63ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 8. Demografia - 6. Política Pública e População
REPRESENTATIVIDADE SOCIAL: UMA PERSPECTIVA DOS ARTESÃOS DE ANTONINA
Rosilaine Vinharski 1
Nágila Cristina Alves 1
Mayra Taiza Sulzbach 2
1. Graduanda Gestão Pública/PET Litoral Social/UFPR/Setor Litoral
2. Profa. Dra./Orientadora/Tutora UFPR/Setor Litoral
INTRODUÇÃO:
O município de Antonina, localizado no litoral do estado do Paraná, possui uma população de 18.891 habitantes (IBGE, 2010), destes, 7.356 estão entre a população economicamente ativa (IBGE, 2010). A população ocupada segundo atividades econômicas é de 2.555 ocupados (MTE/RAIS, 2010). Portanto, o emprego formal registrado no Município é de 34,73% da população, ou seja, 65,27% de desempregados formais, o que justifica o alto nível de trabalho informal no município. A partir desse quadro de exclusão econômica, nota-se que a atividade de artesanato é uma alternativa à geração de renda no local.
A fim de auxiliar a permanência destes na economia local, um projeto de acompanhamento apoiando a iniciativa artesã é estruturado. O grupo estuda a economia solidária voltada ao artesanato, atrelando a riqueza histórica e arquitetônica que a cidade proporciona ao turismo, com a geração de trabalho e renda, além das relações e cooperação e representatividade social do grupo adquire.
Neste sentido, este artigo, objetiva descrever como se fundamenta a Economia Solidária, quais seus benefícios para os grupos sociais que praticam, e paralelamente descrever a trajetória de um empreendimento solidário no município de Antonina, destacando a dimensão política da economia.
METODOLOGIA:
O projeto de pesquisa ação denominado “Artesanato com identidade territorial do litoral do Paraná” ao buscar fortalecer as relações de cooperação entre artesãos, bem como facilitar o acesso a tecnologias produtivas e organizacionais, possibilitando ampliação de mercados, através do conhecimento de organizações que deram certo, bem como melhoria da produção apoiando a busca do conhecimento de quem pode apoiar, busca fundamentalmente, apoiar os artesãos do Litoral do Paraná a continuar sua produção, ampliando mercado e possibilitando condições de sobrevivência, para tal, os pesquisadores e executores partem da busca do conhecimento científico, através de referências bibliográficas do que é Economia Solidária.
O segundo passo da pesquisa ação foi levantar e conhecer os artesãos do local, para tal utilizou-se de uma pesquisa com apoio de questionário semi-estruturado.
Paralelamente, foram articuladas as instituições de apoio ao artesanato, bem como o poder público município, onde juntamente com os artesãos estabeleceu-se uma parceria.
Reuniões semanais de fortalecimento do grupo, cursos de qualificação e reuniões em conjunto com o poder público municipal efetivaram os resultados positivos do Projeto.
RESULTADOS:
O Projeto inicia em janeiro de 2009, com a aplicação dos questionários. Paralelamente o grupo realizava suas pesquisas bibliográficas. Em agosto de 2009, após levantamento das capacitações necessárias estas tiveram início, aproximadamente oito cursos até julho de 2010, contemplando entre estas as de cooperativismo e associativismo.
As parcerias com a EMATER e Prefeitura Municipal se mantiveram após termino das capacitações. As reuniões e discussões com o propósito do fortalecimento do grupo continuaram e após uma tentativa frustrada de implantação do K / espaço comum de vendas junto a Estação Ferroviária do Município, a qual deveria ocorrer em Julho daquele ano, paralelamente ao Festival de Inverno, a partir do mês de outubro de 2010, a comunidade artesã passou a realizar suas atividades mercantis no local, com a Exposição e a Feira de Natal, do mesmo ano. Passado a referente data festiva, os artesãos optaram por seguir as normas de exposição propondo um Regimento Interno elabora conjuntamente com a equipe do Projeto Artesanato.
Nota-se a crescente representatividade política e democrática que o Grupo adquiriu durante o processo empírico, devido principalmente sua proximidade e constante articulação com o órgão de administração direta do município.
CONCLUSÃO:
Anteriormente a efetivação do Projeto destaca-se que não existia um elemento integrador entre os artesões, considerando que os produtos são desenvolvidos de forma individualizada, já que o processo de produção não exige um local específico à produção, a produção é realizada na residência de cada artesão e a venda nem sempre era realizada em locais específicos como feiras e casas comunitárias de artesanato, muitas vezes é estes são deixados em consignação em lojas de conhecidos.
O projeto de pesquisa ação ao auxiliar a organização da atividade local, buscando apoio junto às instituições interessadas em formar uma rede de trabalho integrada, valorizou o produto com vocação do território, valorizando as condições sócias ambientas local relacionada à atividade.
Como se pode perceber, a execução do projeto ocorreu no médio prazo, onde as ações foram desenvolvidas em vários encontros de discussões com os artesões, cujo foco sempre foi o fortalecimento do grupo, para que os mesmos passassem a atuar de forma organizada e articulada. Acredita-se que além das articulações e capacitações técnica para a elevação da qualidade dos produtos, ocorreu melhoria de renda deste, possibilitando uma melhor qualidade de vida, ao mesmo tempo em que se incentivou os saberes locais, cujo foco é a alternativa econômica diferenciada daquelas impostas pelo sistema hegemônico vigente, como forma de desenvolvimento.
Palavras-chave: Economia Solidária, Artesanato, Representatividade Política.