63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 4. Educação Básica |
OS DISTÚRBIOS DE CONDUTA E SUA RELAÇÃO COM O BULLYING NO CONTEXTO ESCOLAR |
Verônica Moreno Machado 1 Vani Maria de Melo Costa 2 |
1. Depto. de Pedagogia, Fac. de Educação – UNEMAT/Cáceres 2. Profa. Dra./Orientadora – Depto. de Pedagogia, Fac. de Educação – UNEMAT/Cáceres |
INTRODUÇÃO: |
O bullying escolar tornou-se alvo de estudos e pesquisas a partir da constatação do significativo aumento da agressividade nas relações discentes, aumento este observado com grande preocupação por parte dos pais e dos professores. O projeto de iniciação científica se sustentou teoricamente nos supostos de FANTE (2005), CONSTANTINI (2004), CUBAS (2007), COSTA (2009), entre outros, para a identificação dos sinais dos distúrbios de conduta em crianças e adolescentes, entre seis e doze anos, e estabelecer sua relação com o bullying no contexto escolar. Abordaram-se temáticas como: conceituações do bullying, distúrbios de conduta, expressão corporal, personagens, comportamentos e consequências. O trabalho de pesquisa possibilitou o estudou do bullying sob a ótica da expressão corporal, como um distúrbio de conduta, manietado nos rituais escolares, e apresenta seus resultados de acordo com dados coletados a partir das técnicas de Observação Natural e Elaboração de Desenhos. |
METODOLOGIA: |
Para seleção dos sujeitos da pesquisa foi escolhida uma escola dentre as indicadas pela Secretaria de Educação de Cáceres/MT que atendesse diversas regiões. Solicitou-se aos professores que indicassem alunos com problemas de comportamento, os quais representariam os casos a serem pesquisados. Para obter as informações sobre motivos dos distúrbios de conduta foram aplicadas as técnicas da observação natural, análises de desenhos, visitas familiares e sessões de grupos de trabalho (GTs). Solicitou-se aos sujeitos desenhos com as consignas: minha família, meu corpo e meu rosto. O resultado da análise destes ofereceu informações que foram ratificadas nas visitas às famílias. Com os problemas de conduta revelados, 24 sujeitos foram agrupados em GTs (por faixa etária). Durante 15 semanas, em sessões de 30 minutos, foram desenvolvidas atividades de atenção, percepção e memória. Para a divulgação dos resultados, selecionou-se uma amostragem que revelaram ser a consigna “Meu Corpo” a que favoreceu o alcance dos objetivos propostos, porque possibilitou a análise da autopercepção e da auto-imagem. Para certificação e complementação dos resultados utilizou-se dados das técnicas correspondentes à pesquisa da orientadora: Diálogo com Professores, Impressão dos Pés e Análise de Fotos. |
RESULTADOS: |
Da amostragem analisada, 88% das crianças são reflexivas e sentem falta de confiança, o que se entende por tendência ao mutismo, ao isolamento e ao ensimesmamento, características estas das vítimas e espectadores do bullying, que geralmente sofrem com problemas de comunicação, agravados pela tendência dos adultos em consideram as práticas agressivas apenas como brincadeiras. Isto se confirma, pois 75% dos sujeitos se sentem depreciados e inadequados ao contexto, e 50% apresentam preocupação, medo, raiva, ansiedade e desconforto frente as normas familiares e escolares. Identifica-se que 81% são inseguros e impulsivos, ou seja, apresentam tendência à agressividade e à rejeição de autoridade, sendo estas as características do praticante do bullying, o qual sente dificuldade para adapta-se às regras e deseja impor sua vontade, mesmo que seja através da pratica de atos violentos. Os sujeitos sentem que se não detiverem o “poder” correrão o risco de serem também dominados. Assim, solucionam os conflitos de forma agressiva. Porém, apesar das dificuldades, suas experiências de vida e as características que definem suas condutas e comportamentos, 63% das crianças são entusiasmadas e sentem curiosidade e desejo de descobrir coisas novas, enfim, “não deixam de ser crianças e adolescentes”. |
CONCLUSÃO: |
A Violência na Escola ainda não é um tema muito discutido na universidade e é uma realidade que aumenta cada vez mais. A agressividade presente na escola terá reflexos na vida adulta das crianças, em níveis extremos, como a depressão e a violência doméstica, o que vai se tornando um ciclo e criando novas gerações de pessoas agressivas. Cabe à família e à escola não deixar que esses comportamentos se perpetuem e se caracterizem como bullying. Através da aplicação das técnicas os sinais dos distúrbios de conduta relacionados às características do bullying, aqueles considerados desvios, ou seja, não patológicos foram identificados. Além disso, propiciou-se a atualização dos professores sobre o tema e a intervenção, para a sua minimização ou neutralização, o que foi possível a partir do projeto da orientadora: “Estudo da Expressão Corporal e sua relação com a Situação Social de Desenvolvimento de crianças e adolescentes para identificação das origens dos distúrbios de conduta”. Com isso, o projeto também contribuiu na melhoria do relacionamento entre o adulto (pais e professores) e os sujeitos da pesquisa, e a partir do trabalhado semanal com os sujeitos houve melhora no desenvolvimento das atividades pedagógicas propostas em sala de aula. |
Palavras-chave: Bullying e Agressividade, Distúrbios e Desvio de conduta, Expressão Corporal. |