63ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 13. Parasitologia - 5. Protozoologia de Parasitos |
ANÁLISE MORFOMÉTRICA DE FORMAS PROMASTIGOTAS DE Leishmania (Leishmania) amazonensis EXPOSTAS A DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE ZIDOVUDINA |
Camilla Luiza Batista 1,2 Marina Clare Vinaud 2 |
1. Instituto de Ciências Biológicas - UFG, Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública - UFG 2. Profa. Dra./ Orientadora - Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública - UFG |
INTRODUÇÃO: |
O ciclo biológico do protozoário flagelar do gênero Leishmania é dividido em duas formas evolutivas: promastigota e amastigota. A primeira é flagelada e encontrada no intestino médio do hospedeiro invertebrado (inseto vetor do gênero Phlebotomus) onde divide-se exponencialmente (fase procíclica) e migra para as glândulas salivares como forma infectante (fase metacíclica). No hospedeiro vertebrado (mamíferos) torna-se parasito intracelular obrigatório, afetando particularmente as células do sistema fagocítico mononuclear e, internaliza o flagelo (forma amastigota). Seu cultivo in vitro permite analisar uma variação morfológica entre as formas flageladas dependente do dia de crescimento. A pesquisa de novas ações para fármacos já existentes no mercado é de extrema relevância principalmente para o tratamento de pacientes com infecções concomitantes como na leishmaniose/HIV. Sendo assim este estudo tem como objetivo avaliar o efeito na morfologia de formas promastigotas de Leishmania (L.) amazonensis expostas a diferentes concentrações de zidovudina (AZT), um antirretroviral de escolha para o tratamento de pacientes HIV positivos, este é um análogo nucleosídico da timidina cujo efeito de baseia na inibição da transcriptase reversa do vírus HIV. |
METODOLOGIA: |
Cultivou-se as formas promastigotas de L. amazonensis em placas de acrílico, 24 poços, sob meio líquido de Grace (Grace’s Insect Medium – Gibco®) acrescido de soro fetal bovino, L-glutamina e antibióticos, mantidos à 26° C, as quais foram expostas às concentração de 1, 10, 20, 30, 40 e 50 μM de Zidovudina (fabricante Imphazan lote 970430) diluído em DMSO. Estabeleceram-se poços controles de promastigotas e de promastigotas em presença de DMSO. Realizou-se curvas de crescimento dos parasitos mantidos nos poços controles e tratados, contemplando o número de parasitos por dia de cultivo, durante sete dias. Dos mesmos poços realizou-se a confecção de lâminas pelo método de concentração por Citospin, fixação e coloração por panótico (kit Instant-Prov). Realizou-se fotografias das formas e posterior análise das imagens, auxiliada pelo programa Image J. A análise morfométrica comtemplou: alterações no comprimento e largura celulares, bem como granulações nucleares e citoplasmáticas. Realizou-se por meio do programa Sigma Stat 3.2. a análise estatística de todas as variáveis, sendo que as diferenças observadas foram consideradas significantes quando p<0,05. |
RESULTADOS: |
Quanto à curva de crescimento houve diferença nas concentrações de 30, 40 e 50 μM entre o 1º e 3º dia de crescimento (fase logarítmica), comparados aos grupos controle. Indicando que a intensa multiplicação celular é sensível à estas concentrações de AZT. No 7º dia (fase estacionária da divisão celular) houve diferença de crescimento entre as concentrações de 20, 30, 40 e 50 μM e os grupos controles. Quanto às alterações morfológicas no comprimento do corpo houve diminuição em todos os grupos testes em relação aos grupos controles, sendo que estes valores foram maiores para as formas de 3º dia que as de 6º dia, na largura do corpo, esta foi maior nos grupos testes quando comparadas aos grupos controles, tanto no 3º quanto no 6º dia de crescimento, no comprimento do flagelo, entre os grupos controles, este foi estatisticamente maior no 6º dia que no 3º, sendo que nos grupos testes, nas concentrações de AZT de 30 e 40μM, foram menores no 3º dia, em relação ao 6º, nas concentrações de 1, 10 e 20 μM o comprimento no 3º foi maior que no 6º. Além das alterações morfológicas propostas, observou-se que as formas tratadas apresentaram no 3º dia granulações no citoplasma (20, 30, 40 e 50 μM de AZT) e ainda uma relação direta entre o aumento da concentração e largura do corpo (p<0,05). |
CONCLUSÃO: |
Neste estudo avaliou-se a sobrevivência de formas promastigotas de Leishmania (L.) amazonensis expostas a diferentes concentrações de zidovudina por meio da análise do crescimento e verificou-se que houve diferença quantitativa de parasitos na fase logarítimica da curva de crescimento dos grupos tratados quando comparados com os grupos controles. Por meio da análise morfométrica observaram-se alterações no comprimento e largura do corpo e tamanho do flagelo das formas promastigotas de todos os grupos tratados, além de granulações e vacuolizações no citoplasma das células, se comparados aos grupos controles. |
Palavras-chave: Leishmania (Leishmania) amazonensis, Zidovudina, Morfometria. |