63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 10. Educação Rural |
A PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA COMO DIRETRIZ ESTRUTURAL E FILOSÓFICA DA EDUCAÇÃO DO CAMPO: UM ESTUDO BIBLIOGRÁFICO |
Adria Simone Duarte de Souza 1 Geancarla Coelho Mendes 2 |
1. Professora MsC. Orientadora da bolsista. Professora da Escola Normal Superior – Universidade do Estado do Amazonas/UEA. 2. Aluna Bolsista FAPEAM – Programa de Apoio à Iniciação Científica/PAIC da Escola Normal Superior – Universidade do Estado do Amazonas/UEA. |
INTRODUÇÃO: |
A Educação do Campo é uma modalidade educacional respaldada pelo que hoje afirmam tanto os documentos emanados do movimento nacional "por uma educação básica no campo", quanto pelos documentos oficiais: a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e o Plano Nacional de Educação (PNE), e pelo que determinam as "Diretrizes Operacionais para a Educação Básica do Campo”, instituída pela Resolução CNE/CEB n 01, de 03 de abril de 2002 e pelo parecer CEB nº 01/2006, do Conselho Nacional de Educação/CNE, aprovado em 01/02/2006 que recomenda a Adoção da Pedagogia da Alternância em Escolas do Campo. Esta pesquisa objetivou compreender os fundamentos teóricos e filosóficos que orientam a “Pedagogia da Alternância” e teve as seguintes questões norteadoras: quais os fundamentos filosóficos que orientam e fundamentam a Pedagogia da Alternância? Quais os instrumentos pedagógicos adotados pela Pedagogia da Alternância? Nesta perspectiva, a Pedagogia da Alternância vem se mostrando como a melhor alternativa para o contexto da educação do campo tanto para os anos finais do Ensino Fundamental quanto para o Ensino Médio e a Educação Profissional Técnica de nível médio, estabelecendo relação expressiva entre as três agências educativas: família, comunidade e escola. |
METODOLOGIA: |
Este estudo se constituiu em uma pesquisa bibliográfica e buscou compreender os fundamentos teórico-metodológicos que orientam e fundamentam a Pedagogia da Alternância, além de verificar, a partir da pesquisa bibliográfica como os princípios orientadores desta pedagogia podem ser utilizados nas escolas do Campo. Quanto a abordagem adotamos o conceito de pesquisa qualitativa em função da mesma enfatizar a questão dos significados e também com compreensão das estruturas e instituições como resultado da ação humana objetivada (Minayo, 2002, p. 24). Com base nos procedimentos técnicos a pesquisa adotou três momentos: 1) Dedicamos um momento para as interrogações preliminares acerca das questões que envolvem as lutas dos movimentos sociais do campo por uma educação diferenciada, bem como uma análise sobre a formulação de políticas públicas voltadas para o campo. 2) Posteriormente, houve o levantamento de material bibliográfico objetivando reunir as referências sobre os princípios orientadores da Pedagogia da Alternância, além de identificar quais os instrumentos pedagógicos adotados pela Pedagogia da Alternância. 3) Finalmente, procedemos com a ordenação e análise deste material. A partir da análise das referências bibliográficas foi possível elaborar uma compreensão sobre os pressupostos teóricos da Pedagogia da Alternância. |
RESULTADOS: |
A Pedagogia da Alternância teve origem na França, em 1935, devido à organização de um grupo de agricultores franceses. Para melhor compreendê-la em sua origem e organização é preciso destacar a participação da igreja católica no que se refere ao espaço cedido pela paróquia local na época, o que acabou se tornando um espaço escolar interno mediado por um técnico agrícola sob um determinado tempo. Após este tempo, a responsabilidade educacional dos jovens era passada a família, que tinha que acompanhar os filhos em suas atividades. Ressaltando que o propósito maior da alternância neste contexto original era conciliar os estudos ao trabalho na propriedade rural da família envolvida (Fonseca, 2008). Na realidade brasileira a Pedagogia da Alternância foi trazida pelos italianos sendo implantada no Estado do Espírito Santo em 1969, através da ação do Movimento de Educação Promocional do Espírito Santo/MEPES e tinha como objetivo “atuar sobre os interesses do homem do campo, principalmente no que diz respeito à elevação do seu nível cultural, social e econômico” (Teixeira, Bernartt e Trindade 2008). Passos e Mello (2008) afirmam que na região Norte e Nordeste, esta metodologia de ensino surge em 1995 e teve como pioneiro o Estado do Pará. No Amazonas a Pedagogia da Alternância iniciou em 1996, em convênio com a Escola Agrotécnica Federal de Manaus. Em 2002 iniciou-se um projeto com a Pedagogia da Alternância no Município de Boa Vista do Ramos/AM. |
CONCLUSÃO: |
Apesar da Pedagogia da Alternância existir há mais de 40 anos no Brasil, ainda não há muita ênfase em estudos científicos nesta temática. Segundo (Teixeira; Bernartt; Trindade 2008), os estudos já existentes se dão de forma desproporcional aos locais onde se fazem as pesquisas e onde as mesmas são publicadas. Em se tratando da região norte, o índice é ainda maior, sendo que esta é a região onde mais se localizam os Centros Familiares de Formação por Alternância/ CEFFAS e onde menos se encontram produções acadêmicas. Os instrumentos da Pedagogia da Alternância fazem parte de um conjunto metodológico que visa à construção do conhecimento através da pesquisa e da práxis vivenciada nas experiências profissionais e sociais em todos os seus segmentos. Estevam (2003) elenca os seguintes instrumentos pedagógicos: O caderno da alternância, o Plano de estudo, as Visitas de estudo. Os demais instrumentos pedagógicos do método da Alternância tem como princípio fundamental, a pesquisa, e a partir dela, a relação indissociável entre teoria e prática. Tanto que se tornam quase imperceptíveis as diferenças de início e fim de cada etapa nesta formação escolar. Entretanto, outros instrumentos pedagógicos da Alternância foram encontrados seguindo o mesmo princípio de orientação, o da práxis do conhecimento através da pesquisa. Sendo que nem todos se encontram descritos quanto às suas características referentes a sua classificação. |
Palavras-chave: Educação, Educação do Campo, Pedagogia da Alternância. |