63ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 1. Áreas Clássicas de Fenomenologia e suas Aplicações
Espectroscopia: Análise do espectro do óleo de Piquiá (Caryocar villosum)
Geysa Negreiros Carneiro 1
Marlize Moreira Pimentel 1
Miyuki Mitsuya 1
Marcenilda Amorim Lima 1
Ragel da Rocha Abreu 1
Manoel Roberval Pimentel Santos 2
1. Discente do Programa de Física Ambiental - UFOPA
2. Prof. Dr./ Orientador - Programa de Física Ambiental - UFOPA
INTRODUÇÃO:
Sabe-se que espectroscopia é o estudo da interação da radiação eletromagnética com a matéria. Assim sendo, a espectroscopia de infravermelho é uma técnica muito utilizada na identificação de compostos orgânicos. Ela pode ser usada para identificar um composto ou investigar a composição de uma amostra. A espectroscopia no infravermelho está ligada ao fato de que as ligações químicas das substâncias possuem frequências de vibração específicas. Para ocorrer absorção a frequência da radiação deve coincidir exatamente com a frequência vibracional natural da molécula. A espectroscopia de infravermelho (IV) mede a freqüência e a intensidade em que uma amostra absorve a radiação infravermelha. Nisso, o espectro de infravermelho representa, através de picos de absorção, a freqüência de vibração dos átomos constituintes do material, o que pode servir pra identificar os componentes químicos ou grupos funcionais da amostra. A intensidade de absorção da amostra relaciona-se com a concentração de um respectivo componente, possibilitando uma análise quantitativa (HEINEN, 2006). Dessa forma, o trabalho teve como objetivo identificar os ácidos graxos presentes no óleo de Piquiá (Caryocar villosum) e apresentar características dos grupos funcionais existentes no óleo.
METODOLOGIA:
O óleo extraído do fruto Piquiá foi levado ao laboratório, onde uma pequena amostra do mesmo foi separada para a realização da medida através do método ATR (reflectância total atenuada). Quando a amostra é colocada no porta-amostra, a radiação infravermelha incide sobre a mesma e, em seguida é detectada em um sensor, que transmite o sinal para um computador. Assim, de posse do espectro de absorção da amostra do óleo, é feita a devida análise para a identificação dos componentes do óleo, a partir de comparações com dados da literatura. Um acessório de reflexão total atenuada opera medindo as mudanças que ocorrem em um feixe de infravermelho que sofre reflexão interna total, ao entrar em contato com a amostra.
RESULTADOS:
Sabendo da existência de diferentes faixas de grupos funcionais, absorção e intensidade na região do infravermelho é que as devidas comparações foram realizadas para a identificação da amostra do óleo de Piquiá. Utilizamos o gráfico transmitância (%) versus número de onda (cm-1) no intervalo de 4000 a 400 cm-1, intervalo característico das amostras no espectro infravermelho. Assim, obtivemos o espectro do infravermelho do óleo de Piquiá e, com alguns grupos funcionais identificados no espectro, foi verificada a presença dos ácidos palmítico e oléico. O espectro da amostra do óleo de Piquiá mostrou que no intervalo de comprimento de onda de 3300 a 2800 cm-1 houve um maior pico de absorção, onde encontramos os grupos funcionais principais característicos da amostra. Houve também outras absorções relevantes mais de menor intensidade, nos quais foram encontrados nos seguintes intervalos de comprimento de ondas: 1800 a 1700 cm-1, 1300 a 1200 cm-1, 1200 a 1000 cm-1, 1000 a 600 cm-1.
CONCLUSÃO:
Através de literaturas encontramos para cada intervalo de absorção um grupo funcional característico, o qual ainda por meio das mesmas foram identificados os ácidos graxos correspondentes aos grupos funcionas dos ácidos graxos majoritários contidos na amostra: ácido oléico e ácido palmítico.
Palavras-chave: Piquiá, absorbância, espectroscopia de infravermelho.