63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências |
O ENSINO DA DISCIPLINA QUIMICA EM JOÃO PESSOA EM CONSONÂNCIA COM O USO DE LABORATÓRIOS DIDÁTICOS |
Carlos Sérgio Araújo dos Santos 1 Alcídes da Silva Siqueira 2 Jonas Batista de Azevedo 2 Yane Lisset Barreto Vasquez 2 |
1. Prof. Msc/Orientador - Coordenação de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias, IFPB. 2. Coordenação de Licenciatura em Química, IFPB. |
INTRODUÇÃO: |
A disciplina química se fundamenta em aspectos expressivos em níveis macroscópicos, microscópicos e submicroscópicos. Dessa forma, conclui-se que sua essência é de caráter cientifico e, portanto, existem diferentes formas de indução ao processo de ensino-aprendizagem a fim de torná-lo significativo e de interesse mútuo entre discentes e docentes. Os estudantes, por sua vez, evidenciam a importância de aliar a prática à teoria. O fato de se conhecer e entender a aplicação das teorias pode colaborar de maneira significativa ao aprendizado dos mesmos, envolvendo-os com os processos estudados. Entretanto, esse objetivo não é alcançado em grande parte das instituições de ensino no país. Em João Pessoa, essa realidade também é notória, pois um dos fatores que evidenciam o referido desinteresse pelos discentes é o fato da maioria das escolas públicas e/ou privadas não possuírem ou não utilizarem os laboratórios didáticos. Assim, fez-se necessário a realização de um estudo que descrevesse o ensino da química na cidade de João Pessoa ressaltando a utilização de laboratórios didáticos e este também subsidiará educadores no processo educativo especificamente na área da disciplina química quanto à importância dessa ferramenta no mecanismo de ensino-aprendizagem. |
METODOLOGIA: |
A realização desse estudo ocorreu na cidade de João Pessoa no estado da Paraíba no período de Outubro a Dezembro de 2010, e as informações coletadas obedeceram ao processo de amostragem probabilística estratificada. Assim, o nível de confiabilidade da pesquisa é de 95% com margem de erro de 4%. Logo, o tamanho da amostra foi de 600 alunos dos quais, 576 questionários foram validados, pois os demais apresentaram problemas quanto ao preenchimento das perguntas levando a declarações errôneas ou omissões de informações referentes às variáveis. Dessa forma, os referidos dados foram obtidos nas instituições de ensino públicas e privadas da cidade, de modo que o instrumento utilizado para coleta das informações foi uma entrevista corpo a corpo na área interna e também externa das escolas e consistiam de um roteiro semi-estruturado a partir de um questionário com perguntas objetivas e subjetivas. Entre estas, uma que concerne à existência do laboratório didático e a freqüência de uso do mesmo, considerando que tal ferramenta está entre um dos recursos que viabilizam a compreensão de conceitos científicos e a sua aplicabilidade no cotidiano. Foram utilizadas metodologias estatísticas para descrição e análise das variáveis bem como apresentação gráfica e em termos percentuais. |
RESULTADOS: |
De acordo com a metodologia empregada a qual foi utilizada na aplicação de questionários e, posterior, levantamento dos dados, obtivemos informações alarmantes referentes à realidade da educação básica no âmbito educacional na cidade de João Pessoa, da mesma feita em nível nacional. Do total de alunos pesquisados, constatamos que 55,02% afirmaram que suas escolas possuem laboratórios didáticos e, 44,98% garantiram que suas escolas não possuem este recurso, além do mais, apenas aproximadamente 3% desses alunos utilizam realmente o laboratório, sendo assim, tais percentuais evidenciou que embora exista tal ferramenta, a utilização é majoritariamente desvalorizada caracterizando assim, um obstáculo educativo. A essência dessa conclusão é afirmada quando comparada a respeito de outra questão que se referia à análise dos alunos concernente à opinião deles em relação à disciplina química. Os dados obtidos indicam eminentemente que o maior percentual, ou seja, 33% apenas gostam da disciplina. Tal resultado sugere que para mudar essas perspectivas são necessárias novas mobilizações para o ensino da química e, portanto, compreendemos que não há distinção plena com relação à utilização dos laboratórios didáticos em meio às instituições de ensino sejam elas públicas ou privadas. |
CONCLUSÃO: |
Tendo em vista a efetiva necessidade de renovação dos métodos arcaicos no ensino de química, este trabalho desenvolvido evidenciou a problemática existente na percepção e entendimento de conhecimentos químicos pelos alunos e aplicabilidade e importância desta disciplina nos mais diversos contextos. Logo, o uso do laboratório didático fundamenta-se como importante ferramenta no auxílio do processo educativo, pois além de ser um recurso de experimentação gerador de motivações, reflexões e posicionamento crítico, tal ferramenta necessariamente articula os conceitos compreendidos e aproxima os discentes da metodologia cientifica, construindo um elo entre a química e o cotidiano, desenvolvendo competências e habilidades dos mesmos. Por isso, de forma clara e objetiva devem-se encarar as metodologias tradicionais como métodos insuficientes no processo de aprendizagem e conscientizar-se de que se o professor não modificar sua postura em sala, mesmo diante de todos os recursos disponíveis, suas aulas continuarão expositivas e pedagogicamente tradicionais, pois para ocorrer à compreensão dos saberes de forma expressiva devem-se descartar métodos ineficazes e priorizar estratégias inovadoras fundamentadas na racionalidade a fim de induzir a construção dos conhecimentos de maneira concreta. |
Palavras-chave: Ensino-aprendizagem, Laboratório didático, Ensino de Química. |