63ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 1. Enfermagem de Doenças Contagiosas |
A SUBJETIVIDADE DOS TRABALHADORES DA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DE UMA INSTITUIÇÃO ONCOLÓGICA ÀS PRECAUÇÕES PADRÃO. |
Nádia Ferreira Gonçalves Ribeiro 1 Marinésia Aparecida Prado Palos 2 |
1. Faculdade de Enfermagem, Universidade Federal de Goiás - UFG 2. Profa. Dra./ Orientadora - Faculdade de Enfermagem, Universidade Federal de Goiás - UFG |
INTRODUÇÃO: |
As infecções relacionadas à assistência à saúde (IrAS) constituem um problema de saúde pública, de ordem social, ética e jurídica em face às implicações na vida dos usuários. Apesar dos esforços e investimentos aplicados no controle e prevenção desse agravo os índices persistem elevados, fortalecendo o desafio dos trabalhadores, de tornar as ações de prevenção e controle inerentes às rotinas das instituições de saúde. Recomenda-se a utilização das precauções padrão na assistência a todos os clientes, independente do estado presumível de infecção, no manuseio de equipamentos e artigos contaminados ou sob suspeita de contaminação. Como também, nas situações em que haja riscos de contato com sangue, líquidos corpóreos, secreções e excreções, exceto o suor. Tais medidas de proteção consistem, na higienização das mãos e no uso de barreiras, como por exemplo, luvas, avental, gorro e máscara, dentre outras. Considerando-se a unidade de terapia intensiva como setor de elevado risco para a ocorrência das IrAS e núcleo de emergência e disseminação de microrganismos, este estudo teve como objetivo identificar a subjetividade dos trabalhadores da unidade de terapia intensiva durante o cuidado, às medidas de precaução padrão em uma instituição oncológica de Goiânia - Goiás. |
METODOLOGIA: |
Estudo observacional, conduzido de agosto/2009 a maio/2010 no Setor de Terapia Intensiva de um Hospital Oncológico de Goiânia – Goiás. O projeto fundamentou-se na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da referida instituição sob protocolo número 040/08. A população alvo foram todos os profissionais das equipes assistenciais que estavam presentes na unidade nos períodos de coleta de dados. A coleta de dados foi norteada por um check-list previamente validado. O tempo médio de observação, por trabalhador foi de 120 minutos. Após os dados coletados, os trabalhadores foram informados sobre o objetivo do estudo e convidados a participar como voluntários, mediante a assinatura do TCLE. Na oportunidade as informações sobre a caracterização dos trabalhadores foram completadas pela pesquisadora. Participaram do estudo 20 trabalhadores das equipes de Enfermagem e Fisioterapia. Os resultados foram analisados por meio de estatística descritiva, utilizando-se o software Epi-info versão 3.5.1, e apresentados na distribuição de freqüências e médias, com nível de significância estatística de 5% e intervalo de confiança de 95%. |
RESULTADOS: |
Dos 20 participantes, 10% eram enfermeiros, 85% técnicos em enfermagem e 15% fisioterapeutas. Desses, 80% do sexo feminino e 20% do sexo masculino, com idade média de 35 anos. Quanto ao uso de adornos durante o período de trabalho 75% dos trabalhadores utilizavam. Com relação à higienização das mãos 100% realizaram, porém, a técnica era inadequada e nenhum trabalhador a realizou seguindo todos os momentos recomendados. No que se refere ao uso dos equipamentos de proteção individual, 90% utilizaram luvas de procedimentos e calçados fechados, 15% o jaleco, 75% o capote e 30% os óculos de proteção. A troca de calçados ao entrarem/saírem da unidade foi realizada por 60 % dos participantes. Ressalta-se a importância da implementação de uma política de monitoramento acerca da adoção às PP, e as medidas de higiene rigorosa no próprio ambiente. Além disso, a subjetividade desses profissionais relacionada ao uso de equipamentos de proteção individual, durante o contato com os usuários colonizados, corroboram com a veiculação de microrganismos, seja por meio de suas mãos, ou pelo contato com material ou superfícies ambientais contaminadas. O controle das IrAS é ponto fundamental para a qualidade da assistência à saúde e segurança do cliente e do próprio profissional. |
CONCLUSÃO: |
Os resultados obtidos demonstraram inadequação da conduta observada dos trabalhadores da equipe de enfermagem no que se refere às medidas de controle de infecção durante a assistência na UTI. Uma vez que, a adesão dos trabalhadores às precauções padrão foi inferior a 50%. Dado similar ao encontrado na literatura e que evidencia a baixa adesão às precauções padrão. Tal fato se faz demasiado preocupante por se tratar de unidade de cuidados a clientes graves, acometidos por afecções que, associadas ao tratamento, debilitam o sistema imunológico, deixando-os mais vulneráveis às infecções. E ainda, sinalizam a necessidade de elaborar estratégias específicas a estes trabalhadores, que culminem na mudança de atitude acerca da adesão às PP na unidade, a fim prevenir a disseminação de microrganismos virulentos e reduzir a contaminação cruzada no serviço. |
Palavras-chave: Precauções Universais, Unidade de Terapia Intensiva, Infecção Hospitalar. |