63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 4. Educação Básica |
“É GOSTANDO QUE SE APRENDE” - ENSINO DA DANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E FUNDAMENTAL I: UMA EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA QUE TEM FUNCIONADO |
Elaine Izabel da Silva Cruz 1 Aline Helena da Silva Cruz 2 |
1. Esp. / Secretaria da Educação do Estado de Goiás 2. MSc. / Orientadora / Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP |
INTRODUÇÃO: |
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9493/96 (LDB) tornou o ensino da arte componente curricular obrigatório e os Parâmetros Curriculares Nacionais, os PCNs, de 1997, passaram a incluir a dança como disciplina curricular. Após mais de dez anos, ainda há muito que discutir, pesquisar e aprender sobre as possibilidades de trabalhar a dança na escola enquanto arte e educação. No cotidiano das escolas é possível verificar que os alunos não tem um referencial próprio ou regional da dança, suas sequências coreográficas remetem sempre às mesmas figuras. Dançar e vestir de forma diferente do artista do momento é sair da zona de segurança em que se encontram e ter a probabilidade de não mais serem aceitos pelo grupo social que integram. Essa situação torna-se rotina no ambiente escolar porque a maior parte da comunidade escolar e da sociedade ainda não entende que a dança na escola não precisa excluir os movimentos já conhecidos pelos alunos, nem eliminar a cultura que tem influenciado suas histórias de vida. Porém, é preciso ampliá-las. Sendo assim, este trabalho visa compartilhar uma proposta de ensino de dança na escola que tem obtido resultados positivos através das metodologias trabalhadas em uma Escola de Tempo Integral do Município de Goiânia desde março de 2009. |
METODOLOGIA: |
Por meio das aulas objetiva-se o crescimento em nível cognitivo, sócio-afetivo e psicomotor dos 220 alunos da educação infantil e do ensino fundamental I, ciclos I e II. As atividades nas turmas se diferenciam por grau de dificuldade de acordo com a maturidade que elas apresentam durante as aulas. São utilizados momentos lúdicos, atividades que trabalham estabilidade, criatividade, ritmo, musicalidade, sequências coreográficas e história da dança. As aulas com os alunos da turma A (1º ano) iniciam-se de forma lúdica, aguçando a criatividade das crianças e desenvolvendo a psicomotricidade de modo prazeroso. A partir de então, já não há mais diferenças significativas entre as atividades dessa turma para as demais turmas do ciclo I (2º e 3º ano). As próximas atividades são propostas de acordo com o progresso e interesse que as crianças vão apresentando. Ao longo do ciclo I trabalha-se com movimentos locomotores e de estabilidade. As crianças são, ainda, iniciadas no processo criativo da montagem coreográfica e da improvisação, além de experimentarem algumas danças regionais do Brasil. No ciclo II, os alunos estudam sobre os elementos do movimento e amadurecem sua relação com a dança. Para isso, lêem textos, assistem vídeos e experimentam movimentações de diversos estilos de dança. |
RESULTADOS: |
O conhecimento da dança e a vivência diária nesta modalidade artística proporcionou-me experiências de ensino, que me permitiram, nos projetos desenvolvidos na escola, partir da premissa que meu aluno deve gostar da aula de dança, para depois aprender algo sobre ela (dança). Nesse sentido, essa proposta buscou estratégias de ensino com as quais os alunos pudessem se identificar com a dança. Na perspectiva desse trabalho, as possibilidades com as crianças vão além das habilidades motoras relacionadas a determinado estilo de dança. Através do trabalho desenvolvido, verificou-se uma maior interação afetiva e social entre os alunos e corpo docente, além de evolução psicomotora e da maturidade no que pensam ser a dança. O trabalho desenvolvido tem recebido reconhecimento por parte da Secretaria Municipal de Educação sendo, por dois anos consecutivos, exatamente o período de desenvolvimento da proposta, a escola escolhida para apresentação na Mostra Artística Cultural (MAC) do Município de Goiânia. Foi, ainda, convidada em 2011 para apresentar o trabalho desenvolvido na abertura do Jogos Escolares do Município. Esses fatos tem motivado ainda mais os estudantes e o grupo escolar na dedicação a esta modalidade artística que tanto cativa os brasileiros. |
CONCLUSÃO: |
Este trabalho visa compartilhar uma proposta de ensino de Dança na Escola de um trabalho que acontece, desde março de 2009, em uma Escola de Tempo Integral do Município de Goiânia e que tem dado certo. Mas é necessário ao professor de dança capacitação, relação com essa arte fora da sala de aula, buscando entender de que forma seus conhecimentos cooperam ou atrapalham sua prática pedagógica. Os alunos precisam conhecer novas possibilidades do ato de movimentar-se e novos significados da arte e do belo. Entendendo que não é errado gostar ou dançar os movimentos pré moldados pela mídia, porém é preciso enxergá-los com um novo olhar, com novas perspectivas, entendendo a história da dança de sua preferência. Como afirma Laban, a dança, como forma de arte, tem lugar no palco e na recreação, sendo que nas escolas, o que se procura não é a perfeição ou a criação e execução de danças sensacionais, mas o efeito benéfico que a criatividade da dança tem sobre o aluno. Na proposta apresentada, os alunos tem acesso tanto a um ‘palco’ de recreações como a ‘recreações’ no palco. É claro que o exposto aqui não será receita para nenhum professor da área, mas poderá contribuir com outros trabalhos a respeito da dança na escola e para o crescimento da pesquisa nessa área do conhecimento. |
Palavras-chave: Dança, Ensino básico, Dança-arte-educação. |