63ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 13. Serviço Social - 3. Serviço Social da Educação
EDUCAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS: DA CONSCIENTIZAÇÃO À PREVENÇÃO DOS ALUNOS – ESTUDO EM UMA ESCOLA CONFESSIONAL EM BELÉM DO PARÁ.
Juliana Cordeiro Modesto 1
Kátia Raquel Ferreira da Silva 1
Heliana Baia Evelin 2
1. Graduanda / Autora - Faculdade de Serviço Social - UFPA
2. Profa. Dra. / Orientadora - Faculdade de Serviço Social - UFPA
INTRODUÇÃO:
Adolescentes estão diariamente expostos a mensagens implícitas ou explícitas sobre sexualidade e as interpretam a sua maneira. Sejam elas educativas ou não, podendo responder diferentemente a mesma mensagem. Aos olhares de REICH (1984), tais condições são determinadas social, educacional, econômica e moralmente assim como pela gratificação das necessidades. Desta forma, faz-se concebível uma equipe multidisciplinar no âmbito escolar. Incumbida de atender as demandas existentes, responsável por desenvolver ações que levem em conta o aprendizado, a valorização da identidade dos (as) educandos (as) e da sua relação homem/mundo, fazendo-se valer da construção de uma cultura de prevenção, situando os alunos quanto a problemas que envolvam a questão da sexualidade (DST´s, gravidez na adolescência, aborto, etc.). O trabalho apresentado a seguir objetivou compreender o ponto de vista de alunos sobre a importância de um espaço de discussão sobre sexualidade que contribua para que as pessoas se descubram como sujeitos de suas vidas, buscando o entendimento da totalidade do ser humano, fazendo com que a escola do séc. XXI repense a concepção de ser humano, reconhecendo-o como um sujeito potencialmente resiliente.
METODOLOGIA:
Foram pesquisados um assistente social e 28 alunos da 8ª série (faixa etária de 12 a 16 anos) de uma instituição particular católica. Os dados foram obtidos por meio de: entrevista semiestruturada com o assistente social na sala do profissional onde o mesmo respondeu diversas perguntas a cerca do seu fazer profissional na instituição e da sua compreensão sobre a importância da inserção da educação sexual nas escolas; aplicação aos alunos de um questionário composto por 10 afirmativas das quais cabia-lhes classificá-las quanto certo ou errado e 3 questões subjetivas abordando três eixos: inserção da educação sexual nas escolas; legalização do aborto; instalação de máquinas distributivas de preservativos nas escolas. O questionário foi aplicado pelas pesquisadoras em sala de aula, em horário de intervalo, mediante o acompanhamento da coordenadora pedagógica da escola.
RESULTADOS:
Dos 28 alunos, 16 são meninas e 12 meninos; 27 nasceram no município de Belém e 1 no município de Abaetetuba; 23 são católicos, 3 protestantes e 2 não informaram a sua religião; todos são solteiros. Constatou-se que os alunos possuem informações consistentes sobre sexualidade, porém este conhecimento advém de uma construção histórica, cultural, social e econômica que aborda a sexualidade na sociedade brasileira como uma dimensão puramente comportamental, reforçando um construto reducionista, racional e estigmatizado da pessoa humana. Quanto a entrevista realizada com o assistente social, verificou-se que o mesmo segue a vertente tomista empregando a concepção homem/ mundo no seu fazer profissional, enfatizando dentro da instituição de ensino a necessidade do fortalecimento integral do ser humano (cidadania, valores e defesa dos direitos humanos). O profissional expressa com clareza sua preocupação a respeito do tema.
CONCLUSÃO:
A partir de 1996 as escolas passaram a contar com um grande aliado em termos educativos: os Parâmetros Curriculares Nacionais, elaborados pelo Ministério da Educação, onde obteve apoio de diversos especialistas, podendo ser de grande utilidade não só para a implantação dos conteúdos de Sexualidade e Saúde Reprodutiva, como para a discussão de princípios democráticos (dignidade da pessoa humana, igualdade de direitos, participação e co – responsabilidade social). Deste modo, a escola precisa ser reavaliada em suas práticas para atender os desafios a uma reflexão mais abrangente quanto à questão dos valores, que devem ser reconstruídos não apenas voltados à formação pessoal, mas tendo em vista o resgatar da própria sociedade mergulhada em desigualdades, violência, criminalidade, injustiça, depredação individual, coletiva, planetária. É possível – uma vez que, os agentes educativos tendem a estar inseridos no contexto social – a possibilidade do desenvolvimento de posturas éticas adequadas a um novo olhar, menos individualista, mais solidário, contextualizado, prático, instigante e principalmente mais social.
Palavras-chave: Serviço Social Escolar, Sexualidade, Equipe multidisciplinar.