63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 1. Administração Educacional |
GESTÃO ESCOLAR E A CAPACIDADE PARTICIPATIVA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EM UMA ESCOLA PÚBLICA MUNICIPAL DE MACEIÓ/AL: POSSIBILIDADES, LIMITES E INTERFACES |
Javan Sami Araújo dos Santos 1 Eliclaudia Nunes de Lima 2 Edna Cristina do Prado 3 |
1. Estudante de Pedagogia - Centro de Educação - CEDU/UFAL 2. Estudante de Pedagogia - Centro de Educação - CEDU/UFAL 3. Profa. Dra./ Orientadora - Centro de Educação - CEDU/UFAL |
INTRODUÇÃO: |
O Trabalho ora apresentado parte de estudos bibliográficos e documentais, visitas, observações e entrevista com os seguintes segmentos escolares: Equipe gestora (direção e coordenação), professores e alunos, tendo como objetivo relatar as análises da pesquisa na iniciação científica, concernente à gestão democrática relacionada à Educação de Jovens e Adultos (EJA), em uma Escola da Rede Pública Municipal de Maceió-AL. Partindo desta temática: Gestão e EJA, o desenvolvimento da pesquisa visou esclarecer como a Educação de Jovens e Adultos vem sendo tratada pela equipe gestora da referida instituição de ensino. Esta por sua vez, desdobrou-se em especificidades como: a análise documental do Projeto Político Pedagógico (PPP) e a participação dos Jovens e Adultos nas Instâncias Colegiadas. Os estudos de Paro, 1996; Lück, 2002; Cury, 2000; Pazetto; Whittman, 1999, entre outros foram consultados como referencial teórico para subsidiar a análise, uma vez que, ao contrário da visão restrita e burocratizada de administração escolar, afirmam que a gestão escolar deve passar a ser compreendida como mecanismo coletivo de tomada de decisões pelos diversos atores sociais que compõem o cenário escolar. |
METODOLOGIA: |
Como primeira etapa da metodologia de pesquisa, realizou-se o mapeamento e escolha da escola que atendia aos critérios definidos, a saber: maior número de alunos matriculados e presença das modalidades EJA e Ensino Fundamental. Visitas, observações e entrevistas foram utilizadas como técnicas de coleta de dados. Já o estudo bibliográfico e a análise de conteúdo compuseram as abordagens metodológicas. Sendo assim, leituras básicas e complementares a respeito da EJA e da Gestão Escolar, sobre as unidades escolares públicas municipais foram parte presente em todos os meses de duração da pesquisa. Portanto, quanto à articulação específica entre gestão escolar e EJA, o trabalho é pioneiro no sentido inclusive de produção científica. Deste modo, segundo Laville e Dionne (1999), a flexibilidade e o respeito aos próprios entrevistados enquanto sujeitos ativos da pesquisa mostraram-se aspectos fundamentais para a compreensão dos objetivos traçados, uma vez que a análise do tratamento dado à EJA na gestão escolar, para além do explícito em fontes documentais, pressupõe a escuta da percepção, consciente ou não, que os sujeitos têm sobre ela. |
RESULTADOS: |
De acordo com a literatura sobre o tema, a construção coletiva do PPP é um dos princípios básicos, pois, como afirmam Filipouski e Schaffer (2005), a concepção, a realização e a avaliação do Projeto Político Pedagógico devem ser democraticamente relacionadas com a participação do coletivo escolar, e não com alguns atores envolvidos no cenário dela. Nas visitas à instituição, como também pelos dados coletados, observa-se que apesar da Gestão Escolar lidar com vários problemas que são comuns nas escolas públicas, demonstra o não comprometimento com a Educação de Jovens e Adultos, e nesta unidade escolar, o Conselho e a Agremiação Estudantil não se apresentam como uma força ativa de enriquecimento dentro do trabalho coletivo. Sendo assim, as abordagens nos levaram a compreender que ainda há uma distância muito grande entre o discurso e a prática cotidiana, o que pode significar a transferência de responsabilidades com as interfaces da modalidade de Educação de Jovens e Adultos. |
CONCLUSÃO: |
Os indicadores apontados neste trabalho contribuem para o reconhecimento da gestão escolar voltada para a EJA, tanto no que se menciona aos conteúdos da prática participativa, quanto no que se refere à postura administrativa e pedagógica dos atores envolvidos na construção do PPP. Os sujeitos da EJA não participam efetivamente de uma ação conjunta para a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem, tendo como consequência, a falta de ações articuladas. Percebe-se que há na instituição o Conselho Escolar, porém essa realidade não incorpora a EJA. E, ainda, o PPP possui um caráter de finalidades específicas, restringindo-se apenas aos diretores, coordenadores e alguns professores, pois é por este cunho administrativo que tal projeto se concebe muito mais como um documento do que como um instrumento de gestão em favor de um trabalho participativo e democrático. Acredita-se que somente por meio da interação dos segmentos a capacidade participativa da EJA poderá se consolidar. Sendo assim, Gestão Escolar e EJA, caso não estejam articuladas ao desenvolvimento de um PPP, podem significar uma transferência de responsabilidades a partir da qual poucos ou ninguém dialoga com as necessidades específicas desta modalidade educacional. |
Palavras-chave: Gestão Escolar, Educação de Jovens e Adultos, Projeto Político Pedagógico. |