63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública
INDICADORES DE VIGILÂNCIA AMBIENTAL COMO INSTRUMENTO DE DETECÇÃO DE ÁREA VULNERÁVEL À DENGUE.
Tássio Henrique Cavalcanti da Silva Cunha 1
Germano de Sousa Paulino 1
Geysa Kelly de Sousa Amorim 1
Leane Socorro Cartaxo da Sousa Castro 2
1. Universidade Estadual da Paraíba
2. Profa. Ms./ Orientadora - Faculdade de Ciências Médica
INTRODUÇÃO:
A dengue tem se destacado entre as enfermidades tropicais reemergentes, como um dos principais problemas de saúde pública do mundo, 2,5 bilhões de pessoas, ou seja, 35,7% da população mundial estão sob risco de contrair dengue. Estima se que 30% dos danos à saúde estão relacionados aos fatores ambientais, o que torna imprescindível a adoção de políticas de saúde voltadas a manutenção de um meio ambiente saudável. Considera-se que o controle da dengue firma-se, dentre outros fatores, na colaboração dos indivíduos, que atuam no meio tornando-o favorável ou desfavorável a propagação desta doença. Os indicadores de Vigilância Ambiental são utilizados para avaliação de qualidade de saúde nas áreas habitadas por seres humanos, sob o ponto de vista sanitário, assim fornecendo melhoria da condição de vida da população. Nessa perspectiva foi desenvolvido um estudo como o objetivo de propor ao profissional de saúde, uma nova área de atuação frente à prevenção e controle de doenças e aos diferentes fatores que determinam às condições de saúde do indivíduo. Considerando que avaliação de Indicadores de Vigilância Ambiental podem ser utilizados pelo poder público e pela sociedade na definição de políticas públicas, que promovam melhorias na saúde e na área estudada.
METODOLOGIA:
Trata-se de uma pesquisa do tipo descritiva, exploratória com abordagem quantitativa, realizada na área de abrangência da equipe VI da Unidade Básica de Saúde do bairro das Malvinas em Campina Grande - PB, entre o período de dezembro de 2010 a fevereiro de 2011. A pesquisa foi realizada por uma equipe interdisciplinar de alunos participantes do Pet Vigilância em Saúde com a colaboração de Agentes Comunitários de Saúde. A amostragem foi constituída de 515 entrevistados, moradores da área em estudo. O universo da pesquisa foi constituído por 1000 residências que segundo Arkin e Colton – Tables for Statisticins, deve situar em no mínimo 476 entrevistados para ter uma margem de erro de +/- 5%, e nível de significância de 99.7. Os dados foram coletados através questionários. Os dados quantitativos foram submetidos a cálculos de frequência e porcentagem e apresentados em gráficos elaborados com o auxílio do programa Epi Info 3.5.1 Microsoft office Excel 2007, os resultados foram posteriormente comparados a literatura previamente selecionada referente ao tema.
RESULTADOS:
Observou-se que em 47,14% dos pesquisados possuíam apenas o ensino fundamental, a renda familiar de 31,46% era de um salário mínimo, representando uma baixa qualidade de vida dos moradores. Notou-se que 94% das casas possuíam quintal e em 25,44% desses ficavam alagados em períodos chuvosos evidenciando que as condições insalubres de determinadas residências tem alto poder de disseminação de doenças como a dengue. No tocante ao destino do lixo, embora 88,74% dos moradores afirmaram acondicionar o lixo em sacos amarrados, alguns moradores utilizavam um canal para desfazer-se do lixo doméstico, obstruíndo o fluxo natural de água/esgoto e favorecendo criadouros do Aedes aegypti. 58,83% afirmaram que existem mosquitos em sua residência no qual identificado como Aedes aegypt. A pesquisa mostrou que 19,61% das moradias apresentaram sintomas da dengue. Dentre os possíveis locais de contaminação, 37,62% relataram ter contraído dengue na própria residência, Essa quantidade representa estatisticamente que a cada cinco casas, em pelo menos uma existiu pelo menos um morador que teve dengue. Isso indica uma provável contiguidade em insalubridade ambiental e uma preocupante facilitação na transmissão da doença no bairro.
CONCLUSÃO:
Diante do exposto os Indicadores de Vigilância Ambiental revelaram alguns pontos críticos que necessitam de ações efetivas de saneamento ambiental que expõe a comunidade a situações de risco a saúde pública. Foi possível identificar maior quantitativo de casos de dengue nas áreas onde as condições sanitárias eram precárias, comprovando o pressuposto de que as condições sanitárias e ambientais estão diretamente relacionadas ao nível de saúde alcançado pela população. A partir de tais conclusões, identifica-se a importância da busca pela saúde da população, visto que não se concebe a efetivação de políticas de saúde que não sejam fundamentadas nos mais diversos âmbitos que permeiam a qualidade de vida, dentre elas, destacam-se as condições sanitário-ambientais. Enfim, cabe ao Estado aos profissionais envolvidos no combate à dengue, promoverem ações amplas, que alcancem as singularidades e, ofereça suporte em todos os âmbitos que se configuram a busca pela saúde. Como também, a necessidade de nortear as práticas de educação permanente entre as populações.
Palavras-chave: Indicadores, Ambiente, Aedes aegypti.