63ª Reunião Anual da SBPC |
H. Artes, Letras e Lingüística - 3. Literatura - 5. Teoria Literária |
LITERATURA E CINEMA: O ESPAÇO INTERSEMIÓTICO NAS VERSÕES LITERÁRIA E CINEMATOGRÁFICA DE A QUEDA DA CASA DE USHER |
Gercivaldo Vale Peixoto 1 Rafael Campos Quevedo 2 |
1. Graduando Curso de Letras/Bolsista de Iniciação Científica - FAMA 2. Prof.Doutorando/Orientador - Curso de Letras - FAMA |
INTRODUÇÃO: |
O trabalho tem como foco principal, analisar a relação entre a obra literária e o filme intitulados A queda da casa de Usher, através do estudo da fenomenologia de Gaston Bachelard e da semiótica proposta por Roman Jakobson. Nossa intenção é comparar a obra escrita, de Edgar Allan Poe, e a obra cinematográfica, dirigida por Jean Epstein, no que tange às possíveis similaridades e diferenças, não somente de enredo, mas também de signos literários transformados em signos cinematográficos. Para tanto, também nos baseamos nas categorias de signo explicitadas pela Semiótica de Charles Sanders Peirce e nas postulações de espaço de Gaston Bachelard. |
METODOLOGIA: |
A metodologia utilizada neste trabalho teve como suporte metodológico, a análise comparativa entre as duas obras citadas. Os conceitos trabalhados têm como referencias as noções de espaço proposta pela “Poética do espaço” de Gaston Bachelard e as noções de signo, intersemiótica e comunicação propostas por Jakobson e Peirce, respectivamente. |
RESULTADOS: |
A análise intersemiótica (literatura e cinema) proporciona uma melhor compreensão do discurso implícito, do não dito e do subentendido. O diálogo existente entre filme e literatura, contribui para sublinhar a caracterização dos personagens e do espaço. Além de realçar o clima da ação dramática, que pode ser ora romântica, ora violenta, ora de suspense, sendo por isso um elemento provocador de emoção. Neste caso, percebe-se que o espaço da obra também age como personagem da narração, principalmente na obra literária. Portanto, para analisarmos aspectos de uma adaptação, é necessário considerar que o cinema mais que um suporte, é uma nova linguagem, infinitamente diferente da linguagem verbal. Entramos então, em dois campos com significados múltiplos, porém de diálogo permanente. |
CONCLUSÃO: |
Nas análises feitas a partir do estudo das obras apresentadas (literária e cinematográfica), pôde-se concluir que a relação existente entre personagens e espaço em ambas as obras, não se configuram como similares. Dentro da obra literária, o espaço apresentado é tido como um local tenebroso, principalmente no que se diz respeito ao porão da casa, associando com a obra do Bachelard, na sua teoria, o mesmo local é associado ao medo, ao local onde as pessoas não querem ir. Já no filme, configura-se o porão como um local abandonado para se guardar coisas velhas, e consecutivamente vira local de sepultamento. Observa-se que o cinema, enquanto recurso para uma proposta de estudo paralelo a literatura, oferece possibilidades de estudos comparativos à luz de teorias de diversos teóricos que, em um primeiro plano pode constituir uma forma de apresentar e instigar o interesse por uma obra literária, e em um segundo plano, assenta-se como forma de instigar nos estudiosos criticidade em relação a obras literárias ao cinema, uma vez que, essa análise analógica permite o confronto dos dois discursos. |
Palavras-chave: Bachelard, Semiótica, Cinema. |