63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 3. Geografia |
UMA VIAGEM GEOLITERÁRIA PELA ILHA PERDIDA |
Jane Mary Lima Castro 1 Ivanilda Almeida Soares Bomfim 1 |
1. Colégio Municipal Professora Josefina Teixeira de Azevedo / SME |
INTRODUÇÃO: |
Atualmente os estudos geoliterários constituem uma linha de pesquisa que vem despertando o interesse da Geografia nacional, pois a interpretação geográfica de textos literários fortalece a abordagem da Geografia Cultural no Brasil, calcada pela geografia norte-americana e francesa. Nesse contexto, a literatura, é de grande importância para o estudo geográfico, visto que uma obra literária romanesca é a representação da realidade. O autor ao escrever o texto transcreve as experiências vivenciadas, abordando aspectos socioespaciais, históricos e culturais da sociedade. A relação entre cultura, meio e paisagem no romance, possibilita ao leitor conhecer e visitar lugares, pois é da realidade que o escritor retira elementos necessários para o enredo do romance. Através da leitura e interpretação da obra literária com textos ilustrados de forma subjetiva a partir “imagens-paisagens”, permite ao leitor desenvolver o gosto pela leitura e pela investigação do espaço geográfico. Dessa forma, uma viagem geoliterária realizada a partir da análise do livro A Ilha Perdida, da autora Maria José Dupré, tem por objetivo despertar o gosto pela leitura de romance e pela investigação do espaço geográfico, analisando e interpretando a representação do espaço geográfico através da visualização das “imagens-paisagens” no romance, em alunos da 5ª série e do 6 ano do Colégio Municipal Professora Josefina Teixeira de Azevedo, em Guanambi-BA. |
METODOLOGIA: |
Este trabalho de experiência e/ou prática de ensino-aprendizagem, abordando o estudo geográfico, biológico e ambiental, através do estudo do romance a Ilha Perdida, fez-se necessário a elaboração e execução de um projeto que envolvesse a leitura compartilhada e individual; interpretação e contextualização oral e escrita do romance; conto e reconto do romance (contar aos pais sobre a aventura vivenciada pelos personagens do romance e anotar a opinião deles caso os filhos fizessem uma aventura desse tipo); estudo cartográfico para localização do Estado e do Rio Parnaíba; produção de textos individuais e coletivos como artigo de opinião sobre o livro, parodias, poesias, histórias em quadrinhos; confecção de mural de componentes vivo e não vivos da ilha, seres produtores, consumidores e decompositores; elaboração de mural com as cadeias alimentares da ilha; construção da maquete da ilha; produção de desenhos retratando o espaço e a paisagem invisível da ilha e da fazenda; Também foi elaborado uma trilha para chegar na gruta de Simão, usando os pontos cardeais e colaterais; dramatização do romance e por fim, houve a sistematização da aprendizagem com exposição dos trabalhos para a comunidade escolar. |
RESULTADOS: |
A Geografia focaliza as relações do homem com o espaço geográfico, já a Ciências Naturais estuda a vida do homem nos diferentes ambientes, formando assim, uma teia de conhecimentos sistematizados produzidos por estas Ciências. E é na escola que esses conhecimentos tornam-se sistematizados, organizados, através das disciplinas Geografia e Ciências Naturais. Diante dessa perspectiva, os resultados da viagem geoliterária revelaram que a literatura é importante para a interpretação geográfica, pois ela despertar o interesse para a leitura, a imaginação e desenvolve a dramatização, melhora a escrita, a oralidade e a atenção. Com as atividades cartográficas, percebeu-se que os alunos conseguiram fazer interpretações subjetivas demonstrando compreensão sobre o espaço geográfico e a paisagem retratada na obra literária. Assim, a leitura possibilitou a assimilação dos conhecimentos construídos pelos alunos através dos conteúdos: espaço geográfico, paisagem, lugar, vida e meio ambiente, ecossistema, cadeia alimentar; facilitou ainda fazer as comparações entre a realidade e o imaginário retratado pela autora, que permiti trabalhar os temas transversais como meio ambiente, ética e pluralidade cultural, aliados à realidade do aluno e seu meio. Portanto, uma viagem geoliterária pela Ilha Perdida, permitiu ao aluno retratar relações entre o meio ambiente, a cultura, a paisagem e o espaço geográfico. |
CONCLUSÃO: |
Tendo em vista a necessidade de proporcionar diretrizes e alternativas metodológicas que venha melhorar a docência das disciplinas Geografia e Ciências, buscando contextualizar a realidade com o tema em estudo, produzindo conhecimento, fez-se necessário a execução do projeto: Uma viagem geoliterária pela Ilha Perdida que uniu a Geografia, na sua vertente cultural, com a Literatura. Considerando essa linha de raciocínio, constata-se que esse projeto foi de grande relevância, pois proporcionou os alunos perceberem que o meio ambiente é influenciado por fatores físicos, biológicos, sociais, econômicos e culturais que quando se integram de maneira responsável através da ação natural e humana provocam um equilíbrio ambiental. Maria José Dupré aborda na Ilha Perdida, um espaço geográfico natural, com pouca transformação ou intervenção humana, ora ela a descreve como espaço, ora como lugar, uma vez que se fixava principalmente na ilha. Portanto, a produção do espaço geográfico acontece de modo equilibrado através da apropriação dos recursos naturais e a autora retrata em sua produção literária as categorias de análise da geografia: espaço geográfico, paisagem e lugar como desafio para o leitor desvendar aspectos geográficos na literatura. |
Palavras-chave: Espaço geográfico, Geografia, Literatura. |