desafio à saúde pública. O presente trabalho objetivou verificar a ocorrência de casos de hanseníase no município de Caxias, Maranhão.
METODOLOGIA:
Foram analisados os registros epidemiológicos de hanseníase do Sistema de Informação de Agravos de Notificação por meio de fichas disponibilizadas pela Secretaria Municipal Saúde, de Janeiro de 2001 a Maio de 2010. Os dados foram armazenados e analisados no programa Systat versão 10.2. O total de casos de hanseníase em Caxias foi usado como variável de frequência para se testar o efeito das variáveis independentes (sexo, faixa etária, tipos de lesões e formas clínicas), tendo como estatística o Qui-quadrado de Pearson (χ2). Em todas as análises, o nível de significância utilizado para se rejeitar a hipótese de nulidade foi de 5%.
RESULTADOS:
De acordo com os dados analisados, quanto ao sexo verificou-se que os casos de hanseníase predominaram significativamente no sexo masculino com 54,217% (720 casos) (χ2 = 9,446; gl = 1; p = 0,002). A análise por faixa etária revelou que a compreendida entre 35 a 49 anos, foi a que obteve maior percentual nos anos estudados, com 26,958 % (358 casos), com diferença estatisticamente significante em relação às demais (χ2 = 1115,042; gl = 8; p < 0,001). Quanto ao aparecimento de lesões verificou-se que o número de pessoas com mais de cinco lesões foi significativamente maior no período de estudo, com 30,271% (402 casos) (χ2 = 89,994; gl = 3; p < 0,001). Na análise quanto à ocorrência de formas clínicas, o número de pessoas com a forma dimorfa foi significativamente maior no período de estudo com 29,744% (395 casos) (χ2 = 546,901; gl = 5; p < 0,001). Em comparação com alguns estudos, a hanseníase em adultos é mais frequente no sexo masculino e o risco de exposição é determinante dessa diferença mostrando percentual ligeiramente maior neste sexo. A maior frequência da forma clínica dimorfa também foi encontrada em outros estudos.
CONCLUSÃO:
Os portadores de hanseníase são em sua maioria, adultos do sexo masculino, o que caracteriza em hipótese, a predisposição do homem a ter mais relações interpessoais, e uma maior exposição ao meio. Quanto à faixa etária houve uma predominância em pessoas com idade entre 35 a 49 anos. Sugere-se um maior apoio dos órgãos de saúde pública na implementação de medidas para o controle da doença.
Palavras-chave: Hanseníase, Incidência, Mycobacterium leprae.