63ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 7. Fisiologia - 5. Fisiologia |
COMPARAÇÃO DO EFEITO DO TRATAMENTO CRÔNICO COM PICOLINATO DE CROMO NO METABOLISMO DE RATOS MACHOS E FÊMEAS OBESOS POR DIETA HIPERCALÓRICA. |
Márcia do Nascimento Brito 1 Nilton de Almeida de Brito 2 Silvia Carla Santana Ferreira Azevedo 3 |
1. Profa. Dra./ Orientadora - Depto de Ciências Fisiológicas - UEM 2. Prof. Dr. - Depto de Ciências Fisiológicas - UEM 3. Estudante de Iniciação Científica - Depto de Ciências Fisiológicas - UEM |
INTRODUÇÃO: |
A obesidade causa sérios problemas à saúde como a resistência à insulina, sendo um importante elo entre ela e o diabetes mellitus tipo 2 (DM2). O papel do cromo no metabolismo da glicose relaciona-se à sua capacidade de estimular a captação de glicose pelas células-alvo da insulina, bem como por aumentar a fluidez da membrana celular facilitando a ligação da insulina aos seus receptores. Há estudos mostrando que a deficiência em cromo resulta em hiperglicemia e hiperlipidemia. Além disso, a deficiência em cromo que ocorre com a idade poderia ser responsável pelo DM2 da maturidade. Dietas ricas em açúcares parecem reduzir a absorção intestinal de cromo, causando sua deficiência. Nosso grupo mostrou que o tratamento com cromo por 30 dias em ratos machos, com obesidade provocada por dieta hipercalórica, melhorou a sensibilidade à insulina. Assim, nosso objetivo foi comparar o efeito do tratamento com picolinato de cromo, por um período mais prolongado de tempo (60 dias), na evolução do peso corporal, conteúdo de gordura, curva glicêmica de 12 horas, glicemia e insulinemia de jejum, e índice HOMA de ratos, machos e fêmeas, com obesidade provocada pela dieta hipercalórica. |
METODOLOGIA: |
Ratos Wistar machos e fêmeas (Rattus norvergicus), com 21 dias foram divididos em dois grupos: controle: dieta balanceada; obeso: dieta hipercalórica (dieta balanceada com adição de leite condensado e açúcar). Aos 120 dias de idade, metade dos animais controle e obesos (machos e fêmeas) passaram a receber, diariamente, picolinato de cromo (400μg/kg de PC) por meio de gavagem gástrica até os 180 dias de vida, os animais controle e obesos sem tratamento com cromo, recebiam igual volume de NaOH 0,03M, solução usada para dissolver o cromo. Foram avaliados a ingestão alimentar e peso corporal. Aos 180 dias de vida foi feita a curva glicêmica de 12 horas. Amostras de sangue foram colhidas, por punção da cauda, após 12 horas de jejum, às 18h, alimento foi fornecido e novas amostras foram colhidas às 20h, 22h e às 6h da manhã seguinte. Uma semana após, amostras de sangue foram coletadas, para determinação da glicemia e insulinemia de jejum (12h). A partir desses dados foi feito o cálculo do índice HOMA, que avalia a resistência à insulina. Os animais foram eutanisados com tiopental sódico e os tecidos adiposos e órgãos foram removidos e pesados. Os resultados estão expressos como média e erro padrão da média e a análise estatística foi feita pela análise de variância (ANOVA). |
RESULTADOS: |
Aos 180 dias de vida os ratos machos, alimentados com dieta hipercalórica, apresentaram peso corporal 18% acima do grupo controle. Nas fêmeas, no grupo obeso o peso corporal foi 12% acima do grupo controle. Não observamos diferença no peso entre os grupos, machos e fêmeas, que receberam tratamento com cromo. O consumo de alimento (calorias) foi maior no grupo alimentado com dieta hipercalórica (13% e 15%, nos machos e fêmeas, respectivamente). A quantidade total de gordura corporal foi 46% maior no grupo obeso machos, e 19% nas fêmeas. Novamente não observamos efeito do cromo nesse parâmetro. A avaliação da curva glicêmica de 12h, em machos, revela que no grupo controle tratado com cromo o valor da área sob a curva (ASC) foi 61% menor que os não tratados. Os animais obesos apresentaram ASC 146% maior que a do grupo controle. O tratamento dos animais obesos com cromo reduziu a ASC (34%). Nas fêmeas, o efeito do tratamento com cromo ficou menos evidente, tanto no grupo controle como no obeso. A resistência à insulina avaliada pelo índice HOMA mostra-se maior nos animais obesos. Os animais obesos apresentam esse índice bem acima dos animais controle (40% e 41%, em machos e fêmeas, respectivamente). O tratamento com cromo não alterou esse parâmetro nos machos mas reduziu nas fêmeas. |
CONCLUSÃO: |
A dieta hipercalórica utilizada nesse protocolo foi eficiente para promover a obesidade dos animais, machos e fêmeas, evidenciada pelos aumentos do peso corporal, da quantidade de gordura, e da insulinemia. O tratamento crônico (60 dias) com picolinato de cromo mostrou-se eficiente em melhorar a resistência à insulina apenas nas fêmeas obesas, como indicado pela redução do índice HOMA, embora o aumento do peso corporal e conteúdo de gordura tenham sido menos evidentes do que o observado em machos. O tratamento com picolinato de cromo não alterou a adiposidade em nenhum dos grupos analisados. |
Palavras-chave: Picolinato de cromo, Obesidade, Resistência à insulina. |