63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
AVALIAÇÃO MULTIDIMENSIONAL DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA DOENTE E/OU FRAGILIZADA EM CONTEXTO DOMICILIAR
Daniela Soares Aguiar 1
Edméia Campos Meira 2
Camila Calhau Andrade 3
Andreia dos Santos Souza 3
Deusélia Moreira de Souza 3
1. Departamento de Saúde, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, Bolsista da IC/ UESB
2. Profª. MSc./Orientadora - Departamento de Saúde - UESB
3. Departamento de Saúde, UESB
INTRODUÇÃO:
O envelhecimento populacional enquanto fenômeno de transição demográfica de amplitude mundial,influencia uma transição epidemiológica com problemas na esfera econômica, social e de saúde ¹. O Brasil esta população idosa, tem um cenário marcado por patologias crônicas e múltiplas que perduram por anos, típicas de países com uma maior expectativa de vida, com a exigência de cuidados constantes e de custo elevado ². Torna-se necessária o cumprimento de instrumentos legais como a Lei 8.842/94 - Política Nacional do Idoso, a Lei 10.741/2003 - Estatuto do Idoso e a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa/2006, a fim de tornar o cuidado factível e harmônico com as reais necessidades dessas pessoas. Este estudo tem como objetivo, desenvolver uma intervenção sistematizada e de implementação de políticas de saúde para a pessoa idosa, residente em área de abrangência de uma Unidade de Saúde da Família(USF) por meio de avaliação das condições multidimensionais de saúde da pessoa idosa doente e/ou fragilizada em contexto domiciliar quanto às condições sócio-demográficas e de saúde funcional ³. A relevância está em promover suporte ao cuidado integral e melhoria da assistência domiciliar ao idoso e sua família através da garantia do cumprimento de políticas públicas de saúde.
METODOLOGIA:
Este estudo apresenta uma abordagem construtivista representando a construção do conhecimento sobre o prisma da interação do sujeito-objeto 4 . Teve como sujeitos, 30 idosos cadastrados por micro área, em uma USF no município de Jequié-Ba, no período de 2010-2011, no campo clínico da disciplina Enfermagem na Atenção a Saúde do Idoso UESB/DS - Campus Jequié, atuando em ambiente domiciliar dos idosos com assinatura prévia dos sujeitos no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. As questões éticas da pesquisa foram baseadas na Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde, garantindo o direito à integridade humana por meio do total anonimato e segurança dos informantes, e obteve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - CEP/UESB, sob parecer nº203/2009. Para a avaliação diagnóstica multidimensional ao idoso doente e/ou fragilizado dos idosos utilizou-se de um formulário sócio-demográfico, e um Prontuário Clínico de avaliação global de saúde por meio de protocolos validados pelo Ministério da Saúde. Os dados sócio-demográficos e de saúde, foram avaliados por meio da organização e análise dos dados obtidos, atendendo aos princípios da estatística descritiva, apresentados por meio de quadros e tabelas simples e de dupla entrada.
RESULTADOS:
A análise dos dados sócio demográficos revela uma maioria de pessoas idosas do sexo feminino (60%); analfabetos (77%); casados ou viúvos (97%); de 80 anos ou mais (67%); aposentados com uma renda familiar de um salário mínimo (93%). Foi analisada também a co-habitação do indivíduo, onde se verificou que todos moram acompanhados de algum familiar.
A avaliação de saúde revela que toda a amostra possui Hipertensão Arterial Sistêmica e tem como queixas principais dor articular (60%), cefaléia e tontura (35%), além de disfunção da integridade física e /ou cutâneo-mucosa em 37% dos casos. A maioria possui risco para depressão leve (95%), tem percepção sensorial alterada por disfunção visual (77%), seguida de disfunção auditiva (17%). Em uma avaliação subjetiva classificaram sua saúde como regular (60%). A maioria dos idosos doentes e/ou fragilizados tem história de quedas e internações nos últimos 5 anos (70%). Na avaliação das atividades básicas de vida diária segundo KATZ (37%) são dependentes em pelo menos duas funções como tomar banho e ir ao banheiro, e apenas a minoria (27%) consegue realizar sozinho todas as atividades. Na avaliação das atividades instrumentais da vida diária, que retrata a habilidade do idoso para administrar o ambiente onde vive, todos apresentam dependência.
CONCLUSÃO:
Mediante resultados apresentados constatamos o aumento da feminização da população idosa. Os idosos apesar de estar vivendo mais, possuem condições sócio-econômicas e de saúde funcionais precárias. O estudo revela também que o envelhecimento sem preparos para uma velhice saudável com cuidados específicos, traz consigo um quadro de co-morbidades e demonstra o quanto a doença e/ou fragilidade impedem o desempenho das atividades cotidianas como o auto cuidado de forma autônoma e independente. Considerando que o Brasil já conta com um arcabouço legal que leva em conta a amplitude e a austeridade dos problemas funcionais dos idosos, faz-se necessário implementa-lo através de ações de promoção de saúde, prevenção e tratamento adequado, por meio de uma assistência integral que contemple as reais necessidades desta população. É fundamental um suporte por parte do sistema de saúde, oferecendo uma assistência domiciliar efetiva ao idoso e sua família cuidadora.
Palavras-chave: Cuidado Domiciliar, Idoso, Avaliação de Saúde.