63ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental
EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM SALA DE AULA: CONSTRUINDO CIDADANIA
Djanira Jesus de Alencar 1
João Paulo Andrade Rodrigues do Ó 2
Josafá Henrique Gomes 3
Rodolfo Jerônimo do Prado 4
Regina Cristina Albuquerque 5
1. Núcleo de pós-graduação em Geografia - FUNESO
2. Depto. de Ciências Geográficas - UFPE
3. Depto. de Ciências Geográficas - UFPE
4. Núcleo de pós-graduação em Geografia - FUNESO
5. Núcleo de pós-graduação em Geografia - FUNESO
INTRODUÇÃO:
Os problemas ambientais que o mundo tem enfrentado fizeram com que surgissem preocupações a respeito da conservação do meio em que vivemos, levando a sociedade a pensar em diversas alternativas que possam diminuir os impactos negativos que a população exerce sobre o meio ambiente. Assim, levando em conta que a Educação Ambiental é uma prática educativa e social que tem por finalidade a construção de valores, conceitos, habilidades e atitudes que possibilitem o entendimento da realidade e a atuação lúcida e responsável de atores sociais individuais e coletivos no ambiente (LOUREIRO, 2002), o presente trabalho visa contribuir para o estabelecimento de um processo constante de reflexão crítica, que reflita não apenas na aprendizagem, mas principalmente, para a busca de alternativas e soluções que ajudem mudar a realidade em que se encontra o planeta, através de ações dos alunos dentro da escola e na comunidade onde vivem. Logo, a maior intenção desta pesquisa foi trabalhar os objetivos da Educação Ambiental propostos pela Carta de Belgrado de 1975 em forma de oficinas, nas quais os alunos pudessem discutir entre si e interagir com toda a escola e percebessem que também eram agentes causadores dos problemas ambientais atuais e, ao conhecê-los, desejassem mudar seu comportamento
METODOLOGIA:
A base para o desenvolvimento dessa pesquisa foi a definição do conceito de Educação Ambiental e os objetivos propostos na Carta de Belgrado, de 1975, a qual determina seis objetivos principais para formar uma população mundial consciente e preocupada com o ambiente e com os seus problemas. Escolhemos uma escola onde pudéssemos desenvolver as atividades propostas. Trabalhamos com as crianças de uma turma do 6º ano da Escola Estadual Marechal Mascarenhas de Morais, localizada em Olinda, Pernambuco. Definimos os objetivos para as doze oficinas, duas para trabalhar cada objetivo da Carta. Essas oficinas ocorreram em sua maioria na sala de aula e no auditório da escola e tiveram a participação de toda a turma. Em cada oficina eram realizadas discussões e confecção dos materiais a serem utilizados, que consistiam em recortes de jornais e revistas para produção de cartazes, que exibiam os problemas ambientais em escala local e mundial, como poluição, extinção de animais etc. A produção desses materiais colocava os alunos em contato com a realidade e gerava algumas inquietações, levando-os a uma consciência critica.
RESULTADOS:
A realização das oficinas foi um momento de intensa produção, visto que contou com o engajamento de toda a turma e a contribuição de outros professores. A partir delas, os alunos tiveram uma maior aproximação com os problemas ambientais mundiais e locais, como o lixo e o esgoto da escola. Eles perceberam que a destinação inadequada de resíduos pode ocasionar vários problemas, podendo afetar sua saúde e impactar os ecossistemas presentes nos ambiente. As oficinas foram de extrema importância para fortalecer o processo de ensino-aprendizagem e contribuir para a adoção de atitudes que os levaram a exercer a cidadania de forma mais crítica, sendo capazes de valorizar os recursos do planeta, construindo sua consciência ambiental. Tendo cada aluno feito sua contribuição de acordo com os moldes das oficinas, foi possível atingir o objetivo principal proposta, que era o de despertar uma consciência ambiental, vendo a si mesmos como atores ativos do processo de degradação do meio ambiente. De posse dos conhecimentos adquiridos, realizaram mudanças no seu comportamento, pois observamos que dias após a realização das atividades, os alunos expressaram maior sensibilidade quanto à percepção do espaço escolar, evitando o desperdício de água e a disposição inadequada do lixo que produziam.
CONCLUSÃO:
Atualmente a educação ambiental tem alcançado um cunho mundial. E nada mais lógico que essa educação comece nos estabelecimentos escolares e se estenda por todas as esferas e espaços sociais. A realização das oficinas proporcionou aos alunos e a comunidade escolar uma maior sensibilização no que tange às questões ambientais. É necessário que medidas sejam tomadas no sentido de viabilizar a introdução da educação ambiental no ensino básico, e para isso é necessário, primeiro, que se produzam publicações direcionadas, especificamente, a esse segmento, em uma linguagem mais acessível e compatível com esse novo público alvo, e, paralelamente, que se organizem materiais didáticos interessantes. Dessa forma, se faz necessária a preparação do professor para o domínio de conhecimentos sobre os problemas ambientais a nível global, regional e local. Por fim a oficina se revestiu de fundamental importância para o processo ensino-aprendizagem, uma vez que conseguiu alcançar o objetivo proposto: proporcionar uma maior aproximação dos alunos com os problemas ambientais locais e, conseqüentemente, uma maior sensibilização no que concerne às questões ambientais, tanto a nível global, regional e local, percebendo a relação, ainda que sucinta, entre os três níveis.
Palavras-chave: Educação ambiental, Ensino de educação ambiental, Cidadania.