63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 5. História - 11. História |
ESTUDOS DE CASOS SOBRE PRÁTICAS DO ENSINO DA HISTÓRIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA DE ESCOLAS PÚBLICAS DE BELÉM DO PARÁ NO ANO DE 2010 |
Amélia Rauda 1 Elisangela Alves 1 Lucidea de Oliveira Santos 1, 2 Michelle Barros 1, 2 Renato Aloizio Gimenes 1, 2 Robinson da Silva 1, 2 |
1. Curso de História - Faculdade Integrada Brasil Amazônia/FIBRA - Belém/PA 2. Curso de História - FIBRA - Belém/PA 3. Profa. MsC/Orientadora da pesquisa - Grupo de Pesquisa sobre História e Ensino - FIBRA e SEMEC/SEDUC 4. Profa. MsC/Co-Orientadora - Grupo de Pesquisa "História e Ensino" - FIBRA e DPHAC/SECULT 5. Prof. MsC/Coordenador do Curso de História e do Grupo de Pesquisa sobre "História e Ensino" - FIBRA e DPHAC/SECULT 6. Curso de História - FIBRA - Belém/PA e Estagiário do Museu Goeld |
INTRODUÇÃO: |
O Grupo de Estudos e Pesquisas do Curso de História da Faculdade Integrada Brasil Amazônia/FIBRA desde 2006 investiga práticas pedagógicas do ensino da história. Visa-se fortalecer a relação teoria e prática do acadêmico ao aproximá-lo da escola por meio das atividades ligadas às disciplinas: Metodologia do Ensino da História, Prática de Ensino da História e Estágio Supervisionado. Professores pesquisadores e alunos selecionam casos a investigar tornado a prática pedagógica do professor o principal objeto de estudo desse grupo. Iniciou-se com estudos de casos etnográficos fundamentados em André e Bôas de 2004. Em 2010 foram financiados projetos para investigar as principais dificuldades percebidas na sala de aula. A diagnose inicial apontou: Dificuldades relacionadas à leitura e à escrita, Baixo desempenho e evasão; e os Desafios da implantação das Diretrizes Curriculares Nacionais da História e da Cultura Afrobrasileira e Indígena, no ensino noturno público. As análises desses problemas evocam desafios a extrapolar a formação meramente disciplinar do futuro professor. Diante desses resultados, se tem visado fortalecer a formação didático-pedagógica com a inclusão de temas ligados a Multiculturalidade, Desenvolvimento e Aprendizagem sem prescindir da formação disciplinar. |
METODOLOGIA: |
Durante o ano letivo de 2010 alunos e professores pesquisadores do curso selecionaram escolas públicas estaduais com modalidade EJA, de classe de 3ª e 4ª etapas, para realização do Estágio Supervisionado e da Prática de Ensino de História, lócus da pesquisa. Especificamente no horário noturno, voltado para Educação de Jovens e Adultos/EJA, com media de dois a três dias por semana, observando a sala de aula para investigar os desafios dos professores e dos alunos jovens e adultos. Durante essa estada entrevistou-se informalmente professores e alunos, aplicou-se questionários e preencheram-se dois instrumentos de observação para registrar o planejamento e organização do tempo pedagógico e execução da aula a partir de estudos de diversos autores, dentre eles Cainelle e Smidth a partir da proposta “Ensinar História” de 2004. Nesse meio tempo professores pesquisadores e alunos bolsistas estudaram documentos como Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental, Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental e Médio, Orientações Curriculares Nacionais para o ensino médio e as Leis 9394/1996 e 11.645/2008. Assim como a proposta de Elvira Lima, psicóloga e neurolinguista, sobre as bases neurológicas, culturais e psicológicas da aprendizagem. |
RESULTADOS: |
Foram identificados diversos problemas e dentre eles três tornaram-se objetos de estudos: 1) Baixo aproveitamento e evasão, e 2) Dificuldade de ler e escrever. Diante disto se buscou identificar o porquê de notas baixas e o que fazia os alunos obterem medias inferiores às exigidas pela instituição. Quais as dificuldades e porque elas ocorriam. Então se identificou, a partir de falas dos docentes e alunos e das observações das aulas, práticas magistrais conforme Cainelle e Smidth, dificuldades de interpretação e compreensão de textos e identificação do analfabeto funcional, ou seja, não se presenciava na maioria dos alunos habilidades de leitura e de escrita identificando bloqueios para redigir. Chamou atenção ainda um dado grave: o atendimento à Lei 11.645/08 culminando com o estudo de mais um problema: 3) A implementação da História e da Cultura Afrobrasileira e Indígena, mais especificamente a temática ligada às populações indígenas. As investigações se direcionaram em “como é abordada a temática indígena nas disciplinas História e Estudos Amazônicos”. Nessa perspectiva, se evidenciou que essa temática, quando abordada, acontecia de forma muito superficial sem apresentar sua relevância, Os livros didáticos adotados não contribuem, de forma eficaz, para reverter o quadro. |
CONCLUSÃO: |
O analfabetismo funcional e a evasão da EJA estão ligados a fatores intra e extramuros da escola. Percebeu-se que os alunos trabalham e pararam de estudar por um bom tempo, mas retornaram à escola com expectativas. Assim se pode constatar, cabe aos professores e gestores produzirem meios a possibilitar aulas e ambientes escolares mais dinamizadores e atrativos. Isto, a partir da busca de saídas em função dos problemas relacionados as dificuldades de aprendizagem desse grupo. Como uma das estratégias da pesquisa, na identificação de problemas, levou os alunos a elaborarem pequenos textos, por meio de materiais disponibilizados como documentários, artigos de revistas e o próprio diálogo com e entre eles, essas atividades podem ser incorporadas. Notou-se, com essas estratégias, que boa parte da turma passou a comparecer as aulas, assim se pode verificar que metodologias aplicadas no ensino da historia devem ser direcionadas ao educando de modo contextualizado. Quanto à questão indígena se identificou, da direção ao docente, descaso e desconhecimento da obrigatoriedade passados três anos da vigência da lei. Com isso percebeu-se o descumprimento da lei, no que concerne o ensino da história e cultura dos povos indígenas tão importantes para construção de nossa identidade amazônida. |
Palavras-chave: Curriculo, História e Ensino, Prática Pedagógica. |