63ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 5. Medicina Veterinária - 3. Medicina Veterinária Preventiva |
FREQUÊNCIA DE Trypanosoma cruzi EM CÃES (Canis familiaris) DOMICILIADOS EM MARECHAL DEODORO - AL |
Sheylla Márcia Vasconcelos Barbosa 12207742/0001-7 Ana Paula Castro Pires 12207742/0001-7 Delano Jefferson Monteiro Costa 12207742/0001-7 Paulo Acioli Alves Pinto 12207742/0001-7 Isabelle Vanderlei Martins 12207742/0001-7 Gilsan Aparecida de Oliveira 12207742/0001-7 |
1. Discente do curso de Medicina Veterinária – Centro Universitário Cesmac 2. Discente do curso de Medicina Veterinária – Centro Universitário Cesmac 3. Discente do curso de Medicina Veterinária – Centro Universitário Cesmac 4. Discente do curso de Medicina Veterinária – Centro Universitário Cesmac 5. Profa. Mestre/ Coorientadora - Depto. de Medicina Veterinária Preventiva – Centro Universitário Cesmac 6. Profa. Mestre/Orientadora - Depto. de Medicina Veterinária Preventiva – Centro Universitário Cesmac |
INTRODUÇÃO: |
A Doença de Chagas, também conhecida como Tripanossomíase Americana, é uma antropozoonose causada pelo hemoflagelado Trypanosoma cruzi, transmitida principalmente por insetos vetores da ordem Hemiptera, família Reduviidae e subfamília Triatominae, sendo os gêneros desta subfamília Triatoma, Panstrongylus e Rhodnius. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, existem aproximadamente 18 milhões de pessoas infectadas nas Américas constituindo uma das patologias de mais larga distribuição neste continente. Estima-se que, no Brasil, 25 milhões de pessoas vivam em áreas de risco e que cinco milhões estejam infectadas, porém em locais onde o vetor transmissor esteja presente o número de cães poderá exceder o de humanos. Em geral os cães, além de serem vítimas comuns, são a única espécie capaz de desenvolver alterações patológicas crônicas semelhantes àquelas detectadas em humanos, evidenciando-se assim sua importância. A relevância do cão em determinar a presença do tripanossomatídeo, o risco de seres humanos se infectarem, as condições epidemiológicas do local e ainda a escassez de literaturas publicadas foi que surgiu a necessidade de estudar a tripanossomíase a fim de obter a frequência de Trypanosoma cruzi em cães domiciliados em Marechal Deodoro – AL. |
METODOLOGIA: |
Foram colhidas amostras sanguíneas de 106 cães com idades variadas e ambos os sexos provenientes de diversas propriedades do Município de Marechal Deodoro, localizado numa área litorânea ao sul do Estado de Alagoas. Durante o estudo foi aplicada ficha clínica contendo dados da região e o estado físico-clínico de saúde do animal. O sangue foi obtido por meio da venopunção radial ou safena lateral e dividido em tubos com e sem anticoagulante, acondicionados em caixas isotérmicas e encaminhados ao Laboratório de Doenças Parasitárias da Clínica Escola de Medicina Veterinária/FCBS/CESMAC no Município de Marechal Deodoro - AL. Confeccionaram-se os esfregaços sanguíneos corados com Giemsa para teste parasitológico e a leitura das lâminas feitas na objetiva de 100x. O sangue sem anticoagulante foi centrifugado a 1500 r.p.m. por 15 minutos para obtenção do soro, o qual foi estocado a -20°C e submetido ao teste IFI para pesquisa de IgG anti-T. cruzi segundo Camargo (1974). A técnica foi aplicada no Laboratório de Imunoparasitologia do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/Fiocruz/Recife-PE depois de estabelecida diluição ideal de 1:300 do conjugado. As reações igual ou maior ao ponto de corte de 1:40 foram consideradas positivas e submetidas a mais quatro diluições com fator 2. |
RESULTADOS: |
Não foi encontrada a forma tripomastigota de T. cruzi nos esfregaços sanguíneos, concordando com Souza et al., (2008) que atribuem tal resultado à escassez do parasito na circulação sanguínea na fase crônica da doença. A frequência obtida foi de 3,8% (4/106), contudo os dados diferem dos de Souza et al., (2009), que encontraram 45,3% de positividade nos cães em Mato Grosso do Sul. Dos animais sorologicamente positivos, observou-se que metade eram fêmeas, 50% SRD e com idades que variavam de 1 a 9 anos. Mediante análise estatística aplicada (teste Qui-quadrado de Pearson ou teste Exato de Fisher) não se constataram diferenças significativas entre as variáveis clínicas sugestivas da doença, discordando de Pavarini et al., (2009) que relataram sinais clínicos como letargia, linfadenopatia generalizada, mucosas pálidas e hepatomegalia. Correlacionou-se, com significância estatística, a infecção por T. cruzi à presença de edema de membros em um dos quatro cães positivos. Tal resultado corrobora com Silva et al., (2008) que relataram edema em uma cadela Boxer no Rio Grande do Sul. No presente estudo não foi verificada a existência de associação significativa entre infecção por T. cruzi e variáveis epidemiológicas relativas à presença de animais, ecótopos naturais e tipo de moradia. |
CONCLUSÃO: |
A infecção encontra-se presente em Marechal Deodoro devendo ser repensadas as medidas de saúde pública quanto à doença no local. Cães infectados cronicamente parecem não desenvolver sintomatologia referente à Doença de Chagas. Ecótopos naturais e artificiais demonstraram não interferirem aparentemente na infecção por T. cruzi em cães domiciliados. |
Palavras-chave: Doença de Chagas, Trypanosoma cruzi, Cão. |