63ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 4. Farmacologia |
EFEITO GASTROPROTETOR DO EXTRATO HEXANICO DAS FOLHAS DE Celtis iguanaea EM MODELOS DE ÚLCERAS GÁSTRICAS INDUZIDAS EM CAMUNDONGOS |
José Luís Rodrigues Martins 1 Fábio Borges de Sousa 1 Rennê Oliveira Couto 3 Paulo César Ghedini 2 José Realino de Paula 3 Élson Alves Costa 1 |
1. Faculdade de Farmácia, Universidade Federal de Goiás 2. Faculdade de Farmácia, Universidade Federal de Goiás 3. Faculdade de Farmácia, LPPN, UFG 4. Depto. de Ciências Biológicas, ICB,UFG 5. Faculdade de Farmácia, LPPN, UFG 6. Prof.Dr./Orientador – Depto. de Ciências Biológicas, ICB, UFG |
INTRODUÇÃO: |
Celtis iguanaea conhecida popularmente como esporão-de-galo é uma planta pertencente à família Ulmaceae, com 6 a 9 metros de altura, de copa arredondada, com os ramos espetados e tronco ereto e cilíndrico de 15 a 30 cm de diâmetro. Estudos etnofarmacológicos indicam o uso das folhas de esporão-de-galo, sobre a forma de infuso ou decocto, para o tratamento de diferentes patologias como, dores no corpo, cólicas, má-digestão e como diurético. Resultados anteriores mostram que o extrato aquoso de Celtis iguanaea reduz o índice de lesão e o número de úlceras gástricas induzidas por diferentes agentes, sugerindo que a espécie tem princípios com atividade gastroprotetora. Este trabalho objetivou a avaliação da atividade gastroprotetora do extrato hexânico das folhas de Celtis iguanaea Jacq. Sargent. (EHEG) em modelos de úlceras gástricas induzidas em camundongos. |
METODOLOGIA: |
As folhas de Celtis iguanaea foram coletadas em Goiânia (GO) e uma exsicata foi depositada no Herbário da UFG (N° 40.110). Após a secagem e moagem do material botânico, o EHEG foi obtido por extração exaustiva do pó em Soxhlet por 36 horas e concentrado sob pressão reduzida. Foram usados camundongos machos albinos Swiss pesando entre 35-40g, fornecidos pelo Biotério Central da UFG. No teste geral de atividade farmacológica, os animais foram divididos em grupos e tratados com doses de 10 a 1000mg/kg do EHEG ou veículo (v.o., s.c. ou i.p.), e observados em deambulação livre, conforme tabela adaptada de MALONE (1977). A atividade gastroprotetora foi verificada pelo método da ligadura pilórica sendo avaliado o número de úlceras e o índice de lesões e para tanto os animais foram tratados com veículo (Tween 80 10 mL/kg), EHEG (480 mg/kg) ou ranitidina ( 50 mg/kg) pela via intraduodenal (i.d) após ligadura do piloro. Decorridos 4 horas os animais foram eutanasiados e os estômagos retirados para à avaliação das lesões e parâmetros envolvidos na secreção. Os dados foram expressos como média ± erro padrão da média. As diferenças entre os grupos foram detectadas pela análise de variância (ANOVA), seguida do teste de Tukey. As diferenças foram consideradas significativas quando p< 0,05. |
RESULTADOS: |
O rendimento do processo extrativo determinado pelo método do peso seco foi de 4,8%. No teste geral de atividade farmacológica, o EHEG nas diferentes doses pela via i.p ou s.c causou contorções abdominais. Ocorreu óbito com a maior dose pela via i.p antes de 24 horas. Animais tratados com as diferentes doses pela v.o não apresentaram alterações comportamentais que os diferenciassem dos animais tratados com veículo. No modelo de lesões gástricas induzidas por ligadura pilórica, os tratamentos com EHEG (480 mg/kg) ou ranitidina ( 50 mg/kg) por via intraduodenal, reduziram o índice de lesões de 9,9 ± 0,92 (veículo) para 5.37 ± 0,37c e 6,71 ± 0,52a e o número de úlceras de 4.83 ± 0.84 (veículo) para 0.42 ± 0.29c e 0,42 ± 0.29c. Na avaliação dos parâmetros da secreção ácida o tratamento com o EHEG reduziu o volume (mL) para 2,15 ± 0,02c, a acidez livre para 4.78 ± 0.14b e a acidez total para 0.31± 0,03b mEq[H+]/L/h, sendo que no grupo controle tratado com (veículo 10 mL/kg) o volume (mL) foi de 2,55 ± 0,05; a acidez livre foi de 4.0 ± 0.0; e a acidez total foi de 0.75 ± 0,09 mEq[H+]/L/h. O tratamento com a ranitidina (50mg/kg) reduziu o volume (mL) para 2,20 ± 0,05c, a acidez livre para 4.50 ± 0.18, e a acidez total para 0.28 ± 0,04 a mEq[H+]/L/h. ap≤ 0,05; bp≤ 0,01; cp≤ 0,001. |
CONCLUSÃO: |
Os resultados obtidos sugerem que o EHEG administrado por via intraduodenal é capaz de proteger a mucosa gástrica após indução de lesões pelo método da ligadura pilórica, visto sua capacidade de diminuir o número de úlceras e o índice de lesões. Neste efeito pode esta envolvida uma atividade vista através da redução do volume, acidez livre e acidez total. |
Palavras-chave: Celtis iguanaea, Úlcera, Ligadura pilórica. |