63ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 13. Parasitologia - 4. Parasitologia Geral |
Ensino de Ciências e Educação em Saúde: representações sociais de professoras do ensino fundamental da rede pública municipal de São Luís – MA sobre as parasitoses intestinais. |
Natanael Bezerra Monroe 1 Danilo Nunes Santos 1 Fernando Vinícius Pereira de Almeida 1 Pablo Ricardo Ramalho Leite 1 Weyffson Henrique Luso dos Santos 1 Jackson Ronie Sá da Silva 2 |
1. Depto. de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do Maranhão – UEMA 2. Prof. Msc. / Orientador – Depto. de Ciências Biológicas – UEMA |
INTRODUÇÃO: |
As parasitoses intestinais são enfermidades persistentes e, apesar dos investimentos em saneamento básico, maior acesso da população à água tratada e melhoria na aquisição de alimentos de qualidade, essas enfermidades permanecem como um dos mais sérios problemas de saúde pública no Brasil sendo os escolares o público mais atingido pelos parasitos intestinais. Por isso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) fomenta que há a necessidade de se trabalhar essa temática no ambiente escolar. A escola é um espaço privilegiado para se desenvolver ações de educação em saúde a partir de conteúdos e metodologias desenvolvidas no ensino de Ciências. O professor é fundamental nesse processo e torna-se um agente de saúde ao tratar da prevenção das parasitoses intestinais em sala de aula. No entanto, os docentes conhecem essa problemática? O que pensam sobre as parasitoses intestinais? Como percebem a prevenção dessas enfermidades a partir do ensino de Ciências? A pesquisa objetivou conhecer as representações sociais de nove professoras do ensino fundamental de uma escola pública da cidade de São Luís – MA sobre as parasitoses intestinais, assim como compreender suas percepções sobre ações preventivas a partir do ensino de Ciências no ambiente escolar. |
METODOLOGIA: |
A pesquisa se desenvolveu em duas etapas: inicialmente procurou-se conhecer a incidência de parasitos intestinais dos estudantes da escola objeto de investigação. Assim, foram realizados 230 exames parasitológicos de fezes utilizando-se o método de Hofmam, Pons e Janer ou Método de Sedimentação Espontânea para a detecção de cistos de protozoários e ovos de helmintos. A etapa seguinte utilizou os fundamentos teórico-metodológicos da pesquisa qualitativa. Realizaram-se entrevistas semi-estruturadas em formato de Grupo Focal com nove professoras. Os resultados dos exames parasitológicos serviram como guia para a problematização do tema e apreensão das representações sociais. As entrevistas foram gravadas e transcritas. O método da Análise do Conteúdo foi utilizado para a construção das categorias a partir das falas das professoras. A teoria das representações sociais serviu de base para a compreensão das ideias e concepções das docentes sobre parasitoses intestinais e ensino de Ciências contidas nas categorias de análise. |
RESULTADOS: |
O índice de positividade para parasitos intestinais foi de 31,74% (73 alunos). Esta incidência é elevada e sugere que ações educativas devem ser priorizadas. Ao divulgarmos o resultado para as docentes, a intenção foi alertar sobre o problema das parasitoses intestinais assim como compreender suas ideias e concepções acerca do tema. As entrevistas realizadas forneceram as seguintes categorias com suas respectivas representações: “Representações sobre as parasitoses intestinais” (as docentes percebem as parasitoses intestinais como sinônimo de lombrigas), “Representações sobre o processo de transmissão das parasitoses intestinais” (as parasitoses intestinais são transmitidas por água e alimentos contaminados; a falta de higiene é fator de destaque para a transmissão), “Representações sobre sinais e sintomas das parasitoses intestinais” (essas enfermidades causam indisposição, fraqueza e mal-estar), “Representações sobre a prevenção das parasitoses intestinais” (a prevenção se dá principalmente por ações de higiene) e “Pensar a prevenção das parasitoses intestinais a partir do Ensino de Ciências” (pelo ensino de Ciências podem ser desenvolvidas ações de prevenção utilizando-se de diversas metodologias: aulas de campo, seminários, feiras de Ciências, aulas de laboratório). |
CONCLUSÃO: |
Ações em educação em saúde são fundamentais para o controle das parasitoses intestinais. O ambiente escolar é propício para que os aspectos preventivos de tais enfermidades sejam conhecidos. A OMS reconhece e valoriza a escola como agência de saúde, assim como o papel dos professores como cidadãos promotores de saúde. As representações, ideias, concepções e percepções sobre as parasitoses intestinais devem ser conhecidas e valorizadas. Em se tratando de docentes, o impacto é bem maior na medida em que, conhecendo as potencialidade e fragilidades conceituais dos mesmos, podemos investir na sua formação. A maioria das representações expostas pelas professoras apresentava conceitos científicos. Tais conteúdos devem ser utilizados no planejamento de suas ações em aulas que abordem a prevenção das parasitoses intestinais tendo como perspectiva o ensino de Ciências. |
Palavras-chave: Ensino de Ciências, Parasitoses intestinais, Maranhão. |