63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
MICOSES SUPERFICIAIS EM ATLETAS DE UM TIME DE FUTEBOL DA CIDADE DE MACEIÓ – AL
Mariana Moreira Alves 3
Déa Vanderlei Tenório Neta 3
Meclycia Shamara Alves 3
Maria Anilda dos Santos Araújo 2
Aryanna Kelly Pinheiro Souza 1
1. Profa. Msc./Orientadora - Faculdade de Ciencias Biologicas e da Saude, FCBS - CESMAC
2. Profa. Dra/Co-orientadora- Faculdade de Ciencias Biologicas e da Saude, FCBS - CESMAC
3. Graduanda de Biomedicina do Centro Universitário CESMAC
INTRODUÇÃO:
As micoses superficiais ou dermatomicoses são infecções fúngicas localizadas nas camadas superficiais da pele e anexos, bem como nas mucosas e zonas cutâneo-mucosas. Podem ser causadas por fungos filamentosos, geralmente os dermatófitos, como também por leveduras como Candida spp. e Malassezia spp., que tem afinidade pelas camadas do estrato córneo. Estão relacionadas a fatores predisponentes, tais como higiene, alimentação, profissão, indumentária, esportes e outros. Além da questão do contágio, perpetuando a infecção fúngica na coletividade, as limitações funcionais nas práticas esportivas podem se constituir em sério problema para o desempenho da equipe. Portanto, o diagnóstico laboratorial, a profilaxia, o tratamento e o esclarecimento favorecem a saúde necessária para o exercício da profissão. A destacada importância de doenças causadas por fungos em regiões tropicais, bem como a escassez de dados sobre a ocorrência de micoses superficiais em atletas no estado de Alagoas, justifica a necessidade de pesquisa nesta área, podendo refletir no aumento de conhecimentos sobre a dimensão do problema e contribuir para adoção de medidas preventivas com a perspectiva da melhoria da recuperação e manutenção da saúde.
METODOLOGIA:
Participaram da pesquisa os atletas com manifestações clínicas sugestivas para dermatomicoses e que apresentaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) assinado pelo responsável. Os atletas que não apresentaram manifestações clínica sugestiva de dermatomicoses ou os que não apresentaram o TCLE assinado pelo responsável foram excluídos da pesquisa. A depender da localização corporal das dermatomicoses, as amostras clínicas podem ser escamas epidérmicas, escamas ungueais, pelos, outras. A obtenção das amostras clínicas foi realizada através da escarificação com auxilio de bisturi estéril e acondicionadas em placas de Petri previamente esterilizadas e/ou através da técnica de Porto. Levando-se em conta o local da lesão e as características desta.Para o exame direto, as amostras foram analisadas coradas com Azul de Metileno ou clarificadas com KOH a 20% e observadas ao microscópio com objetiva de 10X. As culturas foram realizadas no meio Ágar Sabouraud acrescido de 50mg/L de cloranfenicol, contido em placas de Petri, as quais foram mantidas a temperatura ambiente (28 ± 2ºC) por um período de até 20 dias.
RESULTADOS:
Participaram desta pesquisa 63 atletas entre 13 e 18 anos oriundos de um time de futebol da cidade de Maceió – AL, destes 33 apresentarem lesões sugestivas de dermatomicoses, cuja avaliação clínica dermatológica foi realizada pelo médico do time de futebol e pelos pesquisadores do projeto. A coleta das amostras clínicas foi realizada, de forma reservada, no ambulatório médico do clube de treinamento. Foi realizado exame direto em 100% das amostras (33), sendo que em 48,5% (16) também foi feita a cultura. Das amostras sugestivas de pitíriase foram encontradas leveduras de Malassezia sp e dermatoftoses no exame direto somando 62,5% dos casos positivos. Dentre as amostras sugestivas de onicomicoses foram identificadas estruturas características de Candida sp. que, posteriormente, confirmou-se através do exame de cultura, somando 37,5% dos casos positivos. Embora não existam muitos estudos epidemiológicos referentes a incidência de dermatomicoses, alguns autores apontam como adultos jovens do sexo masculino como faixa etária predominante. Um estudo de 2010 realizado com atletas futebolistas entre 18 e 30 anos indicou prevalência de lesões causadas por fungos de 21,7%, enquanto o indicie de incidência revelado em nossa pesquisa é de 24,5%.
CONCLUSÃO:
Os dados da pesquisa demonstram um elevado número de atletas adolescentes infectados por micoses superficiais, visto que o grupo estudado não está inserido na faixa etária de maior prevalência. Estes índices refletem cuidados inadequados com a higiene pessoal, e podem ser atribuídos ao uso de chuteiras apertadas, banhos em locais públicos, repetidos traumas na mesma área, contato prolongado com umidade, neste caso o uniforme, além de fatores nutricionais, visto que os fungos são patógenos oportunistas sendo raros os casos em que há fixação no estrato córneo integro. A depender do local das lesões o atleta pode apresentar limitações funcionais na pratica esportiva, pois quando estas se encontram nas regiões dos pés e das unhas podem acarretar um sério problema para o desempenho do individuo e consequentemente para equipe desportiva. Desta forma o diagnóstico precoce, cuidados com higiene pessoal, boa alimentação e a profilaxia são fatores essenciais para que o atleta evite contaminações por agentes oportunistas e tenha condições para um melhor rendimento desportivo.
Palavras-chave: Dermatomicoses, Atletas Adolescentes, Micoses Superficiais.