63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências |
VIVENCIANDO A PRÁTICA: “DEVORANDO A CÉLULA” |
Rozzanna Esther Cavalcanti Reis de Figueirêdo 1 Dário Peixoto Wanderley Júnior 1 Carlos Wagner Costa Araújo 1 |
1. Espaço Ciência e Cultura - Universidade Federal do Vale do São Francisco |
INTRODUÇÃO: |
Os professores e as escolas da educação básica buscam maneiras de ensinar que despertem os interesses dos alunos pelos conteúdos programáticos. Refletindo sobre essa temática, os profissionais do Espaço Ciência e Cultura da Universidade Federal do Vale do São Francisco, em Petrolina-PE, elaboram e desenvolvem atividades interativas para atender tais demandas, através da realização de experimentos acessíveis, os quais possam ser vivenciados nas salas de aulas, onde abordam temas tratados em ciências da natureza a fim de contribuir na formação dos participantes. Ao aliar os conhecimentos celulares teóricos aos desenvolvimentos práticos investigativos, propicia-se a iniciação do alunado no “Mundo Científico”, tornando-os aptos a observarem, experienciarem, indagarem e até mesmo criticarem pilares basais que sustentam a ciência. Com intuito de conhecer a célula em toda sua dimensão dinâmica, estrutural, com suas organelas, como também entender seu funcionamento de forma mais lúdica, este trabalho teve como objetivos: agregar conceitos prático-investigativos aos conteúdos teóricos da Biologia celular; estimular a criatividade ao construir a célula; promover a interação entre os alunos; fomentar o desenvolvimento artístico visual e habilidades motoras dos participantes. Este resumo relata a experiência vivenciada na oficina intitulada: “Devorando a Célula” no ECC, que é um centro de popularização e divulgação da ciência da UNIVASF. |
METODOLOGIA: |
O público atendido estendeu-se da faixa etária dos 5 (cinco) até 18 (dezoito) anos, de forma descontínua, perfazendo um total de 20 alunos. Realizaram-se debates acerca do conteúdo a ser explorado, disponibilizaram-se materiais informativos sobre o assunto, inclusive acesso à internet com os exemplos de células. Construiu-se a célula vegetal, seguindo orientações e informações sobre elas. Colocou-se a fôrma com gelatina transparente sobre a mesa, identificou-se, dentre as guloseimas, as que mais se pareciam com cada organela, moldaram-se os marshmallows a ponto de replicar cada item. Lembrou-se de padronizar a cor das estruturas e formas de acordo com a organela desejada. No decorrer da elaboração celular, debateram-se questões-problema, seguindo a linha investigativa, tais como: “O que é uma célula?”, “Qual é o seu formato?”, “São visíveis a ‘olho nu’?”, “Qual é a sua função?”, “Quais as suas organelas? E suas funções?”, “O que são tecidos? Como são formados?”, “Diferenciar e exemplificar seres vivos dos não vivos”. Após conclusão do modelo, expôs-se e explicou-se a célula elaborada, compararam-se as estruturas manuseadas com as organelas da célula vegetal ilustrativa, atribuindo-lhes nomes e funções. Provocaram-se questionamentos, ideias, hipóteses entre os participantes acerca do material construído, subsidiando as soluções das questões-problema supracitadas bem como suscitando outras. |
RESULTADOS: |
Esse estudo foi realizado de forma aleatória, ou seja, não houve uma preocupação em se definir um grupo específico em categorias etárias ou de séries escolares. Deste modo, por se tratar de uma equipe heterogênea, os conceitos abordados foram adequados para atender tamanha disparidade. Ao aplicar metodologias interativas no ensino da biologia celular, houve um grande envolvimento do alunado, bem como houve também um estímulo para cada um deles buscar, em seu cotidiano, meios de investigar, questionar e atuar na aula de forma intensa e contínua. Ao criar a célula, transformaram-se guloseimas em arte, transcendeu-se do imaginário para o concreto e vice-versa. Ao manusear o material, aguçaram-se as percepções sensoriais: visuais, olfativas, tácteis, palatais, estimulou-se a criatividade, desenvolveu-se a coordenação psicomotora e buscou-se auxiliar na construção de parâmetros comparativos, ao associar e fixar o conteúdo estudado de uma forma “natural” e incomum dentro da realidade escolar vivida por boa parte do alunado. Corroborando com a afirmativa, quando questionados: “a qual estrutura da célula, o pirulito correspondia no nosso protótipo?”, obteve-se a resposta unânime – “o núcleo”. Todos os participantes que já haviam estudado o assunto, em aulas tradicionais, afirmaram “ser mais interessante”, “mais fácil de aprender”, “queria que minhas aulas fossem assim”. Findada a prática, todos os participantes se deliciaram ao consumir as iguarias. |
CONCLUSÃO: |
Diante do exposto, constata-se que é limitante o fato de apenas se conhecer e transmitir ciência tal como uma receita pronta e de resultados pré-concebidos, o conhecimento científico deve ser fruto de construção em conjunto, reflexão, prática e divulgação, sendo assim, há a necessidade de exercerem-se metodologias em salas de aulas agregadoras do conteúdo programático bruto em consonância ao conhecimento construído e vivenciado no decorrer do ano letivo, no qual, avaliem-se os estudantes continuadamente, preparando-os para adentrar no contexto de mercado atual e formando-os, nesta perspectiva, em cidadãos pensantes. |
Palavras-chave: Célula Vegetal, Organelas, Práticas Investigativas. |