63ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 1. Ciência do Solo |
APLICAÇÃO DE CALCÁRIO EM DIFERENTES GRANULOMETRIAS NA CORREÇÃO DE SOLO PARA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA PLANTIO DIRETO |
Joaquim José Frazão 1 Eliana Paula Fernandes 2 Rafael Felippe Ratke 3 Hamilton Seron Pereira 4 João de Deus Gomes dos Santos Júnior 5 |
1. Depto. de Solos - UFG, Goiânia/GO 2. Profa. Dra./Orientadora - Depto. de Solos - UFG 3. Depto. de Solos - UFG 4. Depto. de Solos e Nutrição de Plantas - UFG, Jataí/GO 5. Depto. de Pesquisa e Desenvonvimento - EMBRAPA CERRADOS, Planaltina/DF |
INTRODUÇÃO: |
O sistema de plantio direto (SPD) vem sendo instalado de forma sistemática em todas as regiões agrícolas do país, principalmente na região dos Cerrados. Mas a implantação deste sistema não vem apresentando os resultados esperados em muitas áreas, isto ocorre principalmente devido às características de clima e solo nas diferentes regiões. A grande barreira para a implantação deste sistema nestas condições vem sendo a acidez elevada associada ao baixo poder tampão destes solos, que após os primeiros anos de cultivo estes já necessitam de recalagem constante. A aplicação de calcário com granulometria maior que 0,3 mm em quantidade superior a dose recomendada e incorporada no solo na implantação do SPD pode favorecer o tempo de correção da acidez do solo e o fornecimento de Ca e Mg. O tempo de reatividade do calcário no solo pode dispensar o uso da recalagem. O poder tampão do solo, ou seja, a manutenção de um pH inalterável que favorece a equilíbrio de nutrientes disponíveis na solução do solo e o crescimento de raízes pode ser alcançada com maiores quantidades de matéria orgânica adicionadas ao solo. Esse trabalho teve o objetivo avaliar na implantação do SPD na cultura do milho, a aplicação incorporada de calcário à profundidade de 30 cm a 40 cm, em diferentes granulometrias. |
METODOLOGIA: |
O experimento foi instalado em outubro de 2009 na Escola de Agronomia da UFG e constituiu-se em vinte parcelas de 50 m², com cinco tratamentos (T0= test.; T1=0,2-0,3 mm; T2=0,3-0,56 mm; T3=0,56-0,82 mm e, T4=0,82-2 mm). No experimento analisaram-se diferentes granulometrias de calcário e seu efeito corretivo. O mesmo foi montado em blocos casualizados com quatro repetições e as parcelas foram cultivadas com milho na safra de verão 2009/2010. Amostrou-se solo em toda a área, antes da implantação, com objetivo de caracterizar quimicamente o solo. As amostras foram analisadas no LASF/EA/UFG. Com base nos resultados dessa análise, calculou-se a soma de bases (SB), a CTC e a saturação por bases (V%) e posteriormente, a calagem. A nutrição das plantas foi avaliada a partir das coletas de amostras de plantas de milho, quando 50% a 75% da lavoura apresentaram a inflorescência feminina, coletando-se abaixo e oposta à primeira espiga, descartando-se a nervura central. As amostras foram examinadas no LASF/EA/UFG para determinação dos macro e micronutrientes. Para comparar os tratamentos avaliou-se a produção de grãos de milho. Os dados passaram por análise estatística (SAS) e posteriormente, utilizaram-se os testes de Wallen-Ducan e Tukey na comparação das médias dos resultados obtidos. |
RESULTADOS: |
Apesar de a testemunha ter maiores valores de V, Ca, Mg e CTC em relação aos demais tratamentos, a produtividade de milho nesses, mantiveram acima da testemunha. Isso ocorreu devido ao calcário não ter reagido totalmente, que por sua vez manteve os valores desses abaixo dos da testemunha. GARGANTINI (1974), não encontrou diferenças significativas na produção de massa seca de milho, diferente da encontrada neste trabalho, provavelmente por se tratar de experimento em vaso e aqui, no campo. Os valores de pH do solo após a aplicação, indiferentemente das granulometrias, não houve diferenças significativas na correção da acidez nesse primeiro ano. KURIHARA (1999), concluiu que a granulometrias de 0,3 mm permitiu uma melhor correção da acidez do solo, condizente com esse trabalho. Calcário com granulometria entre 0,2 e 0,3 mm forneceu maiores teores de Ca ao solo, devido à maior reatividade. A utilização de calcário dolomítico, pode ter mantido a relação Ca:Mg, já que esta no solo encontra-se em 1:1, antes da aplicação, sendo ideal 3:1. Devido a maior reatividade de granulometrias mais finas, foi fornecido Ca e Mg quase na mesma proporção e as concentrações desses, continuaram praticamente a mesma inicial (1:1), com isto pode ter influenciado a produção de milho. |
CONCLUSÃO: |
Calcário com granulometria entre 0,3 e 0,56 mm promovem maior elevação do pH, porém, não havendo diferença significativas em relação as demais granulometrias. Calcário com granulometria entre 0,2 e 0,3 mm fornece maiores teores de cálcio ao solo, devido à maior reatividade desse material e sua conseqüente liberação desse nutriente. Nesse primeiro ano de cultivo, o milho produziu melhor nas parcelas onde se utilizou calcário com granulometria entre 0,82 e 2 mm. A testemunha manteve valores maiores em alguns parâmetros químicos do solo quando comparado aos demais tratamentos, porém a produtividade do milho, na maioria das repetições, foi menor que o restante dos tratamentos. |
Palavras-chave: Calcário, Granulometrias, Plantio Direto. |