63ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 4. Educação Básica
NOSSA HISTÓRIA, NOSSA COR: O NEGRO COMO AUTOR
Clélia Maria Pereira Barros 1
Silvânia Cláudia da Silva 2
Sandra Leopoldina Santos 3
Hélia Maria Barroso Braga 4
1. Prefeitura da Cidade do Recife - Escola Municipal Casa dos Ferroviários
2. Prefeitura da Cidade do Recife - Escola Municipal Casa dos Ferroviários
3. Prefeitura da Cidade do Recife - Escola Municipal Casa dos Ferroviários
4. Prefeitura da Cidade do Recife - UTEC-Jardim Botânico
INTRODUÇÃO:
Este trabalho foi o resultado de um processo de conscientização no combate contra a discriminação racial, desenvolvido com alunos do 2º ano do 1º ciclo da Escola Municipal Casa dos Ferroviários. Nosso país foi colonizado pela união das três raças: o branco, índio e o negro. Muitos movimentos e atos foram realizados para emancipação do negro, mas nem com a libertação dos escravos pela Lei áurea trouxe ao povo negro a igualdade racial. Dos movimentos algumas leis foram criadas para combater a discriminação, a saber: a lei Afonso Arinos aprovada sob o número 1.390 / 51,que defende a igualdade de tratamento e direito comum independente da diferença da cor da pele, seguindo-se outras como Lei 7.716, de janeiro de 1989, Lei 9.459 de 13/05/1997 todas tratando das punições aos crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional; Lei 7.716, de janeiro de 1989. Além das leis que foram criadas é necessário uma conscientização pessoal para acabar com a desigualdade racial e a escola é o meio mais viável para que isso aconteça. A mudança de atitude foi visível no ambiente familiar e escolar, podendo ser comprovada por meio de relatos das pessoas envolvidas na educação desses meninos e meninas participantes do projeto.
METODOLOGIA:
O projeto foi desenvolvido e aplicado pelas professoras regentes e apoiados pela direção/coordenação e profissionais da escola, tendo a duração de 60 dias a contar do início do mês de outubro de 2010. As atividades partiram desde as pesquisas, exibição do video/livro, parte integrante do projeto a cor da cultura , da Fundação Roberto Marinho, e a apresentação e leitura em mídia impressa do livro “Menina Bonita do Laço de Fita” de autoria de Ana Maria Machado. Após a análise do conteúdo do livro, os alunos confeccionaram coelhos coloridos e de uma boneca representando os personagens. Em seguida utilizaram técnicas de fotografia, expressão corporal, interpretação, prática textual e encenação da história pelos alunos. A conclusão teve como ápice a produção de um vídeo curta metragem, tendo os alunos como os próprios atores, fotógrafos e colaboradores para execução do mesmo. Contamos também com a DGTEC Diretoria Geral de Tecnologia na Educação e Cidadania da Prefeitura do Recife. A UTEC Jardim Botânico apoiou a escola na produção do vídeo e do banner, que foram apresentados pelos alunos na escola.
RESULTADOS:
No decorrer da aplicação do projeto, foram constantes os relatos de pais e professores sobre as mudanças comportamentais nos alunos. Dessa forma, houve uma agregação de forças desses segmentos pais e mestres que passaram a integrar os grupos, partilhando de momentos de brincadeiras, estudos e debates, contribuindo significativamente para o melhor andamento do projeto. Em decorrência disso, observou-se um considerável avanço no relacionamento entre os alunos, aumento da auto-estima e parceria durante os trabalhos em grupo.
CONCLUSÃO:
A divulgação desse trabalho busca socializar as experiências de um grupo engajado e dedicado à educação, na perspectiva de combater a discriminação e o preconceito racial. Houve um período de adaptação e integração dos participantes (representantes da Secretaria de Educação, dirigentes da escola, coordenadora pedagógica, professores, alunos, tutora, monitores e comunidade em geral). Os primeiros resultados perceptíveis e objetivos alcançados levaram algum tempo para aparecer. Ao longo do projeto, as mudanças sociais (noções de ética e cidadania) e comportamentais (maior afetividade) ficaram evidentes e foram reconhecidas pelos envolvidos direta e indiretamente no processo educacional.
Apesar dos entraves do cotidiano escolar, o projeto corroborou estreitando os laços afetivos e integrando alunos desinteressados e com baixa auto-estima ampliando seu circulo de amizades. É possível afirmar ainda que, mesmo enfrentando dificuldades, essas crianças se esforçaram para superar as suas limitações, demonstrando que é possível mudar, quando essa mudança vem contemplar seus interesses pessoais e do coletivo.
Palavras-chave:  Projeto Nossa história nossa cor: o negro como autor, Políticas Públicas para Educação, Inclusão Social e Digital..