63ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 4. Química de Produtos Naturais
ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO EXTRATO E FRAÇÕES DAS FOLHAS Bryophyllum pinnatum FRENTE AO RADICAL LIVRE DPPH
Taciana Oliveira de Sousa 1
Dannusa Mannuele Lima Cavalcante da Silva 2
Romério Alves Carvalho da Silva 2
Romézio Alves Carvalho da Silva 3
1. Depto. de Química, Universidade Federal do Piauí – UFPI
2. Depto. de Química, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí – IFPI
3. Orientador – Depto. de Química, Universidade Federal do Piauí – UFPI
INTRODUÇÃO:
A planta Bryophyllum pinnatum pertence à família Crassulaceae, é conhecida popularmente como coirama, folha-da-fortuna, saião e erva-da-costa. É encontrada em países com clima tropical, nativa da África e amplamente disseminada no Brasil. Estudos realizados mostraram a presença de heterosídeos, fenóis, flavonas, flavonóis, xantonas, esteróides, triterpenóides. Além desses constituintes químicos há também aminoácidos a exemplo da arginina, na qual é anticancerígena, a glicina que diminui a quantidade de ácido úrico no organismo e a histidina. Há ainda os bufadienolídeos, presente nas folhas, que promovem uma atividade anti-tumoral.
A utilização de substâncias com capacidade antioxidante pode ser de grande relevância na prevenção e terapêutica de doenças relacionadas com o aumento do estresse oxidativo. Verifica-se que nas últimas décadas ocorreu um enorme crescimento da investigação científica nessa área, envolvendo o efeito de extratos brutos e frações purificadas que, em muitos estudos, têm demonstrado essa atividade.
Diante disso, fez-se necessário o estudo da planta B. pinnatum quanto a sua possível atividade antioxidante pelo método DPPH. Esta espécie é utilizada para tratamento de diversas doenças, porém com pouca informação sobre sua atividade antioxidante.
METODOLOGIA:
As folhas da planta foram colhidas no CCA da UFPI e em seguida foram secas e moídas. Preparou-se então o Extrato Etanólico (Ext. EtOH), e a partir dele fez-se partições com solventes de polaridades crescentes (Hexano, Diclorometano e Acetato de Etila) resultando nas Frações Hexânica (Fr. Hex), Diclorometano (Fr. Diclor) e Acetato de Etila( Fr. AcOEt).
Em seguida as amostras foram submetidas à atividade antioxidante frente ao radical livre DPPH• (2,2-difenil-1-picrilhidrazina), onde foram preparadas soluções estoque (250 µg/mL) do extrato, frações e dos padrões (Rutina, Quercetina e Ácido Gálico), e realizadas diluições para obtenção de concentrações finais de 200, 150, 100, 50 e 25 µg/mL. As medidas das absorbâncias das misturas reacionais (0,3 mL da solução da amostra ou dos padrões e 2,7 mL da solução estoque de DPPH na concentração de 40 µgm/L), foram feitas a 517 nm para o extrato, frações e padrões no tempo 30 minutos.
Posteriormente, os valores de absorbância nas concentrações de 250, 200, 150, 100, 50 e 25 µg/mL, no tempo de 30 minutos foram convertidos em porcentagem de atividade antioxidante (%AA), de acordo com a equação de Tepe & Sokmen (2007).
RESULTADOS:
A análise da atividade antioxidante da planta em estudo é de importância para identificarmos seus possíveis benefícios como planta medicinal. Dentre as amostras testadas, a que obteve uma maior %AA foi a Fr. AcOEt, com 89,8 % de inibição do radical DPPH no tempo de 30 min. onde pode ser comparada aos padrões de antioxidantes: Rutina com 87,7 %AA, Quercetina com 93,5 %AA e o Ácido Gálico com 93,3 %AA. Em seguida vem a Fr. Diclor com 41,1 %AA, a Fr. Hex com 31,4 %AA e o com uma baixa atividade antioxidante comparado aos padrões o Ext. EtOH com 21,9 %AA.
A significante atividade antioxidante atribuída a Fr. AcOEt, está intimamente relacionada as substâncias extraídas pelo acetato de etila, que são os flavonóides, taninos e compostos fenólicos em geral, que são substâncias antioxidantes, na qual esta planta os apresenta em grande quantidade de acordo com estudos já realizados. Em contradição, as outras frações e o extrato não mostraram uma boa atividade antioxidante, isso deve-se ao fato das Fr. Hex e Fr. Diclor não extraírem em quantidade significativas substâncias de caráter antioxidante, e o Ext. EtOH por ser uma amostra bruta, com todas as substâncias, onde as substâncias não antioxidantes podem interferir na atividade das substâncias antioxidantes.
CONCLUSÃO:
Diante da análise da atividade antioxidante do extrato e frações das folhas de B. pinnatum, pode-se ter um conhecimento dessa planta como antioxidante natural. A Fr. AcOEt apresentou excelente %AA comparado aos padrões de antioxidantes, seguido da Fr. Diclor, Fr. Hex e Ext. EtOH.
A partir do ótimo resultado obtido, pretende-se trabalhar para realizar o isolamento e identificação dessas substâncias antioxidantes presentes na Fr. AcOEt das folhas de B. pinnatum.
Palavras-chave: Bryophyllum pinnatum, Antioxidante, DPPH.