63ª Reunião Anual da SBPC |
F. Ciências Sociais Aplicadas - 10. Comunicação - 8. Comunicação |
A CONTRIBUIÇÃO SOCIO-AMBIENTAL DO TELETRABALHO NA UNIVERSIDADE |
Greicy Mara França 1 |
1. Profª Dra do Dep de Jornalismo - UFMS |
INTRODUÇÃO: |
Todo o planeta enfrenta sérios problemas causados pela poluição veicular. Boa parte dos transportes que utilizamos atualmente se move a partir da queima de combustíveis fósseis, que lançam grandes quantidades de resíduos sólidos na atmosfera. Apesar de se ter adotado medidas para baixar os índices de poluição, a contaminação do ar ainda representa uma séria ameaça uma vez que além dos danos ambientais globais, tem gerado o aumento de pessoas adoecendo ou até morrendo por causa da poluição do ar. Reverter esse quadro é responsabilidade da sociedade buscando formas de usar os transportes. Se isso não for possível, que busquemos maneiras de minimizar os índices de poluição, sendo o teletrabalho uma delas que podemos conceituar como uma nova forma de organização de trabalho que permite deslocá-lo dos locais tradicionais para outros lugares utilizando as novas tecnologias de informação e comunicação. Em vista disso, buscou-se analisar a significância e as implicações do teletrabalho na docência do ensino superior, em especial à Universidade Federal de Mato grosso do sul (UFMS), objetivando demonstrar os benefícios e implicações advindos desse processo para a prática professoral superior e a conseqüente contribuição sócio-ambiental desta nova forma de trabalho. |
METODOLOGIA: |
A pesquisa voltou-se a verificar possíveis inter-relações entre o teletrabalho e a prática docente utilizando-se de um estudo de caso promovido junto aos docentes da UFMS onde se avaliou a relação de trabalho docente com o teletrabalho e, também os impactos, benefícios e problemas que poderiam ocorrer em decorrência da implantação do teletrabalho aos docentes desta instituição. Para tanto, foi feita uma análise quantitativa e descritiva, sendo que a análise estatística descritiva serviu de base para inferências generalizadas de natureza qualitativa. Como pesquisa de campo, utilizou-se como instrumento principal questionário com perguntas abertas e fechadas. Os docentes (somente os que estavam efetivamente em exercício da função) da UFMS foram divididos em 3 grupos: docentes do Campus de Campo Grande; docentes do interior e docentes que exercem cargo administrativo em função das realidades diferentes de Campo Grande e interior e em função dos que exercem cargo administrativo, teoricamente, teriam uma visão diferente sobre a pesquisa em questão. |
RESULTADOS: |
Após a análise quantitativa verificou-se que dos 371 dos docentes de Campo Grande que a UFMS possuía na época da do levantamento, 89,5% já conhecem o teletrabalho sendo que 66% se consideram teletrabalhador. Em relação aos docentes do interior, que eram na época da pesquisa 152, 85,1% conhecem teletrabalho e 66% tem consciência que é teletrabalhador. Para os docentes, 140 no período pesquisado, em cargo administrativos verificamos que 80,4% tem conhecimento sobre teletrabalho e 63% aceitam que os docentes são teletrabalhadores. A pesquisa mostrou que o teletrabalho já é utilizado pelos docentes da UFMS, porém informalmente. Verificamos que, apesar de todos os docentes já serem teletrabalhadores, o trabalho desenvolvido por eles fora da instituição não é reconhecido. A formalidade do teletrabalho na UFMS traria grandes benefícios às questões ambientais visto que teríamos em dias pré-determinados a redução de poluição veicular. Se conseguíssemos retirar de circulação apenas um veículo no ano deixar-se-ia de despejar na atmosfera em torno de 0,031 toneladas de fumaça preta. |
CONCLUSÃO: |
Ao término da pesquisa e dos estudos realizado ficou claro que a utilização do teletrabalho na docência no ensino superior traz uma série de benefícios. No entanto, ainda não existe nenhuma universidade que aplique esta forma de trabalho formalmente. Demonstrou-se, também, que esta forma de teletrabalho já realizada pelos docentes, em especial os da UFMS, porém informalmente. Verificamos que, apesar de todos os docentes da UFMS já serem teletrabalhadores, o trabalho desenvolvido por eles em casa não é reconhecido pela instituição. É preciso, pois, que se busquem meios de implantar o teletrabalho na universidade para que, além de que se possa garantir o reconhecimento do trabalho realizado por esses docentes, e por outros, das diversas instituições de ensino superior do Brasil e que possamos dar nossa contribuição sócio-ambiental reduzindo a emissão de resíduos sólidos na atmosfera. |
Palavras-chave: Teletrabalho, Poluição veicular, Resíduos sólidos. |