63ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia |
TEOR E QUALIDADE DE ÓLEO E PROTEÍNA EM GERMOPLASMA DE SOJA CULTIVADO NA REGIÃO CENTRAL DO BRASIL |
Ana Letycia Basso Garcia 1 João Batista Duarte 2 Keyla de Oliveira Ribeiro 3 Luiz Antônio Cardoso Júnior 4 Patrícia Fungaro 5 |
1. Bolsista de iniciação científica (PIBIC-UFG/CNPq). Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos, Universidade Federal de Goiás (UFG). 2. Professor orientador. Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos / UFG. 3. Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Agronomia /UFG. 4. Acadêmico do Curso de Agronomia, Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos / UFG. 5. Acadêmica do Curso de Agronomia, Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos / UFG. |
INTRODUÇÃO: |
A soja é uma planta com alto teor de proteína no grão, em média de 30% a 45% e, por isso é largamente utilizada na alimentação humana, principalmente em países orientais, assim como na produção de rações animais, a partir do farelo. Outra característica importante do grão de soja é a qualidade e a quantidade de óleo, em média 18%, que é utilizado como matéria-prima na indústria alimentícia. Em decorrência da alta demanda, em virtude do alto valor nutricional da soja, foi desenvolvida a soja RR, que é resistente ao herbicida glifosato, visando aumentar a viabilidade da cultura. Hoje, a cultura da soja RR, corresponde a 61% da área global cultivada com produtos geneticamente modificados. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) recomenda garantir a segurança dos organismos geneticamente modificados, a partir da análise das características químicas do material transgênico comparadas ao convencional. Em caso de divergências, o alimento geneticamente modificado pode não satisfazer a necessidade de determinada população de consumidores. Neste contexto, com o presente trabalho objetivou-se avaliar os teores de óleo e de proteína, no grão, em cultivares de soja convencionais e transgênicas recomendadas para cultivo na região central do Brasil. |
METODOLOGIA: |
O experimento foi conduzido em vasos, de maneira que treze cultivares puderam ser avaliadas em condições de telado, na época normal de cultivo (outubro/2009 a abril/2010), em Goiânia, Goiás. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com três repetições. Foram avaliadas treze cultivares de soja (tratamentos), sendo dez delas correspondentes a cinco cultivares convencionais e suas respectivas versões transgênicas, mais três outras cultivares para as quais não se conseguiu a respectiva versão (Tabela 1). A determinação do teor de proteína foi realizada pelo método Kjeldahl, e o teor de óleo pelo método de Soxhlet. Os dados foram submetidos à análise de variância, com desdobramento dos efeitos de tratamentos para avaliação dos contrastes de interesse, dirigidos à comparação das versões convencionais e transgênicas, dentro de cada cultivar. |
RESULTADOS: |
Os resultados revelaram que há diferenças nos teores de óleo e de proteína entre as cultivares. Quanto à comparação entre cultivares convencionais e transgênicas, em média, não se observaram diferenças significativas (p>0,05) nesses teores. Todavia, ao se avaliar esse contraste dentro da mesma linhagem essencialmente derivada, as diferenças apareceram (p<0,05); porém, ora a favor da versão convencional, ora a favor da versão transgênica. Em teor de óleo, a cultivar EMGOPA 315 apresentou média superior na sua versão convencional (17,6% contra 15,3%); enquanto a cultivar EMGOPA 316, na versão transgênica (19,6% contra 16,7%). Quanto ao teor protéico, ambas as cultivares com diferença significativa para esse contraste tiveram médias superiores nas suas versões transgênicas: Luziânia (41,3% contra 39,7%) e EMGOPA 302 (38,4% contra 36,9%). Essa variação entre as versões convencional e transgênica da mesma linhagem, muito provavelmente é resultante do processo de introgressão do gene de resistência ao glifosato (CP4EPSPS). Entretanto, não se pode atribuir essa diferença inteiramente à ação deste gene. |
CONCLUSÃO: |
É possível concluir que existem diferenças entre os teores de óleo e/ou de proteína entre as cultivares de soja recomendadas para cultivo na região central do Brasil. Quanto à comparação entre cultivares convencionais e transgênicas, em média, não se observa diferenças nos seus teores de óleo e proteína. Entretanto, ao se avaliar este contraste dentro da mesma linhagem essencialmente derivada, as diferenças aparecem; ora em favor da versão convencional, ora em favor da versão transgênica. |
Palavras-chave: Soja, Óleo, Proteína. |