63ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 5. Farmacognosia |
Quantificação de ácido clorogênico em Vernonanthura ferruginea L. (assa-peixe) por eletroforese capilar |
Annylory Lima Rosa 1 Melina Heller 2 José Realino de Paula 3 Edemilson Cardoso da Conceição 3 Gustavo Amadeu Micke 4 Maria Teresa Freitas Bara 5 |
1. Laboratório de Pesquisa de Produtos Naturais, Fac. de Farmácia, UFG 2. Laboratório de Eletroforese Capilar, Departamento de Química, UFSC 3. Prof. Dr. - Laboratório de Pesquisa de Produtos Naturais, Fac. de Farmácia, UFG 4. Prof. Dr - Laboratório de Eletroforese Capilar, Departamento de Química, UFSC 5. Profa. Dra/ Orientadora - Laboratório de Pesquisa de Produtos Naturais, Fac. de Farmácia, UFG |
INTRODUÇÃO: |
Um mercado promissor no setor farmacêutico é o de fitoterápicos que movimenta 21,7 bilhões por ano. A obtenção de um fitoterápico começa com a avaliação da matéria-prima, para tanto é necessário o desenvolvimento de métodos de quantificação do principio ativo majoritário ou de ação farmacológica desejada no produto final. A Vernonanthura ferruginea Less. é uma planta do cerrado, conhecida como assa-peixe e utilizada popularmente como tendo propriedades antiinflamatórias e analgésicas. Estudos científicos mostraram a presença de lupeol, flavonóides e ácido clorogênico nas folhas dessa planta, sendo que o último apresenta atividades antiinflamatória, antioxidante e hipoglicemiante. A eletroforese capilar é uma técnica de separação e identificação que se baseia no principio da migração diferenciada de compostos iônicos ou ionizáveis em um campo elétrico. Essa técnica se mostra eficaz na quantificação de substâncias em matrizes complexas, sendo assim promissora para o uso em plantas medicinais. O objetivo desse trabalho foi o desenvolvimento de um método para a quantificação de ácido clorogênico presente na droga vegetal e no extrato fluido de Vernonanthura ferruginea Less. utilizando a eletroforese capilar. |
METODOLOGIA: |
O material vegetal utilizado foram folhas de Vernonanthura ferruginea Less., que foram colhidas e dessecadas no HMA (Hospital de Medicina Alternativa) de Goiânia-Goiás, e enviados ao Laborátorio de Pesquisas de Produtos Naturais, Faculdade de Farmácia-UFG. As folhas foram trituradas em moinho de faca. Da droga vegetal obtida, foi separada uma amostra para a quantificação por EC (Eletroforese Capilar) e 500g foram acondicionados em percolador para extração com álcool 95% v/v. O percolado obtido foi concentrado até a proporção 1:2 (droga vegetal: solvente), obtendo-se um extrato fluido. Para a quantificação de ácido clorogênico, 302 mg do pó da planta foram extraidos com 10 mL de metanol sob leve aquecimento em ultrassom. A amostra foi centrifugada 3000 rpm, por 5 min e o sobrenadante foi analisado em um equipamento de EC no comprimento de onda de 330 nm, aplicando-se uma voltagem de 30 kV. Para o extrato fluido, 800 µL foram particionados com água, hexano e TBS, sendo a porção aquosa diluida a 1:10 com metanol e injetada no equipamento de EC, sob as mesmas condições. O padrão foi injetado para a verificação da identidade do ácido clorogênico. A área dos picos foi integrada e a quantidade de ácidos cafeilquínicos, em ácido clorogênico na folha e no extrato fluido, foi calculada. |
RESULTADOS: |
A porcentagem de ácidos cafeilquínicos expressos em ácido clorogênico na droga vegetal e no extrato fluido foram de 1,85 e 14,66 % m/m, respectivamente. O solvente utilizado na percolação foi seletivo para a extração desse princípio ativo, o que pode ser observado pelo aumento de 7,9 vezes do mesmo no extrato fluido. A análise das amostras foi dificultada devido a presença em grandes quantidades de resina, um composto apolar. Isso foi contornado pelo método de partição utilizado paro o extrato fluido e a precipitação do composto na dissolução da droga vegetal com metanol. A eletroforese capilar permite a separação de compostos fenólicos com diferentes funções químicas, de modo eficiente (Spilkova 2001). Durante a quantificação do ácido clorogênico, realizada em triplicata, verificou-se um coeficiente de variação menor que 5%, demonstrando a precisão do método. A linearidade, na faixa de concentração de 5 a 150 ppm, foi verificada, obtendo-se a seguinte equação: y = 0,0095x - 0,024; com r = 0,9986. A análise por eletroforese capilar do ácido clorogênico foi possível, uma vez que esse possui hidróxila fenólica e função ácido carboxilico passíveis de ionização. Obteve-se picos com boa resolução e o método foi seletivo na faixa de 330 nm, para esse composto. |
CONCLUSÃO: |
Através dos experimentos realizados podemos concluir que o método para a quantificação do ácido clorogênico em Vernonanthura ferruginea foi validado e demonstrou ser preciso, linear e seletivo para análise da droga vegetal e do extrato fluido. Sendo isso permitido pelo bom desempenho, facilidade de execução, características de sensibilidade, baixos custos e alta capacidade de separação de compostos fenólicos demonstrados pela eletroforese capilar. Desse modo, sugerimos o uso dessa técnica para análise do ácido clorogênico no assa-peixe. |
Palavras-chave: Vernonanthura ferruginea, Ácido clorogênico, Eletroforese Capilar. |