63ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial
ALUNOS ESPECIAIS NA VISÃO DOS PROFESSORES
Rosiany Cortês Brito 1
Eliza Moura Pereira da Silva 2
Mariane Cristine Baicere Queiroz 3
1. Graduação - Instituto de Educação - UFMT
2. Graduação - Instituto de Educação - UFMT
3. Graduação - Instituto de Educação - UFMT
INTRODUÇÃO:
O presente trabalho surgiu da experiência adquirida no decorrer de uma observação realizada na escola da rede municipal de Cuiabá, EMEB Antônio Ferreira Valentim, durante o módulo de Projetos Integradores e Prática Docente III, do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Mato Grosso. Durante a observação tivemos contato com um aluno especial, o que fez-nos atentar para a questão da educação especial na perspectiva da relação entre o professor e os alunos especiais. Assim, propomos uma investigação sobre o tema da Inclusão, voltando nosso olhar para a percepção dos professores com relação ao aluno especial, com intuito de observar e analisar as possíveis diferenças (ou não) das visões acerca desse aluno dos professores que lidam diretamente (em sala de aula) com a situação e dos que não.
METODOLOGIA:
Realizamos uma pesquisa de campo exploratória, que compreende entrevistas, com roteiro semiestruturado, aplicadas com quatro professoras de duas instituições da rede pública municipal de Cuiabá, Antônio Ferreira Valentim e Ana Luiza Prado Bastos. Vale ressaltar que, inicialmente, tínhamos a proposta de entrevistar um número mais significativo de professores, no entanto, devido aos imprevistos ocorridos no período de investigação, relacionados à disponibilidade das escolas e dos próprios professores, reduzimos para quatro o número de sujeitos participantes deste estudo. Por meio dos dados coletados durante as entrevistas e do aporte teórico de autores como Saraiva, Ferreira e Guimarães e documentos legais como a Declaração de Salamanca (1994), temos o objetivo de apresentar as observações e análises das visões acerca do aluno especial por parte das professoras, buscando constatar se a existência de um aluno especial em sala de aula interfere na forma como o professor enxerga esse aluno. Assim, buscamos conhecer um pouco sobre a prática docente voltada para o aluno especial nas escolas da rede municipal de Cuiabá, com vistas a compreender as concepções dos professores a respeito do aluno especial e entender um pouco mais sobre o universo delicado e complexo da inclusão.
RESULTADOS:
A análise dos dados proporcionou-nos a percepção de que as visões das professoras acerca do aluno especial são carregadas, muitas vezes, de paradigmas e concepções construídos historicamente. Não buscamos, com essa pontuação, criticar os sujeitos participantes da pesquisa, mas apenas mostrar que a “deficiência” e o “aluno especial” ainda são assuntos um tanto quanto desconhecidos, permeados de mitos, crenças e tabus, e, por isso, podem causar aversão e/ou desconforto. Dessa forma, por se tratar de um assunto delicado e que mobiliza questões internas de cada indivíduo (FERREIRA e GUIMARÃES, 2003), é que se fazem indispensáveis as discussões sobre o tema, para que possamos, assim, caminhar sempre em direção a uma educação efetivamente inclusiva.
CONCLUSÃO:
Ser o responsável pela aprendizagem de crianças significa ter em mãos uma tarefa complexa que, para ser realizada com sucesso, exige dedicação e amor pelo trabalho docente, além de uma bagagem ampla de conhecimento, que constitui a base primordial para toda a prática eficiente e, sobretudo, significativa. Assim, verificamos que o conhecimento dos professores é construído, em sua maioria, pela própria predisposição dos mesmos em conhecer e compreender melhor os assuntos que envolvem o aluno com necessidades especiais. As situações que permeiam o trabalho de inclusão desse aluno são delicadas e, por isso, tornam a prática pedagógica ainda mais complexa, sendo agravada pelo apoio, ainda precário, oferecido às escolas e aos professores, pela Secretaria de Educação Municipal. Por fim, evidenciamos que o fato de ter, ou não, um aluno especial em sala não influencia, de forma significativa, na maneira como o professor enxerga esse aluno. Na realidade, pudemos perceber que as mudanças nas visões acerca do aluno especial decorrem na medida em que o professor estuda sobre o assunto e adquiri experiência na área. Por isso, ressaltamos a importância das discussões e estudos voltados para a Educação Especial e a Inclusão, para que continuemos caminhando em direção a uma educação inclusiva.
Palavras-chave: Aluno especial, Professores, Visões.