63ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia - 2. Manejo Florestal |
COMPORTAMENTO DE MUDAS DE Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl. (ipê-roxo) PLANTADAS EM CLAREIRAS CAUSADAS PELA EXPLORAÇÃO DE IMPACTO REDUZIDO, EM PARAGOMINAS, PA |
Sabrina Benmuyal Vieira 1 João Olegário Pereira de Carvalho 2 Jaqueline Macêdo Gomes 3 Joice Carolina Fernandes da Silva 3 Ademir Roberto Ruschel 4 |
1. Aluna do Curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA, Bolsista do CNPq 2. Professor da Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA, orientador, Bolsista do CNPq 3. Aluna do Curso de Mestrado em Ciências Florestais da Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA 4. Pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental |
INTRODUÇÃO: |
O manejo florestal trata do conjunto de princípios, técnicas e normas que tem por finalidade organizar as ações necessárias para ordenar os fatores de produção e controlar a produtividade e eficiência para alcançar objetivos definidos (HIGUCHI, 1994). Por meio do manejo florestal, no conhecimento da auto-ecologia das espécies arbóreas, tem-se o suporte para o planejamento e execução, em bases sustentáveis, da exploração florestal e de tratamentos silviculturais, tornando-se necessário conhecer as exigências das espécies em relação à radiação solar, fator que desencadeia a atividade metabólica dos vegetais (JARDIM, 2007). Kageyama (1989) considera a silvicultura tropical uma importante alternativa em florestas exploradas, devido atuar em diferentes linhas de pesquisa, como os plantios de enriquecimento; e Silva (2001) comenta que os tratamentos silviculturais aumentam consideravelmente o desenvolvimento de árvores em florestas tropicais. No presente estudo foi analisado o comportamento de Tabebuia impetiginosa (ipê-roxo), em clareiras causadas pela exploração florestal, visando aumentar o conhecimento silvicultural sobre a espécie e estudar a possibilidade de incluí-la em plantios de enriquecimento de áreas abertas pela exploração florestal na Amazônia. |
METODOLOGIA: |
O estudo de plantio de enriquecimento em clareiras está sendo desenvolvido pelo “Projeto Silvicultura Pós-colheita na Amazônia brasileira”, na Fazenda Rio Capim, pertencente à Cikel Brasil Verde Madeiras Ltda., localizada no município de Paragominas, no Estado do Pará. A área experimental é de 200 ha de floresta natural, representativa da Floresta Ombrófila Densa de Terra Firme da Amazônia brasileira, onde foram selecionadas 400 clareiras, causadas pela exploração de impacto reduzido, para o estudo de enriquecimento com espécies de valor comercial. As clareiras foram classificadas em: pequenas (200–400m²), médias (401–600m²) e grandes (>600m²). Nessas clareiras foram plantadas, aleatoriamente, em 2005, 227 mudas de ipê-roxo, sendo 136 em clareiras pequenas, 70 em clareiras médias e 21 nas grandes. Na ocasião do plantio, em 2005, foi realizada a primeira medição da altura das mudas As medições seguintes ocorreram em 2006, 2008 e 2010. Calculou-se a taxa de sobrevivência pela razão entre o número de indivíduos no final do período e o número de indivíduos no início. Calculou-se também o Incremento Periódico Anual (IPA), em altura, pela diferença entre as alturas das mudas na última medição e a altura na primeira medição, em cinco anos de monitoramento. |
RESULTADOS: |
A sobrevivência da espécie foi baixa em todos os tamanhos de clareiras, sendo 34,6% nas pequenas e 40,0%, tanto nas médias como nas grandes. Engel (1991) registrou alta sobrevivência de T. impetiginosa em três níveis de sombra (48%, 68% e 82%). Devido a essa característica de alta sobrevivência em ambientes sombreados, pode-se inferir que a espécie não se adaptou ao ambiente das clareiras, pois estas possuem níveis de sombra inferiores a 48%. O crescimento em altura, de 2005 a 2010, foi de 23,8 cm em clareiras pequenas, 20,4 cm nas médias e 23,0 cm nas grandes, sem diferença significativa, segundo o teste Kruskal-Wallis (H = 0,534 e (P = 0,766). No estudo de Engel (1991), a espécie cresceu mais rápido sob 68% de sombra. A intensidade de luz tem sido reconhecida como o fator mais importante para os mecanismos de regeneração e crescimento das florestas. Entretanto, no presente estudo, em cinco anos, a sobrevivência da espécie foi baixa (38,2%) e o crescimento em altura (22,3 cm) foi um tanto lento, indicando que a luz não é o principal fator para melhorar o seu desenvolvimento, mas há necessidade de mais pesquisas sobre a performance da espécie em clareiras, em outros sítios e incluindo outros fatores como, por exemplo, pragas e doenças e herbivoria. |
CONCLUSÃO: |
A sobrevivência da espécie foi baixa em todos os tamanhos de clareiras, sendo 34,6% nas pequenas e 40,0%, tanto nas médias como nas grandes. Engel (1991) registrou alta sobrevivência de T. impetiginosa em três níveis de sombra (48%, 68% e 82%). Devido a essa característica de alta sobrevivência em ambientes sombreados, pode-se inferir que a espécie não se adaptou ao ambiente das clareiras, pois estas possuem níveis de sombra inferiores a 48%. O crescimento em altura, de 2005 a 2010, foi de 23,8 cm em clareiras pequenas, 20,4 cm nas médias e 23,0 cm nas grandes, sem diferença significativa, segundo o teste Kruskal-Wallis (H = 0,534 e (P = 0,766). No estudo de Engel (1991), a espécie cresceu mais rápido sob 68% de sombra. A intensidade de luz tem sido reconhecida como o fator mais importante para os mecanismos de regeneração e crescimento das florestas. Entretanto, no presente estudo, em cinco anos, a sobrevivência da espécie foi baixa (38,2%) e o crescimento em altura (22,3 cm) foi um tanto lento, indicando que a luz não é o principal fator para melhorar o seu desenvolvimento, mas há necessidade de mais pesquisas sobre a performance da espécie em clareiras, em outros sítios e incluindo outros fatores como, por exemplo, pragas e doenças e herbivoria. |
Palavras-chave: Tabebuia impetiginosa, tratamentos silviculturais, silvicultura pós-colheita. |