63ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 6. Arquitetura e Urbanismo - 5. Arquitetura e Urbanismo
ESTUDO DE AMPLIAÇÃO EM PROJETOS PADRONIZADOS DE HABITAÇÃO RURAL PARA ADEQUAÇÃO AOS PERFIS DE SEUS MORADORES: CASO ASSENTAMENTO SANTA MÔNICA – TERENOS/MS
Tauly Mayara Tonatto Rezende 1
Andrea Naguissa Yuba 1,2
1. Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
2. Profa. Dra./Orientadora
INTRODUÇÃO:
O modo de vida rural tem uma série de peculiaridades que interferem na forma da habitação e do seu modo de produção, cuja complexidade é incrementada com a diversidade de seu próprio perfil. A habitação social rural deveria considerar as diferenças de seu público em relação às habitações produzidas nas áreas urbanas, mas grande parte da produção atual apresenta modelos similares para os dois tipos de intervenção. Além das diferenças de solução arquitetônica, o processo de produção também tem suas peculiaridades que, se não corretamente abordadas, podem contribuir para a ocorrência de resultados insatisfatórios, tanto para os moradores quanto para os órgãos públicos envolvidos no processo.
METODOLOGIA:
Este trabalho foi realizado conjuntamente com outra pesquisa de Iniciação Científica, intitulada “Levantamento do perfil sócio econômico e expectativas sobre a habitação em assentamento rural de ocupação recente: caso dos moradores do Assentamento Santa Mônica- Terenos/MS”, tendo, por essa razão, seguido etapas semelhantes para seu desenvolvimento.
As informações objetivas foram obtidas com a coordenação do MST, além dos órgãos INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e AGRAER (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural). Para a captação das informações subjetivas, foi determinado o formato de entrevistas semi-estruturadas com aplicação de um roteiro de perguntas.
As entrevistas foram feitas durante 2 dias, com visitas em cada lote. Das 54 famílias, foram entrevistadas 47, e 7 não foram entrevistadas porque não estavam presentes no lote no momento da entrevista. Foram coletados os dados de famílias que já concluíram a execução e ocupam suas habitações (22) e de famílias que estão no processo de construção e que ainda residem em barracos improvisados (25).
As etapas do método empregado foram definidas da seguinte forma:
a) Análise de referenciais teóricos sobre a elaboração de processos participativos de projeto
b) Análise dos desejos e rejeições das famílias quanto aos materiais de construção e seus custos
c) Discussão e análise sobre a adequação dos métodos de construção
d) Caracterização dos desejos das famílias quanto aos espaços
RESULTADOS:
Identificou-se que, diferentemente da primeira etapa da construção da casa, a ampliação dessas casas é feita sem orientação técnica e principalmente em regime de autoconstrução. É importante, por isso, que o projeto-base preveja uma gama ampla de possibilidades de ampliação e orientação em relação ao sol, que promova uma ampliação com o mínimo de demolições e que facilite as interfaces com os novos materiais. Por essa razão, considera-se que o uso de materiais locais desde a primeira construção seja um facilitador. Os resultados obtidos englobam propostas de ampliação das casas que estão sendo construídas e uma proposta para uma casa embrião, considerando os dados que foram encontrados na pesquisa.
CONCLUSÃO:
A busca de soluções melhores e de custo mais baixo deve englobar a totalidade do lote e do Assentamento, para o reconhecimento dos recursos e aproveitamento das oportunidades. A própria compreensão dos hábitos do campesino, substituindo os padrões de projeto para a vida urbana, pode alavancar mais ações que gerem economia.
Palavras-chave: habitação social rural, mutirão, sustentabilidade.