63ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia |
ACÚMULO DE MICRONUTRIENTES EM FUNÇÃO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA EM MUDAS CÍTRICAS |
Cláudia Fabiana Alves Rezende 1 Eliana Paula Fernandes 2 Juliano Magalhães Barbosa 3 Marcelo Ferreira da Silva 4 Wilson Mozena Leandro 5 |
1. Doutoranda, PPGA / EA, Universidade Federal de Goiás. 2. Profa. Dra./ Orientadora – Depto. de Solos – EA/UFG. 3. Doutorando, PPGA / EA, Universidade Federal de Goiás. 4. Profissional Liberal, Engenheiro Agrônomo. 5. Prof. Dr. – Depto. de Solos – EA/UFG. |
INTRODUÇÃO: |
Pesquisas realizadas com mudas de citros na fase de viveiro têm mostrado exigência de nitrogênio de acordo com as diferentes fases de desenvolvimento das plantas. Diversos trabalhos destacam estudos sobre respostas dos citros na fase de produção de mudas ao nitrogênio, fósforo, potássio e cálcio, uso de diferentes fontes de nitrogênio, fontes solúveis e de liberação lenta de nutrientes, demanda e balanço de nutrientes em diferentes manejos. Contudo, pouco se tratou do fornecimento de micronutrientes. Ocorre várias interações relatadas entre os nutrientes nas plantas cítricas e a aplicação de maiores doses de nitrogênio visando ao rápido crescimento das mudas têm-se reportado problemas nos viveiros associados à deficiência de micronutrientes causada pelo excesso de nitrogênio. Também, pouco se dispõe de informações acerca do manejo de nitrogênio e micronutrientes para a produção de mudas no Cerrado. Este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar o efeito de diferentes doses de nitrogênio em ambiente protegido no estado de Goiás, aplicado via fertirrigação, sobre o crescimento, produção de matéria seca e acúmulo de micronutrientes (cobre, ferro, manganês e zinco) em mudas de laranja ‘Pera’ (Citrus sinensis L. Osbeck) enxertada sobre limão ‘Cravo’ (Citrus limonia Osbeck). |
METODOLOGIA: |
O experimento foi conduzido em ambiente protegido (estufa), latitude 16˚32’10’’ Sul e longitude 49˚24’33’’ Oeste. Foram selecionadas 72 mudas recém enxertadas, com seis meses após o transplantio para as sacolas e com noventa cm de altura, que por quinze dias receberam somente água para lavagem do substrato. O delineamento foi o de blocos inteiramente casualizados. Os tratamentos foram distribuídos de forma casualizada, cada tratamento com seis repetições. O adubo escolhido para o teste foi o nitrato de cálcio (14% nitrogênio e 18% cálcio). Os tratamentos foram (g L-1 N): 0,0; 3,5; 7,0; 14; 28 e 56 g para cada 1.000 L de água. As mudas foram avaliadas a cada dez dias para avaliar a altura e o diâmetro, posteriormente foi verificada a biomassa seca da parte aérea e raiz (g). A amostragem das plantas para avaliar o acúmulo de nutrientes foi feita no final do desenvolvimento das mudas. Foram coletadas oito plantas por tratamento selecionado ao acaso em cada bloco. As amostras do substrato foram analisadas de acordo com o teor de micronutrientes. As amostras das mudas eram separadas em raiz, caule e folhas para determinação da matéria seca (MS) acumulada e o teor de micronutrientes. As amostras foram encaminhadas ao Laboratório de Análise de solos e folias (LASF-EA/UFG). |
RESULTADOS: |
Ocorreu influência das doses de nitrogênio sobre a altura e o diâmetro do caule, com desenvolvimento máximo na dose de 28 g L-1 N. A produção de MS das mudas não foi influenciada significativamente pelas doses de N. A produção máxima de MS da parte aérea (20,28 g planta-1) e das raízes (10,26 g planta-1) foi do primeiro tratamento, sendo que a dose máxima testada (56 g L-1) obteve um acúmulo menor de MS (parte aérea - 17,73 g planta-1 nas raízes de 10,20 g planta-1). A concentração dos nutrientes no substrato variou muito com os diversos tratamentos. A maior concentração em mg kg-3 de Cu (40,8) e Zn (18,7) ocorreram com a dose de 3,5 g L-1 N, e de Fe (237,5) e Mn (42,8) com a dose de 0,0 g L-1 N. O tratamento com 0,0 g L-1 N, apresentou índices mais elevados de acúmulo nas folhas e no caule, as demais doses apresentaram acúmulo crescente do nutriente. As doses de 28 g L-1 N e 56 g L-1 N apresentaram valores semelhantes para o acúmulo na parte aérea. As raízes armazenaram o consumo de luxo do nitrogênio fornecido, o que também ocorreu com os micronutrientes avaliados. O maior acúmulo na parte aérea em mg kg-3 foi: Cu (97,5); Fe (715); Mn (657) e Zn (61,4). Analisando o acúmulo de micronutrientes nas partes da planta, não se observou diferenças estatísticas significativas. |
CONCLUSÃO: |
Para as diferentes doses de nitrogênio não há grande diferença no acúmulo de micronutrientes. Doses mais elevadas de nitrogênio limitam o acúmulo dos micronutrientes, sendo que, todos os micronutrientes acumulam mais na parte aérea da planta do que no sistema radicular. Em razão do comportamento equivalente, e o bom desempenho da testemunha, deve-se sempre priorizar aquela que proporciona o melhor custo benefício no desenvolvimento da muda. O acúmulo total de micronutrientes apresenta-se em escala decrescente: Fe>Mn>Cu>Zn. |
Palavras-chave: Ambiente protegido, Nutrição mineral, Citrus sinensis L. Osbeck. |