63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública
CONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA DE PACIENTES ACOMPANHADOS POR UMA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE SAÚDE
Nathanne dos Santos Ferreira 1
Juliana Natália de Souza 1
Sandra Aparecida Benite Ribeiro 2
1. Campus Avançado de Jataí, Universidade Federal de Goiás – UFG
2. Profa. Dra./ Orientadora - Campus Avançado de Jataí, Universidade Federal de Goiás – UFG
INTRODUÇÃO:
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença crônica considerada um grave problema de saúde pública, além de ser um dos fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Mudanças de estilo de vida são recomendadas para o controle da pressão arterial e prevenção de futuras complicações, tais como a prática de dieta hipocalórica (DHC) e hipossódica (DHS) e prática de atividade física regular (AFR). Assim, o Ministério da Saúde tem preconizado a implantação de programas constituídos por equipes multiprofissionais que, além do fornecimento de medicamentos, desenvolvam ações de aconselhamentos para a prática de estilos de vida saudáveis, de forma a controlar a HAS. Em Jataí – GO o programa é realizado na Unidade Básica de Saúde Jaimes Phillip Nimelli, desde o ano de 1998, no qual têm sido desenvolvidas as ações recomendadas pelo Ministério da Saúde para controle da HAS dos pacientes. Desse modo esse trabalho teve como objetivos: 1) caracterizar os pacientes cadastrados no Programa de Educação e Controle da Hipertensão e sistematizar os resultados; 2) avaliar os efeitos da prática de atividade física e da dieta alimentar regular sobre a evolução do quadro clínico dos pacientes hipertensos que foram acompanhados durante os anos de 1998 a 2001.
METODOLOGIA:
O estudo foi do tipo longitudinal com 279 portadores de hipertensão atendidos pelo Programa de Educação e Controle da Hipertensão entre os anos de 1998 a 2001. Foram compilados dos prontuários dos pacientes dados de: pressões sistólica (PS) e diastólica (PD), sexo, altura, massa corporal e índice de massa corporal (IMC). A HAS foi definida a partir de PA ≥140/90 mmHg. O sobrepeso/obesidade foi definido a partir do IMC ≥ 25 Kg/m2. Foram analisadas as prevalências pelo teste do Qui-Quadrado na primeira consulta. Foram coletados também os relatos dos pacientes sobre a de prática de AFR, DHC e DHS para avaliar seus efeitos sobre o controle da massa corporal e da HAS. Para a análise longitudinal da amostra, durante os 48 meses de estudo, foram analisadas 9 consultas, com quatro meses de intervalo entre cada uma delas. Nestas análises foram avaliados os efeitos da prática de AFR, de DHC e DHS sobre o IMC e a PA, sem divisão dos pacientes por sexo ou faixa etária, pelo teste ANOVA para amostras repetidas complementada por Bonferroni. Todas as análises foram feitas no programa Prism, 1999, GraphPad Software Inc., San Diego CA.
RESULTADOS:
Nas análises da primeira consulta, foram observadas prevalência de mulheres (80%), de pacientes na faixa etária de 50 a 59 anos (38,3%), de indivíduos com sobrepeso/obesidade (77,4%), hipertensos descompensados (83%), não tabagistas (73%), não alcoolistas (73%), de praticantes de DHS (73,4%), de não praticantes de AFR (64,5%) e de não adeptos à DHC (83%). Apesar de no início haver 237 pacientes, somente 37 indivíduos compareceram à todas consultas e foram selecionados para o estudo longitudinal, isto demonstrou uma baixa aderência dos pacientes ao programa. Apesar disso, pôde-se observar redução da massa corporal e controle da HAS nos indivíduos que relataram seguir os aconselhamentos da equipe de saúde e adotaram as práticas de AFR, DHS e DHC. A média (M±DP) do IMC na 1ª consulta (28,4±6,0) foi significativamente maior do que na 4ª (27,4±5,2) e 5ª consultas (27,2±4,8). De forma similar, a média da PS na 1ª consulta (147,4±28,4) foi significativamente maior do que na 4ª (125,9±16,7) e na 7ª consultas (129,3±20,0) e a PD na 1ª consulta (97,2±18,0) foi significativamente maior que na 4ª (82,6±10,6), na 5ª (85,6±11,0), 6ª (85,7±14,2), 7ª (83,3±14,1) e 9ª consultas (85,7±14,7). A média da PD na 2ª consulta (93,2±15,5) foi significativamente maior que na 4ª consulta (82,6±10,6).
CONCLUSÃO:
Os resultados do presente estudo corroboraram os relatos da literatura de que a hipertensão e demais fatores de risco das doenças cardiovasculares podem ser controlados por meio da associação entre o tratamento medicamentoso e a adoção de estilos de vida mais saudáveis, tais como a prática de atividade física regular, dieta balanceada e com baixo teor de sódio. Além disso, a pesquisa forneceu importante auxílio à equipe do programa de apoio ao hipertenso da secretaria de saúde de Jataí, ao detectar seus benefícios e suas falhas. Foi sugerido à equipe que adotasse outras medidas antropométricas, tais como a circunferência da cintura e do quadril, procedimentos fáceis de serem executados e de baixo custo financeiro, exames periódicos do perfil lipídico e glicêmico e registros mais metódicos nos prontuários. Foi sugerido também um trabalho de acompanhamento domiciliar dos pacientes de forma que participem efetivamente do programa, uma vez que o controle da HAS e da massa corporal foi observada somente nos pacientes que aderiram ao programa e ao novo estilo de vida
Palavras-chave: Hipertensão, Atividade Física, Dieta Alimentar.