63ª Reunião Anual da SBPC

E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade

ATIVIDADE “IN VITRO” DE PRODUTOS ALTERNATIVOS NO CONTROLE DE Sclerotium rolfsii Sacc.

Erivanda Silva de Oliveira 1 Ingrid Bernardo de Lima 2 Francisca Nívia Teixeira da Silva 3 Arivaldo Braga dos Santos 4 Israel Lopes de Andrade 5 Maria Nenmaura Gomes Pessoa 6

1. Depto. de Fitossanidade, Universidade Federal do Ceará-UFC 2. Depto. de Fitossanidade, Universidade Federal do Ceará-UFC 3. Depto. de Fitossanidade, Universidade Federal do Ceará-UFC 4. Depto. de Fitossanidade, Universidade Federal do Ceará-UFC 5. Depto. de Fitossanidade, Universidade Federal do Ceará-UFC 6. Profa. Dra/Orientadora - Depto. de Fitotecnia/CCA-UFC

INTRODUÇÃO:

O Sclerotium rolfsii Sacc. é um fungo de solo, altamente polífago, que afeta um grande número de hospedeiros dispersos no mundo, principalmente na região tropical, ocasionando doenças como tombamento e mofo branco. Os sintomas podem se manifestar através do tombamento de mudas, podridão do colo e raízes, resultando em murcha e posterior morte da planta. O patógeno, uma vez no solo, é capaz de sobreviver na ausência do hospedeiro através da produção de escleródios, suas estruturas de resistência. O controle da doença se torna difícil devido a permanência dos escleródios por longo tempo no solo sob condições ambientais adversas. O uso de produtos químicos há muitas décadas, vem sendo adotado na agricultura convencional quase que exclusivamente com aplicações continuadas e em larga escala. Apesar da eficiência comprovada e facilidade de aplicação, deve-se considerar que em longo prazo os químicos tornam-se prejudiciais para o ambiente, o homem e animais. Atualmente a agricultura vem buscando métodos alternativos para o controle de doenças, considerando o aspecto econômico, ambiental e a própria saúde humana em substituição aos químicos. Diante disto foi desenvolvido o presente estudo objetivando avaliar a eficiência de extratos aquosos e óleos essenciais vegetais, indutores de resistência e substâncias antissépticas no controle de Sclerotium rolfsii.

METODOLOGIA:

Os ensaios visando à seleção de métodos alternativos para o controle do S. rolfsii Sacc. foram conduzidos no Laboratório de Micologia e Patologia de Sementes do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal do Ceará, durante os meses de janeiro à março de 2011, tendo-se avaliado a atividade fungitóxica de extratos aquosos e óleos essenciais vegetais de alecrim-pimenta (Lippia sidoides) e cravo-da-índia (Caryophyllus aromaticus), de indutores comerciais e substâncias antissépticas. Os testes foram conduzidos in vitro em meio BDA, nas concentrações de 2,5; 5, 10, 15 e 20 mL de cada extrato; 25, 50 e 100 µL de cada óleo; 0,3 g e 300 µL dos indutores ácido salicílico e fosfito e 0,1 g, 25 mL dos antissépticos sorbato de potássio e NaCLO, respectivamente. Placas contendo apenas BDA + Tetraciclina (50 µg.mL-1) foram usadas para efeitos comparativos. Todos os tratamentos foram distribuídos em delineamento inteiramente casualizado com cinco repetições cada, incubadas a 28 ± 2o C e fotoperíodo de 12 h durante sete dias. A atividade fungitóxica dos produtos testados foi determinada sete dias após instalação do experimento, por meio da medição do diâmetro das colônias do patógeno, em cada tratamento, sendo os resultados expressos com base no percentual de inibição do crescimento micelial.

RESULTADOS:

Os dados da avaliação in vitro dos extratos aquosos vegetais sobre a percentagem de inibição do crescimento micelial de S. rolfsii demonstraram que o cravo-da-índia a 20 % foi o produto mais efetivo, inibindo em 100 % o crescimento micelial do patógeno. Resultados semelhantes foram obtidos quando da utilização dos óleos vegetais de alecrim-pimenta e cravo-da-índia, em todas as concentrações testadas, inibindo completamente o crescimento do fungo. Com relação ao efeito dos indutores de resistência sobre S. rolfsii verificou-se que apenas o ácido salicílico apresentou ação fungicida sobre o inibindo em 100 % o crescimento do mesmo. Efeitos similares foram observados pela utilização de substâncias antissépticas, sorbato de potássio e hipoclorito de sódio, com percentuais de inibição de 85,8 % e 100 % de respectivamente. Estes resultados são considerados promissores e suscitam a necessidade da realização de estudos posteriores visando o controle do patógeno in vivo.

CONCLUSÃO:

O extrato aquoso de cravo-da-índia na concentração de 20 % e óleos essenciais de alecrim-pimenta e cravo-da-índia, ácido salicílico e o hipoclorito de sódio demonstram excelente atividade antifúngica sobre S. rolfsii in vitro, reduzindo em 100 % o crescimento micelial. Estes estudos demonstram que tais métodos podem apresentar potencial como fontes alternativas de substâncias com ação fungicida ao controle de S. rolfsii e o seu estudo poderá contribuir para a redução dos problemas ocasionados pelo patógeno na agricultura. Para tanto, novas pesquisas deverão ser realizadas visando avaliar, também, o potencial fungitóxico dessas substâncias in vivo na perspectiva de seu emprego futuro em larga escala.

Palavras-chave: Sclerotium rolfsii, Escleródios, Controle alternativo.