63ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 2. Análise Toxicológica |
QUANTIFICAÇÃO DO CROMO EM ANIMAIS TRATADOS COM A Punica granatum E EXPOSTOS AO CROMO HEXAVALENTE |
Renato Ivan de Ávila 1 Marcelo de Sousa Vieira 1 Humberto Furtado 2 Andréa Fernandes Arruda 3 Marize Campos Valadares Bozinis 4 |
1. Faculdade de Farmácia, Universidade Federal de Goiás – UFG 2. Instituto de Química, Universidade Federal de Goiás – UFG 3. Profa. Dra - Instituto de Química, Universidade Federal de Goiás – UFG 4. Profa. Dra./Orientadora - Faculdade de Farmácia, Universidade Federal de Goiás – UFG |
INTRODUÇÃO: |
Atualmente importantes atividades terapêuticas têm sido atribuídas ao fruto da Punica granatum (PG), em especial a atividade antioxidante. Estudos prévios do nosso grupo demonstraram que a PG apresenta importante atividade quimioprotetora. O cromo hexavalente (Cr (VI)) é um metal de reconhecida propriedade mutagênica e carcinogênica. Neste trabalho, investigamos os níveis de cromo em animais tratados com a P. granatum e expostos ao cromo hexavalente, um xenobiótico comumente presente em atividades humanas como, por exemplo, metalurgia, sínteses orgânicas, catálises e no processo de produção de curtumes. |
METODOLOGIA: |
Frutos da PG foram coletados e identificados em junho de 2005, na cidade de Goiânia/GO, para obtenção do extrato alcoólico do EPG. Foram utilizados camundongos Swiss machos (idade: 10 - 14 semanas; peso: 30 - 38g) mantidos em sala climatizada (24 +- 2ºC) com ciclo luz-escuro (12:12h) e regime alimentar clássico (ração comercial padrão e água fornecidos ad libitum). Os animais foram tratados por gavagem com diferentes concentrações do EPG (25, 50 ou 75mg/kg) por 10 dias com posterior exposição a uma dose subletal (30mg/kg) de Cr (VI), por via intraperitoneal no 11º dia. Os animais foram eutanasiados no 12º dia para a obtenção das amostras biológicas (fígado, rins e plasma). Os grupos (n=6/grupo) de tratamento foram assim distribuídos: Grupo I: solvente do EPG (salina + tween 80); Grupo II: solvente do EPG + Cr (VI); Grupo III: 25mg/kg de EPG + Cr (VI); Grupo IV: 50mg/kg de EPG + Cr (VI); Grupo V: 75mg/kg de EPG + Cr (VI). As amostras biológicas foram processadas e o cromo quantificado por espectrometria de absorção atômica em chama (FAAS). |
RESULTADOS: |
Os resultados mostram que as concentrações de 25 e 50mg/kg de EPG foram capazes diminuir a concentração do Cr (VI) no plasma, fígado e rins dos animais expostos. Já a concentração de 75mg/kg não reduziu os níveis de cromo, tanto no plasma quanto nos órgãos. Este fato pode estar relacionado à questão da toxicidade do EPG. Estudos prévios com tratamento profilático com EPG (25, 50 e 75mg/kg) e posterior exposição a uma dose letal de cromo mostrou que somente as doses de 25 e, principalmente, 50mg/kg foram capazes de aumentar a sobrevida dos animais. Com a dose de 75mg/kg os animais não sobreviveram. Outros estudos feitos pelo nosso grupo de pesquisa também mostraram que a concentração de 50mg/kg de EPG foi mais eficaz que as outras duas concentrações na diminuição da freqüência de eritrócitos policromáticos micronucleados na medula óssea de camundongos, induzidos pelo cromo. |
CONCLUSÃO: |
O estudo demonstrou que o tratamento profilático com o EPG reduz os níveis do cromo nos animais expostos. Assim, o EPG pode ser considerado uma terapia alternativa para proteger o indivíduo do dano induzido pela exposição, aguda ou ocupacional, ao cromo, um agente de reconhecida capacidade mutagênica, carcinogênica e teratogênica. |
Palavras-chave: cromo, romã, Punica granatum. |