63ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 4. Química de Produtos Naturais
ATIVIDADES INSETICIDAS DE COMPOSTOS PRESENTES NAS FLORES DE Vochysia eliptica.
Amauri Alves de Souza Júnior 1
Geisel Hudson Grazziotti 2
Fernando Petacci 3
Silvia de Sousa Freitas 4
Wagner de Souza Tavares 5
Ivan Cruz 6
1. Aluno IC - Curso de Química, UFG, Campus Catalão, Catalão/GO.
2. Aluno IC - Curso de Química, UFG, Campus Catalão, Catalão/GO.
3. Prof. Dr./Orientador - Curso de Química, UFG, Campus Catalão, Catalão/GO.
4. Profa. Dra./Orientadora - Curso de Química, UFG, Campus Catalão, Catalão/GO.
5. Aluno PG - Departamento de Fitotecnia, UFV, Viçosa/MG.
6. Pesquisador - Embrapa Milho e Sorgo, Sete Lagoas/MG.
INTRODUÇÃO:
Spodoptera frugiperda é uma das pragas que causam danos significativos, principalmente na cultura do milho. Em função das perdas no processo de produção, a utilização de inseticidas sintéticos é uma das causas para a seletividade de espécies, contaminação ambiental e dos alimentos. Nos últimos anos, o desenvolvimento de inseticidas botânicos tem sido o foco para muitas pesquisas, na busca de uma produção agrícola sustentável, devido à menor toxidade destes compostos e persistência no ambiente. Vários inseticidas botânicos provenientes de extratos de Azadirachta indica e espécies de Asteraceae indicaram eficiência no controle de lagartas de Spodoptera frugiperda. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito inseticida do extrato das flores de Vochysia eliptica sobre lagartas de S. frugiperda.
METODOLOGIA:
Flores de V. eliptica foram coletadas no cerrado de Catalão (GO). Para a fabricação dos extratos, as flores foram secas em estufa com circulação de ar a 40oC, e posteriormente, extraídas com etanol a temperatura ambiente, num período de sete dias.
Oito gramas de dieta artificial líquida foram colocados por copo plástico de 50mL (3,2cm de diâmetro inferiorx5,0cm de diâmetro superiorx3,5cm de altura) e deixados secar por um dia. Os extratos foram diluídos em etanol a 1% (massa de extrato/volume de etanol) e 0,2mL foi aplicado por copo com a dieta, e mantidos por 40 minutos em temperatura ambiente para evaporação do álcool. Lagartas de três dias de idade de S. frugiperda foram individualizadas por copo com dieta e extrato, e fechados com tampa acrílica. O delineamento experimental foi, inteiramente, casualizado com 24 repetições (temperatura=24±1oC, a 70±10% de umidade relativa e 12 horas de fotoperíodo). O mesmo procedimento foi realizado apenas com dieta (testemunha). A mortalidade das lagartas de S. frugiperda foi avaliada diariamente, e lagartas sobreviventes, após o décimo dia foram mortas com etanol 70% para obter medições de cápsula cefálica, comprimento e peso corporal. Os dados foram corrigidos e a eficácia calculada segundo a fórmula de Abbot.
RESULTADOS:
O percentual de mortalidade das lagartas de S. frugiperda para o tratamento foi de 67%, contra 4,17% para as lagartas sem tratamento (testemunhas), com eficácia de 60%. Dessa taxa de mortalidade, 62% das lagartas de S. frugiperda haviam morrido nos primeiros 5 dias de delineamento experimental. Dessa forma, para a concentração avaliada, a maior atividade inseticida foi significativa nos primeiros dias de exposição. Para o período de exposição considerado, as lagartas sobreviventes do tratamento, apresentaram deficiência média no comprimento, peso e cápsula cefálica, com perdas de 50, 88 e 62%, respectivamente, consequentemente, o extrato de V. eliptica apresenta atividade antifeedant sobre os indivíduos de S. frugiperda. Assim, a eficiência do extrato de V. eliptica sobre as lagartas de S. frugiperda é devido à mortalidade das lagartas em função da toxidade dos compostos presentes no extrato por ingestão ou contato direto, bem como, a atividade antifeedant dos compostos sobre as lagartas, responsável por interferir na alimentação, e consequentemente no desenvolvimento dos indivíduos expostos ao inseticida.
CONCLUSÃO:
Os compostos presentes no extrato de flores de V. eliptica apresentam potencial inseticida no controle de Spodoptera frugiperda, visto o efeito na mortalidade das lagartas nos primeiros dias de exposição e inibição da alimentação. Assim, os extratos de V. eliptica são potenciais inseticidas botânicos para aplicação no manejo integrado de pragas.
Palavras-chave: atividade inseticida, Spodoptera frugiperda, atividade antifeedant..