63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 3. Enfermagem Médico-Cirúrgica
CONHECIMENTO DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE UTI SOBRE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
Emilli Oliveira Feitosa 1
Karina Suzuki 2
1. Acadêmica da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás/ FEN-UFG
2. Profa. Mestre/Orientadora - Faculdade de Enfermagem – UFG
INTRODUÇÃO:
A Higienização das Mãos (HM) é a medida de maior impacto na prevenção das Infecções Relacionadas à Assistência em Saúde (IRAS) e de menor custo para a instituição. Entretanto, sendo comprovadamente uma importante medida para o controle de infecções percebe-se que, a HM, ainda não tem sido valorizada de forma efetiva pelos profissionais no cotidiano do trabalho.
Na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) as IRAS são de difícil prevenção e controle uma vez que os pacientes estão com o sistema imunológico comprometido e com maior exposição a dispositivos invasivos. Desse modo, deve-se enfatizar a importância da HM, pois com ela diminui-se a microbiota transitória, maior responsável pela contaminação dos pacientes.
Durante atividades práticas no ambiente hospitalar, observou-se que não há uma considerável adesão a prática da HM, principalmente pelos profissionais da equipe da UTI, o que é contraditório, pois é a unidade que necessita de maior atenção e cuidados. A baixa adesão pode ser explicada pelo fato de os profissionais não conseguirem visualizar o efeito imediato desse ato no paciente, colocando a HM como uma medida paralela e secundária nos procedimentos de enfermagem.
Frente ao exposto, o presente trabalho objetiva avaliar o conhecimento dos profissionais da UTI sobre Higienização das Mãos.
METODOLOGIA:
Estudo descritivo com abordagem quantitativa, realizado de julho de 2009 a junho de 2010, em três UTIs de um hospital escola de Goiânia, no qual os sujeitos foram os profissionais que compõem a equipe multiprofissional e de apoio. Foi usado um questionário semi-estruturado para a coleta dos dados, composto por 10 (dez) perguntas subjetivas, buscando saber sobre os seguintes assuntos: a abordagem do conteúdo sobre HM durante curso de formação, importância da HM para a assistência, as dificuldades para a não realização desta e como é feita a orientação sobre a HM dentro das Unidades de Terapia Intensiva (UTI). A pesquisa foi aprovada pelo CEP/ HC- UFG protocolo nº 025/2010. Os sujeitos foram orientados e todos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
Os dados coletados foram enquadrados no programa Microsoft Office Excel®, e analisados por meio de estatística simples.
RESULTADOS:
Participaram do estudo 37 profissionais, sendo enfermeiros (24%), médicos (11%), técnicos em enfermagem (59%) e o grupo de profissionais que consideramos como equipe de apoio, composta por psicólogo e fonoaudiólogo (6%). Por meio do questionário, indagamos sobre a abordagem do conteúdo de HM durante o curso de formação dos participantes. A maioria (83%) recebeu o conteúdo sobre HM de forma teórica e prática. Apesar de algumas pessoas não terem tido contato com um conteúdo prático sobre HM (3%), todos foram unânimes em considerar importante a prática da HM. Observamos que os momentos lembrados e considerados os mais importantes foram antes e após qualquer procedimento (40%), ao chegar à unidade de trabalho (15%) e quando entrar em contato com o paciente (9%). Mesmo sabendo da importância e dos momentos relevantes para realizar a HM, 46% dos profissionais confessaram que sua técnica nem sempre é correta, podendo comprometer a manutenção da cadeia asséptica. Quanto ao incentivo a realização da técnica, as pessoas relataram receber orientação da CCIH, de acadêmicas que realizam projetos dentro das UTIs e da enfermeira chefe.
CONCLUSÃO:
Concluímos que a equipe multiprofissional tem conhecimento sobre HM, mas ainda precisa ser mais trabalhado por meio de estratégias como educação continuada. Projetos de extensão desenvolvidos por acadêmicos da área da saúde também são importantes para implementar trabalhos de educação permanente junto à equipe multiprofissional, visando construir pesquisas científicas que tragam retorno à essa população, otimizando o serviço. Além disso, o trabalho do enfermeiro é imprescindível para implementar ações que visem um melhor desempenho da equipe através da conscientização sobre a prática de HM.
Palavras-chave: Infecção hospitalar, Lavagem de mãos, Equipe de Assistência ao Paciente.