63ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 7. Ciência e Tecnologia de Alimentos - 3. Tecnologia de Alimentos |
IDENTIFICAÇÃO DE METABÓLITOS SECUNDÁRIOS EM FRUTOS DE MURICI (Byrsonima crassifolia l. kunth) ORIUNDO DO CERRRADO PIAUIENSE |
Laysa Hellen Sousa de Amorim 1 Poliana Brito de Sousa 2 Larissa Lages Rodrigues 3 Carmem Dayane Marques da Silva 4 Manoel de Jesus Marques da Silva 5 Paulo Ronaldo Sousa Teixeira 6 |
1. Aluna de Graduação do Curso de Tecnologia em Alimentos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí- IFPI 2. Aluna de Graduação do Curso de Tecnologia em Alimentos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí- IFPI 3. Aluna de Graduação do Curso de Tecnologia em Alimentos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí- IFPI 4. Aluna de Graduação do Curso de Tecnologia em Alimentos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí- IFPI 5. Técnico de Laboratório de Alimentos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí - IFPI 6. Prof./Orientador: Químico / Tcgº em Alimentos, Especialista em Gestão e Mestrando em Ciências e Tecnologia dos Materiais-UFPI. Prof. titular do IFPI |
INTRODUÇÃO: |
A espécie Byrsonima crassifolia l. kunth pertencente a familia Malpighaceae é encontrada nas regiões serranas do sudeste, nos cerrados do Mato Grosso e Goiás e no litoral do norte e do nordeste do país. Conhecida popularmente como murici, muricizinho, murici do campo, murici do brejo e etc. Distingui-se por suas cores e locais de ocorrência (ALMEIDA et al., 1998). O murici é um fruto carnoso, do tipo drupóide, com formato globoso ou oblongo, oriundo de ovário tricarpelado, contendo cada carpelo um óvulo (BARROSO et al., 1999). Várias espécies do gênero Byrsonima são conhecidas pelo uso de seus frutos na alimentação, como também com fins medicinais (FIGUEREDO et al., 2005). A utilização da polpa pode ser consumida in natura ou em forma de sucos, licor, geléias e doces. Estudos dos extratos das raízes e troncos da espécie B.crassifolia tem demonstrado possuir atividades antimicrobiana, tripanomicida e antiespasmódica (SANNOMIYA et al., 2005). Enquanto que dos frutos com a parte da polpa, não há nenhum registro de substâncias isoladas, exceto de compostos voláteis responsáveis pelo seu aroma (REZENDE e FRAGA, 2003; ALVES e FRANCO, 2003). Assim, a presente pesquisa teve como o objetivo realizar testes fitoquimicos qualitativos no caroço e na polpa do murici (B.crassifolia) oriundos do cerrado piauiense, pesquisando a presença de metabolitos secundários, através de técnicas possíveis com diversos extratos deste fruto. |
METODOLOGIA: |
Frutos inteiros de murici foram adquiridos na Central de Abastecimento do Piauí (CEAPI). Esta foi acondicionada em caixas térmicas e transportada para o Laboratório de Tecnologia de Alimentos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI), onde foi armazenada em freezer doméstico a uma temperatura média de -20ºC até a realização das análises. Os testes foram realizados segundo a metodologia preconizada por Barbosa et al. (2001) proposta pelo Manual de Fitoquímicos e Cromatográfica de Extratos Vegetais da Universidade Federal do Pará (UFPA). |
RESULTADOS: |
Dentre os diversos metabólitos pesquisados, os resultados revelaram que tanto para a polpa como o caroço do murici apresentou resultados positivos para todas as substancias analisadas, exceto nas flavonas e xantonas, onde apresentou positivo para o caroço e negativo para polpa. Segundo Bobbio (2003), a degradação das antocianinas pode ocorrer durante a extração do vegetal, processamento e estocagem do alimento, influenciada por fatores extrínsecos e intrínsecos, isto pode ter sido uma das causas para a ausência deste metabólito no fruto do murici. Assim pode ter ocorrido também com leucoantocianidinas, flavonas, flavonóis, xantonas e antocianidinas a ausência desses metabolitos no fruto e pode estar relacionados ao seu grau de maturação e etc. A presença de flavonas na polpa e caroço para o teste ocorreu devido o metabolito pertencer a uma classe de flavonóides não antocianicos (FNA). Esses pigmentos possuem a função antioxidante em óleos e gorduras. No entanto a presença de FNA em alimentos, com exceções tem efeitos indesejáveis: em aspargos enlatados, dão adstringência em alimentos e durante o processamento podem formar antocianinas (BOBBIO, 2003). O teste para taninos catéquicos e alcalóides foram positivos nos extratos analizados. As saponinas ou saponosídeos que se encontraram presentes na polpa e no caroço são considerados compostos fitoquimicos de extratos vegetais e geralmente estão relacionadas com fatores antinutricionais e tóxicos (PIREZ et al., 2002). |
CONCLUSÃO: |
Dentre os metabólitos secundários estudados obteve-se a presença de flavonas, catequinas, alcalóides e saponinas tanto na polpa como no caroço. Os flavonóis foram presentes no caroço e ausentes para a polpa. De acordo com os testes de identificação dos metabolitos secundários do murici, mostra que ele é um fruto apto a ser usado como uma excelente fonte de antioxidante tanto para consumo in natura, como na forma de geléias, sorvetes, doces, pastas, barras de cereais, murici em passas entre outros. |
Palavras-chave: Metabólitos secundários, murici, antioxidantes. |