63ª Reunião Anual da SBPC

G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua)

A formação de professores no curso de gastronomia / Goiânia -Goiás

Amanda Oliveira Magalhães 1

1. Faculdade Cambury. Estudante do curso de Nutrição da PUC/GO

INTRODUÇÃO:

A educação superior tem vivenciado nas últimas décadas uma verdadeira revolução nos seus cursos e modalidades de ofertas. Contribuíram para esse fenômeno as transformações no mundo do trabalho decorrentes do avanço tecnológico, do processo de globalização e das redes de informação que acarretaram mudanças nos produtos, processo, habilidades e competências profissionais. A Lei de Diretrizes e Base da Educação – Lei n. 9.294/96 evidenciou o contexto de mudanças marcado pela mercantilizarão do conhecimento. Os cursos tecnológicos cuja proposta de oferta e certificação é voltada ao mercado de trabalho, foram implantados e guiados pelo Programa de Reforma da Educação Profissional (PROEP), conforme LDB/96. Entretanto, todas essas políticas educacionais não garantiram a qualidade dos cursos oferecidos, nem tanto a adequada formação dos seus docentes. A prática destes, é bastante controversa. É freqüente encontrar estudantes desmotivados frente a professores despreparados ou presos a modelos pedagógicos tradicionais. O atual desafio dos cursos de Gastronomia é suscitar não só uma educação engajada com métodos estimuladores e que promova uma formação integral dos alunos, mas também a formação de professores que aliem conhecimento profissional e humano no exercício da docência, atendendo a uma formação sólida, ética, sensível e criativa, superando as exigências do mercado.

METODOLOGIA:

Com o propósito de analisar a formação dos alunos de Gastronomia, nas instituições de ensino superior na cidade de Goiânia/Goiás, procuramos focalizar as peculiaridades dessa formação e os conhecimentos que compõem a matriz curricular que lhe dá sustentação. Neste trabalho destacamos a formação de professores da área. A pesquisa foi desenvolvida pela abordagem qualitativa, trata-se de um estudo de caso. A coleta de dados foi realizada por meio de questionários e entrevistas. A amostra foi composta por alunos e professores do curso de Gastronomia. A análise do conteúdo dos questionários e entrevistas geraram a descrição de categorias, aqui identificadas como categorias de análise sobre a formação de professores da área.

RESULTADOS:

Evidenciou-se que as bases metodológicas de formação dos cursos de gastronomia são instrumental, predominando disciplinas e conteúdos relacionados à produção e ao domínio técnico em detrimento de uma formação integral e/ou para a docência universitária. Há total ausência de formação para a docência observada através da grade curricular e via dados coletados. Observa-se que o curso de Gastronomia é muito novo enquanto formação superior, o que dificulta a formação de docentes capacitados e titulados na área. Foi comum a idéia entre os sujeitos que a construção dessa identidade deve se dar no processo de efetivação da formação na área, as próprias IES de Gastronomia podem incentivar a importância da docência reconhecendo o valor da formação docente nos currículos, e posteriormente nos cursos de Pós-Graduação, para que se concretize a valorização deste profissional, o que será a base de interesse e motivação dos estudantes para seguir a carreira docente.

CONCLUSÃO:

Atuar na Gastronomia hoje é um grande desafio para os docentes da área, pois exige uma integração de saberes docentes, ainda muito embrionária na área. Asseveramos que não podemos fazer com que os alunos gastrônomos sejam simples técnicos operacionais e repetidores de receitas prontas: é preciso encaminhá-los ao profissionalismo fundamentado em pesquisas, conhecimentos e experiências, e prepará-los para a docência. O processo ensinar e aprender tem de se constituir como ação, movimento, Observa-se que os professores que se dedicam aos cursos de Gastronomia, têm pouca formação pedagógica o que limita sua atuação, reduzindo as aulas apenas a passagem de praticas culinária, ou a aulas enfadonhas de conteúdos que não são bem transmitidos.Nossos sujeitos destacaram que o leque de atuação do gastrônomo sai da cozinha, passa também pela sala de aula, cabe aos cursos formadores preocupar-se com esse lado da identidade profissional. A formação também deve preocupar-se com um ser professor com uma atuação consciente sobre uma sociedade globalizada e complexa. Assim como em outras áreas, a docência requer formação, leitura, estudo e comprometimento do docente com a educação superior e formação do aluno. Entendemos que a função deste professor vai muito além do fogão, ou das apostilas de sala de aula para formar adequadamente o profissional que está sob sua responsabilidade.

Palavras-chave: Formação de Professores, Gastronomia, Formação.