63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
ANÁLISE ESPACIAL DAS QUEDAS ENVOLVENDO IDOSOS NO PERÍMETRO URBANO DE MARINGÁ – 2006 A 2008
Wesley Alexandre da Silva 1
Dorotéia Fátima Pelissari de Paula Soares 2
Fernando Luiz de Paula Santil 3
1. Acadêmico de Geografia, Universidade Estadual de Maringá – UEM, Maringá/PR
2. Profa. Dra./Orientadora, Depto. de Enfermagem, Universidade Estadual de Maringá – UEM, Maringá/PR
3. Prof. Dr./Co-Orientador, Depto. de Geografia, Universidade Estadual de Maringá – UEM, Maringá/PR
INTRODUÇÃO:
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) considera idosa a pessoa com mais de 60 anos. O Brasil possui aproximadamente 14,5 milhões de idosos. Em Maringá-PR, são 25.876 idosos que equivale a 8,1% da população total do município. Diante do crescimento dessa população, a preocupação com o idoso vem se tornando algo constante em nossa sociedade. A queda de pessoas idosas é um fator relevante ao se tratar da saúde dessa população e pode provocar conseqüências impactantes no que tange as políticas de saúde pública. A perda da autonomia e independência do idoso, devido à gravidade da queda, gera gastos aos cofres públicos e à família, sem contar o impacto na vida do indivíduo. Considerando que este tipo de ocorrência decorre geralmente de uma causa extrínseca, o ambiente é uma variável de grande importância para a análise de tais agravos. Espacializar os eventos de quedas pode auxiliar no planejamento urbano para atender as necessidades da população quanto à infra-estrutura e equipamentos urbanos, bem como, contribuir para os estudos na área da saúde. O presente trabalho teve como objetivo conhecer as características das quedas ocorridas com idosos no período de 2006 a 2008, no município de Maringá-PR, e analisar espacialmente estas quedas.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo exploratório e descritivo realizado no perímetro urbano do município de Maringá-PR, no período de 2006 a 2008. A população de estudo constituiu-se de pessoas com 60 anos e mais que sofreram quedas e foram atendidas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e do Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergências (SIATE). Foram coletados 1.445 casos de quedas com os idosos, porém este trabalho analisará as quedas ocorridas em domicílio e via pública (1155 casos). Utilizou-se como fonte de dados as fichas de atendimento do SAMU e o sistema de banco de dados digital do SIATE, o SYSBM. Os dados foram organizados em uma planilha eletrônica e para o seu processamento foi utilizado o programa Epi Info 3.5.1®. Os mapas temáticos foram elaborados com base nas proposições de Bertin (1983) e com apoio dos softwares AutoCAD 2005® e CorelDRAW X4®. Para as representações espaciais foi utilizada uma base cartográfica do Município divida em zonas censitárias.
RESULTADOS:
A ocorrência de queda com idosos nos três anos investigados mostraram um aumento de 20%. A maior proporção ocorreu em domicílio em todas as variáveis analisadas. Quanto ao sexo, verificou-se que ocorreram quase na mesma proporção entre os homens e mulheres, sendo mais frequentes no domicílio para mulheres e para os homens em via pública. As quedas em domicílio foram mais frequentes em faixas etárias mais avançadas, diferente das quedas em via pública. O SIATE atendeu o maior percentual de quedas tanto no domicílio como em via pública. A maior ocorrência de queda de mesmo nível prevaleceu no domicílio e na via pública. Os horários da manhã e da tarde foram mais freqüentes tanto em domicílio como em via pública. Percebe-se uma distribuição geográfica desigual das quedas, com maior incidência nas zonas 01, área central do município, e zona 24, onde se localiza o bairro mais populoso de Maringá. Apenas as zonas um e quatro é que apresentou maior incidência de queda em via pública, diferente do restante das zonas, com maior incidência de quedas em domicílio. As zonas um e quatro, consideradas áreas centrais da cidade, certamente possuem um maior fluxo de indivíduos que circulam diariamente na condição de pedestre.
CONCLUSÃO:
Os resultados do presente trabalho mostram que o comportamento das quedas em idosos se dá de forma diferente em relação ao local de ocorrência, com maior freqüência de quedas em domicílio e quando analisadas espacialmente verifica-se que na área central do município a maior freqüência de quedas se dá em via pública. Estes achados são fundamentais para o planejamento de ações de prevenção e garantia de acessibilidade aos idosos a qualquer local, sem riscos de queda.
Palavras-chave: Acidentes por quedas, Idoso, Socorro de urgência.