63ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 1. Anatomia Vegetal |
ANATOMIA FOLIAR DE Campomanesia adamantium (CAMBESS.) O.BERG E Hancornia speciosa GOMEZ, FRUTÍFERAS NATIVAS DO CERRADO DE MATO GROSSO DO SUL SOB DIFERENTES NÍVEIS DE LUZ. |
Graziela Martins dos Santos 1 Andréa Fernanda Lourenço da Silva 1 Luiz Augusto Monteiro de Sá 2 Hugo Henrique Mussury Silva 3 Rosilda Mara Mussury 4 |
1. Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais, Universidade Federal da Grande Dourados/UFGD-FCBA 2. Faculdade de Gestão Ambiental, Universidade Federal da Grande Dourados/UFGD-FCBA 3. Faculdade de Ciências Agrárias, Universidade Federal da Grande Dourados/UFGD-FCA 4. Profa. Dra./Orientadora- Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais-FCBA/UFGD |
INTRODUÇÃO: |
O cerrado abriga uma alta diversidade biológica, sendo muitas espécies endêmicas do Brasil. Assim, tem-se uma vegetação extremamente diversificada em fisionomias, táxons e, com alta diversidade de inter-relações dos organismos entre si e com o meio abiótico onde ocorrem (Cavassan et al., 2006). Por esse motivo, tornam-se cada vez mais necessários estudos que auxiliem na melhoria de sistemas de produção de tais espécies, visto que com a falta de preservação, o Cerrado vem sofrendo grande devastação, com isso muito das informações contidas nesse bioma pode ser perdida antes mesmo de ser descoberta. Várias espécies vêm sendo utilizadas na recuperação de áreas degradadas ou até mesmo para o enriquecimento da vegetação nativa da qual a mesma faz parte, permitindo o manejo sustentável desta vegetação e entre elas está a guavira Campomanesia adamantium (Cambess.) O.Berg e a mangabeira Hancornia speciosa Gomes. Ambas são frutíferas com frutos apreciados na região. O presente estudo teve como objetivo analisar a anatomia foliar da guavira e mangabeira, espécies frutíferas nativas do Cerrado em Mato Grosso do Sul em diferentes estágios de desenvolvimento e submetidas a diversos níveis de luz, com vistas a determinar a melhor condição para o crescimento inicial das mudas. |
METODOLOGIA: |
A coleta dos frutos foi realizada na Fazenda Santa Madalena localizada na Rodovia Dourados- Itahum com vegetação tipicamente de Cerrado. Em laboratório as sementes foram processadas e selecionadas quanto à integridade, tamanho e coloração. Após receberem tratamentos pré-germinativos foram colocadas para germinar em solo natural do Cerrado, em diferentes níveis de luz, sendo a guavira submetida a pleno sol, 50% e 30% de luz e analisada aos 90 e 120 dias e a mangaba a pleno sol, 70% e 30% de luz, e analisada anatomicamente aos 90, 120 e 180 dias. As secções obtidas à mão livre foram submetidas à técnica usual para estudos anatômicos. Para estudo da superfície foliar, foram realizadas impressões em cola Super Bonder® para análise de tipos de tricomas, estômatos e do formato das células epidérmicas comuns. A descrição e a contagem das células epidérmicas e estômatos foi realizada em 10 campos utilizando-se microscópio de projeção e calculando-se a média. A espessura média dos tecidos (cutícula, epiderme, parênquima paliçádico, parênquima lacunoso e nervura central) foi calculada a partir de quatro repetições. Os dados coletados foram submetidos à análise de variância, para comparar as médias de cada tratamento, pelo teste de Tukey no nível de 1 e 5% de probabilidade. |
RESULTADOS: |
A espécie C. adamantium apresentou aos 90 e 120 dias a pleno sol e sob 50% de luz maior espessura da nervura central, da cutícula da face adaxial, epiderme da face abaxial e adaxial, parênquima paliçádico e lacunoso, porém, na cutícula da face abaxial a maior espessura foi obtida sob 30% de luz. O índice estomático está restritamente relacionado com as condições do ambiente na seguinte ordem: pleno sol, 50% de luz e 30% de luz. De acordo com Medri e Lleras (1980) o espessamento das paredes das células epidérmicas é uma adaptação à perda excessiva de água, podendo-se relacionar esse espessamento à alta intensidade luminosa, possivelmente por causa do aumento da atividade fotossintética (Santiago et al., 2001). A espécie H. speciosa apresentou aos 90, 120 e 180 dias a pleno sol e sob 70% de luz uma maior espessura da cutícula da face adaxial e abaxial, sendo observado o mesmo para a espessura do parênquima paliçádico. O parênquima lacunoso apresentou maior espessura aos 90 e 180 dias em 30% de luz enquanto que a nervura central foi mais espessada em pleno sol. O índice estomático está restritamente relacionado com as condições do ambiente na seguinte ordem: pleno sol, 70% de luz e 30% de luz. |
CONCLUSÃO: |
Observou-se que não houve modificação no número de camadas dos tecidos foliares nas plantas cultivadas em diferentes níveis de luz, havendo, no entanto, diferença na espessura dos tecidos, nas condições testadas, sendo para a guavira e mangaba, a condição de pleno sol ou 70% a que apresenta melhor desenvolvimento dos tecidos. |
Palavras-chave: Folha, Guavira, Mangaba. |