63ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 5. Educação de Adultos
A Brasília que não lê
Arthur Ferreira da Costa Lins 1
Stella Maris Bortoni Figueiredo Ricardo 2
1. Pedagogo/mestrando - UnB
2. Profa. Dra./ Orientadora - UnB
INTRODUÇÃO:
No Distrito Federal, segundo o censo do IBGE 2000, o total de analfabetos é de 83.378. É um número assustador, considerando que o DF apresenta índices de desenvolvimento humano, escolaridade e renda muito superiores à média nacional. Neste trabalho quero apresentar, por meio de pesquisa qualitativa, de caráter etnográfico, quem são esses brasileiros analfabetos residentes no DF. Pesquisei suas histórias de vida e suas redes de relações sociais. Visitei também classes de EJA para conhecer melhor os alfabetizandos e mapear as habilidades letradas que estão adquirindo.
METODOLOGIA:
Minha participação na primeira fase do projeto foi a constituição de um banco de dados de histórias de vida de pelo menos sessenta (60) cidadãos brasileiros adultos, que sejam totalmente analfabetos ou analfabetos funcionais e que tenham migrado de área rural ou rurbana para a área urbana do DF, no decorrer do século XX.
O levantamento de suas histórias de vida e da estrutura de suas redes sociais permitirá conhecer melhor a participação dessas pessoas em práticas sociais de letramento, na sua infância e juventude, no local de origem, e na sua maturidade, na área urbana onde se radicaram.
Para iniciar os trabalhos foi preciso localizar 60 cidadãos, feito isto, cada cidadão foi entrevistado, cada uma das entrevistas foi gravada e cada entrevista foi transcrita, vale dizer que, cada cidadão autorizou a gravação e a utilização das suas histórias para análises e publicações.
A minha participação na segunda fase do projeto, foi fazer uma pesquisa etnográfica em uma sala de aula de EJA (Educação de Jovens Adultos). No período de abril, maio e junho de 2010, visitei o Centro de Ensino Fundamental 206 do Recanto das Emas, cidade onde eu moro, 2 vezes por semana. Nesta escola conheci a Proposta Pedagógica da EJA em sala e o desenvolvimento das atividades abordadas pela professora.
RESULTADOS:
Meus pais e tios maternos e paternos têm o perfil dos sujeitos pesquisados.
A região onde moro tem muitas pessoas com pouca escolaridade ou educação rudimentar.
Esses dois fatores facilitaram na minha sensibilidade em acolher e conhecer esses cidadãos, e o desejo de realizar esta pesquisa.
CONCLUSÃO:
Conclusão da primeira parte da pesquisa: Nessa fase pude realizar 60 (sessenta) entrevistas com cidadãos não-alfabetizados, adultos idosos e passar a conhecer suas histórias de vida, particularmente as circunstâncias que os impediram de se alfabetizar na infância e juventude.Esses dados subsidiaram a elaboração de um artigo em parceria com a minha orientadora.
Conclusão da segunda parte da pesquisa: Nessa fase observei aulas em uma sala de EJA e pude constatar que a matriz de habilidades proposta pelo MEC para o Provinha Brasil não era adequada para os alfabetizandos de EJA. Em vista disso, construí outra matriz, que me permitiu construir uma escala implicacional, em que os alfabetizandos foram distribuídos em função de suas habilidades.
Palavras-chave: Analfabetismo, Classes de EJA, Histórias de vida.