63ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 2. Química Ambiental
AVALIAÇÃO DA CASCA DE COCO COMO ADSORVENTE PARA A REMOÇÃO DE CORANTE ORGÂNICO DE MEIO AQUOSO.
Amauri Alves de Souza Júnior 1
Silvia de Sousa Freitas 2
1. Aluno IC - Curso de Química, UFG – Campus Catalão, Catalão/GO.
2. Profa. Dra./Orientadora - Curso de Química, UFG – Campus Catalão, Catalão/GO.
INTRODUÇÃO:
As indústrias têxteis geram diariamente um volume substancial de efluente colorido. A presença destes compostos nos corpos d’água pode causar problemas ao meio ambiente, devido à estabilidade e toxidade. Adsorção tem sido empregada na remoção desses compostos. Nos últimos anos, o desenvolvimento de adsorventes alternativos, provenientes de materiais agroindustriais (como por exemplo, folhas de Neem, casca de sementes, serragem) tem apresentado bons resultados no processo de remoção de cor. Dentre os materiais alternativos, o resíduo do coco é um material de difícil degradação, potencial meio para a proliferação de doenças e gerado em proporções significativas (cerca de 6,7 milhões de toneladas de casca por ano). Assim, estudar a aplicação da casca de coco verde como bioadsorvente para remoção de corante têxtil, apresenta-se como alternativas para a solução de problemas ambientais. O objetivo deste trabalho é avaliar a capacidade adsorvente da fibra de coco verde sob diferentes parâmetros experimentais (efeito do pH, efeito do tempo de contato e efeito da concentração do corante). Neste trabalho foram utilizados os seguintes corantes reativos: vermelho remazol RB 133% (VR), azul turquesa remazol G 133% (AT) e azul brilhante remazol R-160 (AB).
METODOLOGIA:
A fibra de coco foi coletada na região de Catalão (GO), seca em estufa a 60oC, triturada em moinho de facas e separadas em peneiras granulométricas. Posteriormente, as partículas entre 28 e 270 mesh foram tratadas exastivamente com água e seca em estufa. Os ensaios de adsorção foram realizados em erlenmeyer de 125 mL contendo 0,5 g do adsorvente e 20 mL da solução do corante na concentração avaliada, e submetidos à agitação (150rpm), durante o tempo de contato requerido para o ensaio. A seguir a solução foi filtrada e sua concentração determinada por espectroscopia UV-vis. A avaliação da capacidade adsorvente do material, sob os diferentes parâmetros experimentais foi feita pela comparação da concentração do corante no meio aquoso antes da adição do adsorvente e após a adição do mesmo, em cada um dos diferentes valores testados para o parâmetro em questão. O percentual de corante removido pelo adsorvente foi determinado através de curvas de calibração (r >0,99). Foram avaliados a influência do pH (2,00, 4,00, 5,00 e pH natural), diferentes tempos de contato (1, 2, 3, 4, 5, 10 e 20 minutos) e concentração no intervalo de 5 a 100 mgL-1. Todos os ensaios foram realizados em triplicata (n=3) e à temperatura ambiente (Tamb=23oC).
RESULTADOS:
Os resultados obtidos nos ensaios mostraram que a adsorção do corante na fibra de coco aumenta à medida que o pH do meio diminui, sendo que a máxima remoção foi observada em pH 2 para todos os corantes. Os ensaios de adsorção avaliados em função do tempo de contato (Concentração=10 mgL-1, pH=2,00), indicaram uma cinética de adsorção rápida, em que o equilíbrio químico foi atingido em 10 minutos, com uma remoção de 91,5%, 92,7% e 93,4% para os corantes VR, AT e AB, respectivamente. A influência da concentração no processo de adsorção (pH=2, tempo de contato=10min), mostraram que a remoção dos corantes pela fibra de coco foi eficiente, principalmente para as soluções de concentração 10 mg L-1, para as quais foram observadas a remoção de 96%, para os corantes VR e AB e 91%, para o corante AT. No entanto, mesmo para a maior concentração avaliada (100 mgL-1), o adsorvente apresentou uma boa capacidade de adsorção, com a remoção de 62%, 76% e 86% dos corantes VR, AT e AB, respectivamente. A linearização das isotermas de adsorção, segundo os modelos de Langmuir e Freundlich, permitem considerar que o processo de adsorção é favorável para todos corantes estudados. A capacidade máxima de adsorção foi estimada em 2,17, 4,16 e 4,14 mg g-1 para os corantes VR, AT e AB, respectivamente.
CONCLUSÃO:
Os resultados indicaram que a fibra da casca de coco possui um grande potencial para ser utilizada como adsorvente alternativo de baixo custo no tratamento de efluentes têxteis contaminados com os corantes VR, AT e AB. Visto que a casca de coco, após a correção do pH do meio (pH =2), foi eficiente no processo de remoção da cor, resultando na remoção de mais 91% em apenas 10 minutos para todos os corantes avaliados.
Palavras-chave: adsorventes naturais, fibra de coco, corantes orgânicos..