63ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 6. Enfermagem Psiquiátrica |
A CAPACITAÇÃO DE TRABALHADORES DE UM SERVIÇO SUBSTITUTIVO DE SAÚDE MENTAL DO INTERIOR DE MATO GROSSO |
Julian Rafael Faoro 1 Paulo Anderson Neves Sousa 2 Luciana Grolli 1 Elionai Santos Silva 2 Alan Cardec Barbosa 1 Queli Lisiane Castro Pereira 3 |
1. Enfermeiro. Pós graduando em Saúde Pública pela Faculdade Montes Belos 2. Enfermeiro. Graduado pela Universidade Federal de Mato Grosso 3. Enfermeira. Pós graduanda em Saúde Pública pela Faculdade Montes Belos 4. Enfermeira. Graduada pela Universidade Federal de Mato Grosso 5. Enfermeiro. Pós graduando em Saúde Pública pela Faculdade Montes Belos 6. Enfermeira. Professora do curso de enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário do Araguaia. |
INTRODUÇÃO: |
O profissional que trabalha diretamente com usuários portadores de transtornos mentais deve estar preparado para lidar com todas as particularidades que surgem no serviço. Girade et al. (2006), comentam que muitas vezes profissionais entram nos serviços de assistência psiquiátrica e acabam se surpreendendo com a falta de conhecimento específico, vivendo uma situação de emaranhamento de papéis que dificulta seu ajustamento.Há necessidade constante de atualização epistemológica, frente as mudanças tecnológicas de nosso tempo, isso faz com que haja reflexão sobre novas estratégias para capacitar profissionais que atuam na assistência psiquiátrica.O profissional que atua espontaneamente na área da psiquiatria, sem formação específica ou aquele que desempenha o seu papel, pois são poucos os especialistas, procura cursos de atualização ou especialização e muitas vezes defronta com barreiras como a sobrecarga de trabalho e a falta de apoio da própria instituição, que gera a desmotivação.Procura-se nesse estudo, conhecer a capacitação de trabalhadores de um Hospital-dia de um município do estado de Mato Grosso para lidar com usuários portadores de transtornos mentais.Para isso, recorremos aos discursos de alguns profissionais que estão inseridos como atores nesse processo. |
METODOLOGIA: |
O corpus do estudo original é de abordagem qualitativa, do tipo exploratório e descritivo. O estudo foi realizado em um Hospital-dia de um município do estado de Mato Grosso. Participaram do estudo treze profissionais do referido Hospital-Dia.O trabalho foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Júlio Muller (HUJM) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) para a avaliação e aprovação. Esse foi analisado e aprovado em reunião realizada no dia 09 de setembro de 2009, sob n° 689/CEP- HUJM/09. Garantiu-se aos sujeitos, o anonimato, o direito de desistir da pesquisa em qualquer momento e o acesso a todos os dados coletados no decorrer da pesquisa. Os dados foram coletados em forma de entrevista semi-estrurutada com auxílio de um gravador digital e instrumento de pesquisa pré-estabelecido. Realizou-se a seguinte pergunta norteadora: “Fale sobre sua experiência e preparo para lidar com os usuários desse serviço. Acha importante a capacitação em saúde mental?”. Para a análise dos dados, primeiramente foram realizadas as transcrições das entrevistas na íntegra e após sucessivas leituras, os dados foram organizados e a análise foi feita através da análise de conteúdo modalidade temática, seguindo os pressupostos de Minayo (2008). |
RESULTADOS: |
Os profissionais acham importante a capacitação e que através dela pode-se sanar dúvidas e relacionar o aprendizado com a prática no serviço. A necessidade de novas capacitações foi verificada, pois há tempo não é disponibilizada no serviço. Os profissionais que estão a mais de dois anos no serviço realizaram atualizações ou capacitações, os recém-chegados não tiveram esta oportunidade. Houve queixa de que as atualizações e capacitações apenas são oferecidas aos profissionais de nível superior e que os de nível médio são deixados de lado, apesar de estarem mais em contato com os usuários. Apesar de alguns profissionais estarem a pouco tempo no serviço relatam estar preparados, com a capacitação provavelmente eles estariam muito mais aptos, mas isso não significou ser um empecilho. Outros profissionais afirmaram estar muito bem adaptados ao serviço e gostarem muito das atividades, e que com a experiência do trabalho diário é possível se adequar cada dia mais com as necessidades dos portadores de transtorno mental e com as do serviço. Houve quem afirmasse ter sentido certa dificuldade, medo ou receio no primeiro contato com o serviço e os usuários. Ao conhecer a realidade e a personalidade dos usuários eles mudaram sua concepção. |
CONCLUSÃO: |
Percebeu-se que muitos dos profissionais que trabalham nesse serviço substitutivo de saúde mental, não possuem capacitação, atualização, especialização e o serviço não disponibiliza programas de educação continuada ou permanente. Sugere-se que as atualizações contemplem os profissionais de nível médio assim a equipe do hospital-dia estará apta a aprimorar suas atividades e a eliminar barreiras que ainda emergem no serviço. Apesar das pluralidades negativas do serviço, no que tange a capacitação,os profissionais conseguem realizar suas atividades. |
Palavras-chave: Saúde Mental, Hospital-dia, Enfermagem Psiquiátrica. |