63ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 14. Ensino Superior
CONSTRUÇÃO DE UM INSTRUMENTO PARA AVALIAR ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
Albertina Mitjáns Martinez 1
Thaiza de Almeida Kosac 2
1. Profa. Dra./ Orientadora - Depto de Teorias e Fundamentos - Faculdade de Educação - UnB
2. Graduanda do curso de Pedagogia - UnB
INTRODUÇÃO:
Percorrendo o trajeto da educação brasileira percebe-se a verticalidade no processo de ensino-aprendizagem, no qual, professores detentores do saber transmitem ao aluno o conhecimento, enquanto alunos, com suas próprias estratégias tentam incorporar o aprendizado. Nota-se também que para parte da sociedade pouco importa como se aprende e com que nível de profundidade, pois o principal é o resultado alcançado pelos alunos, culminando no sucesso acadêmico e profissional.
Em contrapartida a essa mentalidade, há algum tempo, pesquisadores têm defendido linhas de pensamentos focalizando o aluno no processo de ensino-aprendizagem; o aluno como autorregulador e controlador das próprias estratégias e da própria motivação para obter uma aprendizagem mais eficaz.
Nesta direção esta pesquisa teve como objetivo identificar as estratégias de aprendizagens (Pintrich, Schunk, 2005, Zimmerman, 2001, 2002 apud CABANACH, et al, 2002) utilizadas por estudantes universitários.
METODOLOGIA:
Pensando em como é o processo de aprendizagem em alunos recém ingressantes na universidade e em como os prováveis profissionais da educação estudam, participaram da pesquisa 51 calouros do curso de Pedagogia da Universidade de Brasília.
Para identificar as estratégias de aprendizagem elaboramos um questionário quantitativo composto por itens referentes aos diferentes tipos de estratégias de aprendizagens segundo a classificação de González-Pienda e cols (2002). O questionário foi dividido em uma primeira parte com uma questão discursiva, pedindo aos sujeitos para descreverem de forma ampla e detalhada todos os procedimentos e sentimentos que ocorrem quando se depara com novo estudo.
A segunda parte foi composta por 51 questões de múltipla escolha posicionadas aleatoriamente quanto aos tipos de estratégias: estratégias de autorregulação, estratégias cognitivas, estratégias motivacionais e estratégias de gestão de recursos (González-Pienda e cols, 2002 apud CABANACH, et al, 2002).
RESULTADOS:
A análise dos dados foi dividida em três partes: a primeira corresponde à análise dos dados pessoais, a segunda à questão discursiva e a terceira às questões de múltipla escolha.
No primeiro tipo percebemos que a maioria dos sujeitos da pesquisa são do sexo feminino, tem 19 anos e são solteiros.
A análise da questão discursiva informou-nos que os sujeitos utilizam mais as estratégias cognitivas em seguida as de autorregulação.
As questões de múltipla escolha nos mostraram em relação ao tempo de estudo que a maioria diz estudar até 2 horas por dia e não tem dia fixo para estudar o qual parece estar aquém do que um universitário deve dedicar ao estudo.
Até agora analisamos as classificações das estratégias de acordo com a formação de grupos de questões referentes aos tipos de estratégias. Percebemos que os sujeitos tendem a usar mais as estratégias de gestão de recursos e as cognitivas, isso não garante o uso intencional das estratégias por eles para tornar a aprendizagem mais eficaz.
CONCLUSÃO:
Percebemos que os futuros profissionais da educação estudam pouco isso pode explicar a diferença de resultado na questão discursiva e nas questões objetivas. Nas primeiras os sujeitos dizem usar mais estratégias cognitivas, seguida de autorregulação. Na segunda, eles dizem utilizar mais estratégias de gestão de recursos e cognitivas.
Assim como Tavares (2003) não pode concluir sua pesquisa na Universidade de Açores, essa pesquisa também não pode apresentar conclusão sobre as estratégias dominantes dos calouros de Pedagogia da UnB, apenas pode traçar um perfil da estratégia dominante do aluno.
Pesquisas futuras poderão preencher lacunas e aprofundar na influência das estratégias na aprendizagem do aluno. Poderá ser feitos estudos comparatórios com formandos do curso de Pedagogia na intenção de saber se as estratégias destes são mais eficazes do que as dos ingressantes. Assim poderá explorar os efeitos da vida universitária no desenvolvimento ou não de formas mais eficazes de estudo.
Palavras-chave: Estratégias de aprendizagem, aprendizagem autorregulada, aprendizagem eficaz.