63ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia |
ESTUDOS DE CASOS AGROECOLÓGICOS NO DISTRITO FEDERAL E ENTORNO |
Charlote Emanuele da Silva Sousa 1 Luciano Bernardo Pimentel 1 Vânia Costa Pimentel 1,2 |
1. Curso Superior de Tecnologia em Agroecologia, Instituto Federal de Brasília – Campus Planaltina 2. Profa. Dra./Orientadora |
INTRODUÇÃO: |
A agroecologia, enquanto ciência do campo da complexidade, busca em diversos campos do conhecimento os aportes necessários para, a partir de uma estratégia integradora e sistêmica, proporcionar a transição do modo convencional de agropecuária, de grande impacto ambiental, para formas mais sustentáveis de produção. Assim, uma abordagem agroecológica deve compreender as diferentes dimensões da sustentabilidade: econômica, social, ecológica, política, cultural e ética (Caporal e Costabeber, 2002). Na região do Distrito Federal e Entorno, existem várias iniciativas no sentido de uma transição agroecológica, apresentando diferentes estágios da transição e diferentes condições sócio-economicas, assim como concepções distintas deste processo e como se dá sua inserção nele. Neste trabalho foram realizadas três entrevistas, visando identificar e diagnosticar os parâmetros mais valorizados pelos agricultores e quais suas dinâmicas de produção, além de relacionar estes aspectos com as dimensões da agroecologia. |
METODOLOGIA: |
Primeiramente foi realizada revisão bibliográfica para consolidação dos conceitos que permeiam a Agroecologia, de modo a construir uma base para o entendimento das dimensões desta ciência, possibilitando a posterior análise das experiências à luz destes conhecimentos. Em seguida, buscou-se contactar pessoas que representassem uma diversidade de experiências em agroecologia no DF e Entorno. Para isso, recorreu-se por um lado ao conhecimento pré-existente de experiências de transição agroecológica em assentamentos da reforma agrária, realizando o contato com uma família residente do Assentamento Itaúna(Planaltina de Goiás). Além disso, procurou-se aqueles agricultores que comercializam produtos agrícolas com o rótulo “orgânico”, chegando-se às instituições Associação dos Participantes do Mercado de Produtos Orgânicos de Brasília (Mercado Orgânico) e à Associação de Agricultura Ecológica (AGE), nas quais entrevistou-se pessoas que representassem as organizações. As entrevistas tiveram a duração aproximada de uma hora cada, quando, a partir de perguntas previamente elaboradas como fio condutor, buscou-se compreender a concepção do entrevistado em relação à agroecologia, em suas variadas dimensões. |
RESULTADOS: |
Como resultado foi identificado que as dimensões da agroecologia são abordadas diferentemente pelos entrevistados. As dimensões mais ressaltadas foram a econômica, social e ambiental. Na dimensão econômica a principal diferença é a destinação da produção. Enquanto que a família de assentados prioriza a busca pela autonomia alimentar, os outros entrevistados têm o foco na produção para o mercado. Do ponto de vista ambiental percebe-se uma confluência entre as diferentes visões, pela busca da redução de uso de insumos externos e valorização da biodiversidade, incluindo a diversificação da produção. Na dimensão social os agricultores que têm o foco na comercialização da produção se organizam coletivamente para venda dos produtos. No caso do agricultor assentado o aspecto mais destacado da dimensão social foi a organização familiar em torno produção para a subsistência. |
CONCLUSÃO: |
A partir dos resultados obtidos pode-se concluir que há uma nítida identificação das concepções manifestadas nas falas dos entrevistados com os principios da agroecologia, caractrerizando-os como em processos de transição agroecológica. Ressaltando sempre a preocupação com uma melhor qualidade de vida e procurando dinamizar os processos naturais do meio ambiente, todos os entrevistados estão, cada um dentro da sua lógica, desenvolvendo uma ou mais dimensões da agroecologia. |
Palavras-chave: Agroecologia, Transição, Dimensões. |