63ª Reunião Anual da SBPC

E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia

PRODUÇÃO DE BIOMASSA E DE ÓLEO ESSENCIAL DE MANJERICÃO (Ocimum basilicum L.) COM O USO DE RESÍDUO ORGÂNICO

Wellington Borges Rodrigues 1 Maria do Carmo Vieira 2 Néstor Antonio Heredia Zárate 3 André Trento Luciano 1 Willian Vieira Gonçalves 1 Sheila Magalhães Pessoa 4

1. Acadêmicos do Curso de Agronomia da UFGD 2. Profa. Dra. / Orientadora - Depto de Ciências Agrárias - UFGD 3. Prof. Dr. Depto de Ciências Agrárias - UFGD 4. Mestranda em Agronomia da UFGD

INTRODUÇÃO:

Ocimum basilicum L., Lamiaceae, conhecida popularmente como manjericão, alfavaca, alfavacão, basilicão, entre outros, é originária do sudeste asiático e da África Central. O manjericão é comercialmente cultivado para utilização de suas folhas aromáticas, as quais são usadas frescas ou secas como aromatizante ou condimento. Além disso, é utilizado contra problemas nas vias respiratórias, infecções bacterianas e parasitas intestinais e melhorar a digestão dos alimentos. O grande interesse das indústrias farmacêuticas não é pelas propriedades medicinais dessa planta, mas pelo valor como aromática e produtora de óleo essencial utilizado em perfumaria. LUZ et al. (2009) estudaram o efeito de cinco níveis de adubação (2, 4, 6, 8 e 10 kg m-2 de cama de frango) na produção de biomassa, no teor e qualidade do óleo essencial do manjericão. Observaram que os níveis do adubo influenciaram significativamente o teor de linalol do óleo essencial destilado a partir de parte aérea fresca e seca dos dois genótipos. As outras características não apresentaram diferenças significativas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a produção de biomassa e de óleo essencial do manjericão sob diferentes doses do composto orgânico organosuper.

METODOLOGIA:

O experimento foi desenvolvido no Horto de Plantas Medicinais, da Universidade Federal da Grande Dourados, em Dourados-MS, de abril de 2009 a janeiro de 2010. Os tratamentos foram os níveis: 0, 5, 10, 15, 20 e 25 t ha-1, arranjados no delineamento experimental blocos casualizados, com quatro repetições. Quando as plântulas atingiram 0,10 m de altura, foram transplantadas aos canteiros. As parcelas foram constituídas por 1,0 m de largura e 1,8 m de comprimento, com duas linhas de plantas espaçadas entre si de 0,50 m e entre plantas de 0,30 m. Os tratos culturais envolveram irrigações por aspersão e capinas com enxada no controle de plantas infestantes. As alturas das plantas foram medidas a cada 30 dias, a partir de 15 dias após o transplante até o final do ciclo. Aos 90 dias após a emergência, quando as plantas encontravam-se no início do florescimento, foram coletadas quatro plantas por parcela e avaliadas as massas frescas e secas das folhas, caules e inflorescências. Das plantas remanescentes, foram colhidas as folhas e flores e extraído o óleo essencial, separadamente, pelo processo de hidrodestilação em aparelho tipo Clevenger modificado, utilizando-se 200 g de folhas e flores frescas de cada tratamento em 3 L de água destilada, por 4 horas.

RESULTADOS:

As alturas das plantas tiveram tendências de crescimento linear em função dos dias após o transplante, independentes das doses de organosuper, sendo a altura média máxima aos 135 dias após o transplante de 59,25 cm. As massas frescas e secas dos caules, folhas e inflorescências do manjericão não foram influenciadas significativamente pelos níveis do organosuper, sendo as médias de 1,16; 1,16 e 0,55 t ha-1, e 0,12; 0,13 e 0,07 t ha-1, respectivamente. Isso, provavelmente está relacionado aos níveis do organosuper utilizados, sendo esses insuficientes para promover o aumento na produção de manjericão. A ausência de efeito significativo também pode ser devido ao tempo não muito longo do ciclo da cultura para que a planta pudesse produzir biomassa de folha suficiente para haver a diferença estatística. O teor do óleo essencial extraído da biomassa fresca das folhas foi maior (0,6%) quando obtido sob dose de 25 t ha-1 de organosuper e menor (0,1%), sob 10 t ha-1. Esses resultados podem ser justificados pelo fato de o organosuper possuir grande quantidade de nutrientes. Por outro lado, o teor do óleo essencial extraído da biomassa fresca das flores não foi alterado com as diferentes doses de organosuper, sendo em média de 0,55%.

CONCLUSÃO:

Após os dados serem submetidos à análise de variância, detectou-se significância pelo teste F. As médias foram submetidas à análise de regressão, em função de dias após o transplante e doses de organosuper, a 5% de probabilidade. Para as condições em que foi desenvolvido o trabalho, concluiu-se que para a produção de biomassa de folhas de manjericão não é necessário o uso de organosuper. Caso o objetivo seja a produção de óleo, deve-se utilizar 25 t ha-1 do resíduo orgânico organosuper.

Palavras-chave: Ocimum basilicum L., Resíduo orgânico, UFGD.